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30 de dez. de 2015

PARA QUE SERVE O SINETA – JORNAL DO CPERS SINDICATO?


        Enquanto a nossa categoria perde direito atrás de direito em função dos ataques do governo Sartori (PMDB, PP, PPS, PSDB, PSB, PSD, PRB, PV), a direção central do CPERS (PT e PCdoB) utiliza o jornal oficial do CPERS, o Sineta, para se autopromover e fazer uma propaganda enganosa visando a sua hegemonia sobre o sindicato. Estão de olho nas eleições sindicais de 2017 e, desde já, reforçam uma imagem de “aproximação” com a base para esconder os seus golpes e manobras de bastidores contra ela.
        A intenção principal da diretoria central enviando o Sineta pelo correio é influenciar aquela base que não participa ativamente do sindicato e, portanto, tem mais possibilidade de acreditar nessa propaganda enganosa. Os dois últimos Sinetas afirmam que o CPERS está mais próximo dos educadores e “no caminho da participação”. Mas quem participou da assembleia geral de 11 de setembro sabe que isso é uma falácia! Há uma profunda vacuidade de conteúdo, se mostrando alheio a toda a luta viva da base da nossa categoria e dos trabalhadores em geral.
        Nos últimos meses acompanhamos o aprofundamento da luta e dos ataques dos governos em todo o Brasil – com destaque aos estudantes e educadores de São Paulo – e a direção do CPERS ignorou todos estes ataques reais, bem como os processos de mobilização que mereceriam não apenas solidariedade ativa, mas uma análise profunda.
        Os últimos Sinetas não falam nenhuma palavra de apoio e solidariedade à luta dos estudantes de São Paulo. Nenhuma palavra sobre a luta dos educadores e estudantes de Goiás contra as privatizações da educação pública daquele estado. Nenhuma linha sobre os 30 mil educadores contratados demitidos no Paraná de Beto Richa (PSDB). Nenhuma palavra sobre os golpes impostos pela SEDUC contra as eleições e as direções eleitas democraticamente nas escolas, em que as antigas direções atuam em cumplicidade com o governo em troca da desmobilização da categoria contra seus ataques. Depois do golpe da assembleia do dia 11 de setembro, em que a direção abortou o movimento de resistência contra os ataques do governo Sartori, a direção não chamou mais nenhuma assembleia para organizar a luta e muito menos fez alguma referência no Sineta no sentido de mobilizar efetivamente a categoria.
        Pelo que lemos no Sineta, para a direção do CPERS as coisas parecem estar as mil maravilhas!

Para quê o Sineta poderia servir?
        O Sineta deveria ser aberto, democrático, servindo para organizar a luta da categoria, sugerindo temas para os debates entre colegas na sala dos professores durante o recreio, visando elevar o nível dos debates políticos nas escolas. Poderia servir para orientar a atuação dos representantes de escola e organizar a discussão nos núcleos, além de divulgar as posições presentes na categoria, abrindo espaço para artigos de membros da base do CPERS, etc.
O atual Sineta é uma vergonha e um verdadeiro desrespeito com a luta, a organização e a inteligência dos trabalhadores de base.

19 de dez. de 2015

Manifesto dos educadores contratados à sociedade gaúcha! Em defesa dos professores e funcionários contratados! Pelo direito ao trabalho!


        No dia 1º de dezembro reuniu-se no CPERS o grupo de trabalho (GT) dos trabalhadores contratados do 39º núcleo. O debate efetuado redundou neste manifesto:
         A contratação “emergencial” no magistério estadual vem de muitas décadas, portanto, nada tem de emergencial. É uma política permanente e massiva de admissão funcional. Muitos estão se aposentando como contratados. O contingente de contratados no magistério público gaúcho representa uma massa de dezenas de milhares de profissionais. É a mesma política liberal de precarização do trabalho de que se vale a classe dominante para rebaixar salários e dividir as categorias, a exemplo dos terceirizados, cooperativados e subempregados sem direitos sociais.
        A política que vem sendo aplicada pelo governo Sartori e apoiada pela grande mídia (sobretudo por RBS e Band) ameaça o emprego de mais de 20 mil professores contratados. Disse que os servidores públicos deveriam dar “graças a deus por ter estabilidade”. Para o governo, ter estabilidade para trabalhar é “um privilégio”, enquanto que conceder reajustes ao próprio salário e ao dos correligionários, nomear CCs, participar direta e indiretamente de inúmeros esquemas de corrupção com o setor privado, conchavar com a grande mídia e o empresariado para explorar ainda mais os trabalhadores, não! Em São Paulo, o governo do Estado conseguiu precarizar as condições de trabalho do funcionalismo público a tal ponto que toda uma categoria de educadores contratados é demitida no final do ano e readmitida em março.
Ora, isso é um absurdo! É praticamente o fim do direito às férias e do direito ao trabalho. Não podemos retroceder a tal ponto!
Se o governo aplicar esta medida política será com o absurdo pretexto de cortar gastos com o funcionalismo público e disseminar a discórdia e o medo nos trabalhadores que ficam. Neste momento é fundamental a solidariedade de classe entre educadores nomeados e trabalhadores contratados. Sem isso não é possível ter movimento sindical e, muito menos, enfrentamento aos governos neoliberais, que são os verdadeiros responsáveis por esta situação. A divisão da categoria em dois regimes de trabalho também é usada para deslegitimar e destruir o plano de carreira do funcionalismo público. A luta em defesa do plano de carreira também pressupõe a sua extensão à toda a categoria.
Alertamos à sociedade gaúcha que se demissões totais ou parciais ocorrerem entre os trabalhadores contratados isto será consequência da política do governo Sartori, que destinará o salário de centena de milhares de educadores contratados para a dívida pública, cobrir as isenções de impostos das grandes empresas e as sonegações fiscais. A demissão precarizará ainda mais os serviços públicos porque poderá significar enturmação, dificultando o trabalho pedagógico, interferindo na qualidade da educação e aumentando a sobrecarga dos servidores nomeados.
A direção estadual do CPERS tem uma política patronal para os trabalhadores contratados: ignora estes ataques, bem como as suas reivindicações, e não tem bandeira para defendê-los, ao mesmo tempo em que os aceitam como sócios e descontam a mensalidade sindical no final do mês.
Por tudo isso, os educadores contratados presentes no referido encontro, reivindicam: 
- Pelo direito ao trabalho!
- Abertura e divulgação dos contratos que a SEDUC guarda à sete chaves! Pelo direito de conhecermos o nosso vínculo empregatício!
- Contra o terrorismo estatal e midiático que visa destruir o emprego público!
- Pela consciência de classe! Colegas nomeados: precisamos do apoio de vocês; nós somos vocês amanhã!

- Repúdio à inexistência de política para os trabalhadores mais precarizados da nossa categoria por parte da direção do CPERS, que ignora 40% da categoria!