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3 de jul. de 2011

A TRAIÇÃO DA DIREÇÃO DO CPERS FAVORECE A APROVAÇÃO DO “PACOTARSO”: A PIOR DERROTA É A DERROTA SEM LUTA!

         Os educadores acompanharam perplexos a aprovação do “Pacotarso” na Assembleia Legislativa no dia 28 de junho, mesmo dia das eleições do CPERS. A coincidência nas datas não é uma casualidade; foi premeditada pelo governo, com a total cumplicidade da atual diretoria do CPERS, reeleita para mais 3 anos de acordos de bastidores. A sua nota pública sobre a aprovação do Pacote é cínica e incoerente, pois pretende reverter o processo unicamente por via judicial após ter sabotado a luta direta.
         A direção do nosso sindicato sabia da possibilidade de votação do Pacote no dia 28 desde a assembleia do gigantinho e não mexeu um dedo para organizar a “paralisação”. Muitas escolas entraram em contato com o sindicato para se colocar à disposição da luta, mas foram orientadas a não “fazer nada”, porque, segundo a direção, “o Pacote não seria votado no dia 28”. Na dúvida, as eleições deveriam ser adiadas. Porém, o interesse da direção do CPERS (e de todas as outras correntes sindicais que votaram por “paralisação” na assembleia de 22/06) não era a luta, mas o interesse eleitoral, ou seja, a disputa do aparato sindical.
         Os atos na Praça da Matriz não tinham consequência e não serviam para preparar uma luta maior. Mandar uma mini delegação para a Assembleia para “pressionar os deputados a não votar a favor do Pacote” não passou de um jogo de cena. Assim, a CUT conseguiu conter uma greve de protesto contra o Pacotarso em todas as categorias do funcionalismo público e inclusive no CPERS. E esta direção terá mais 3 anos à frente do nosso Sindicato. A reeleição dessa chapa significou uma derrota histórica para a nossa categoria e um marco que não deve ser esquecido por nenhum educador consciente: custou a nossa previdência, perdida sem resistência e sem luta na data que a elegeu. É verdade que não havia alternativas. Tanto a chapa 2 quanto a chapa 3 eram governistas e cumpririam o mesmo papel. A falta de alternativas é o preço que a categoria paga pela ausência de uma oposição classista a nível estadual, por isso é preciso construí-la urgentemente. Colocamos a nossa oposição a serviço desta tarefa!
         A Construção pela Base alerta: temos inimigos governistas infiltrados na direção do CPERS. Precisamos retomar o controle do nosso sindicato, devolver o poder às suas instâncias de base, organizar e conscientizar os educadores em cada escola. A responsável por tirar o nosso poder de decisão – seja nas greves, seja nas lutas – e concentrar tudo nas suas mãos, fazer conchavos de bastidores com o governo e posar como “antigovernista” é a burocracia da CUT e seus satélites.
Entendemos a indignação, a frustração, o sentimento de “manipulação”, a revolta da categoria contra mais esta traição da direção do CPERS (CUT- PT - DS, CSP-Conlutas – PSTU e CS, Intersindical – PSOL –Enlace, MES e CTB-PSB), mas a desfiliação do sindicato não é a solução e nem a melhor forma de protesto. Para ela, quanto maior afastamento da base, melhor! É claro que ela se preocupa com o lado financeiro da desfiliação, mas, por outro lado, ganha um cheque em branco nas mãos. Os que saem levam consigo sua experiência. Entram outros como “carne nova”, “matéria prima” para mais manipulações.
Não devemos nos desfiliar! É preciso organizar a resistência interna, se organizar na oposição, denunciar cada conluio e traição desta direção. É o primeiro passo de um longo caminho para reorganizar e conscientizar os educadores atuais e os futuros, para retomar o nosso sindicato das mãos da burocracia e transformá-lo numa escola de luta.

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