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5 de out. de 2020

BUROCRACIA DIGITAL?

A assembleia geral online do SIMPA (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, dirigido pelas mesmas forças políticas que o CPERS) teve microfones mutados e estritamente controlados, bem como comentários bloqueados. Isto é um contrassenso com aquilo que se convencionou chamar de "democracia" das redes sociais. As falas foram autoritariamente restritas às mesmas forças de sempre.

Cabe perguntar aqui: a assembleia online do CPERS será uma cópia da do SIMPA?

3 de out. de 2020

PELA AUTONOMIA PEDAGÓGICA DAS ESCOLAS! NÃO AO RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS!


            A educação pública do Estado do Rio Grande do Sul sofre com problemas estruturais de longa data, por desleixo de sucessivos governos, que priorizaram os sonegadores e a ofertar  dinheiro público aos ricos através das isenções fiscais. O governo Leite (PSDB e comparsas) continua a aplicar a agenda neoliberal e a necropolítica bolsonarista, retirando direitos e confiscando nossos salários.

            A RBS contraditoriamente faz campanha pela "vida" no seu horário nobre, mas aplaude o governo Leite por ter descontado o salário das(os) educadoras(es), que fizeram greve e recuperaram, além de ficar pressionando e manipulando a opinião pública para o retorno imediato das aulas presenciais.

            As escolas funcionam em condições precárias. Agora, com a pandemia, essa situação se intensifica: faltam  professores, funcionários e muitos não poderão retornar ao ensino presencial, pois fazem parte do grupo de risco; faltam também materiais de higiene e profissionais de limpeza que garantam uma sanitização permanente do espaço escolar, permitindo um lugar seguro para estudantes, professores(as) e funcionários(as).

            É necessário pontuar, também, que as nossas escolas são espaços de muito contato e integração humana, onde crianças e adolescentes, na condição de seres em desenvolvimento psicoafetivo, são ativos e espontâneos, não se enquadrando facilmente nos protocolos rígidos e de pouco contato humano, pois o movimento e o contato são questões inerentes ao trabalho pedagógico que não podem ser desconsideradas. Além disso, colocar estudantes e profissionais com medo em nossas escolas pode significar traumas emocionais em toda a comunidade escolar.

            A irresponsabilidade do governo Leite, com sua política genocida, quer colocar em risco de vida nossas comunidades escolares, fazendo circular o coronavírus pelo Estado e assim exterminar nossa gente. O único protocolo seguro para garantir o retorno das aulas presenciais é a vacinação em massa, caso contrário não deve haver retorno às aulas presenciais. É necessário continuarmos com o ensino remoto e as alternativas definidas pelas escolas para garantir o acesso à educação aos estudantes; e que o governo dê conta de oportunizar equipamentos e acesso gratuito para todos(as) professores(as) e alunos(as), pois o currículo escolar é possível recuperarmos, enquanto que as vidas não.

            Precisamos reagir contra os governos da morte, se organizar a partir do chão da escola, envolvendo Conselhos Escolares, COEs, CPMs, Grêmios Estudantis, Unidades Básicas de Saúde e toda a comunidade escolar para proteger nossas vidas. Unificar a nossas lutas com os educadores dos municípios e regiões do Rio Grande do Sul para combater os governos que utilizam a pandemia para impor mais retirada de direitos e exploração da classe trabalhadora.

            Nesse sentido defendemos o não ao retorno da aulas presenciais, pela manutenção provisória do ensino remoto e das alternativas propostas pelas escolas, com direito à autonomia das comunidades escolares decidirem os rumos da educação em tempos de pandemia.


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