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15 de dez. de 2012

A OCUPAÇÃO VANGUARDISTA DO CPERS


        Os educadores foram surpreendidos com a notícia da ocupação do gabinete do PT na Assembleia Legislativa do Estado pela direção do CPERS, dada através do site do sindicato e da grande mídia. O objetivo da ocupação, segundo o divulgado na grande imprensa, era pressionar o governo Tarso a negociar a forma de pagamento do reajuste para 2013, mas, na realidade, se tratou de uma ação midiática, com a clara finalidade de atrair a mídia burguesa e mostrar uma suposta oposição ao PT.
          Esta ocupação representa um radicalismo estéril, para consumo das bases, uma vez que, enquanto ocupa a sala do PT, a direção do CPERS vota na assembleia geral pela permanência do alto escalão do governo como sócio do nosso sindicato, além de demonstrar conivência com a sua política de diversas formas: demorou mais de um ano para convocar uma conferência pra discutir a Reforma do Ensino Médio; fala contra o PNE, mas não faz nada de prático contra ele; votou contra a luta pela efetivação dos contratados, mantendo, assim, a divisão da categoria, o que favorece o governo e o sucateamento do Plano de Carreira; dentre outras. A maioria destes ataques passou impunemente, com o apoio dissimulado da direção do CPERS, que, agora, busca iludir a categoria com esta ocupação, apelando para um ato isolado e inconsequente. Sem base, sem organização, sem agitação e sem denúncias coerentes da política do governo por parte do CPERS, a ocupação foi ignorada pelo governo Tarso. Mas os dividendos midiáticos – a real intenção da burocracia sindical – foram colhidos.
          A presença real da categoria não importa para a direção do CPERS. Tanto é assim que divulgou a data e o local do ato da paralisação do dia 12 muito tardiamente. O resultado, como sempre, foi uma baixa adesão. O governo Tarso, ardiloso como é, apenas adiou a votação para a semana que vem, mais próximo das férias de final de ano e absolutamente tranqüilo em relação as possibilidades reais de resistência por parte do nosso sindicato. Por tudo isso, é pertinente questionar: em que resultou a ocupação vanguardista da direção do CPERS? Maior consciência de classe? Maior desgaste do governo? Maior organização sindical e nos locais de trabalho? Não, não, não e não! Resultou apenas em auto propaganda irresponsável da burocracia sindical dirigente.

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