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19 de dez. de 2015

Manifesto dos educadores contratados à sociedade gaúcha! Em defesa dos professores e funcionários contratados! Pelo direito ao trabalho!


        No dia 1º de dezembro reuniu-se no CPERS o grupo de trabalho (GT) dos trabalhadores contratados do 39º núcleo. O debate efetuado redundou neste manifesto:
         A contratação “emergencial” no magistério estadual vem de muitas décadas, portanto, nada tem de emergencial. É uma política permanente e massiva de admissão funcional. Muitos estão se aposentando como contratados. O contingente de contratados no magistério público gaúcho representa uma massa de dezenas de milhares de profissionais. É a mesma política liberal de precarização do trabalho de que se vale a classe dominante para rebaixar salários e dividir as categorias, a exemplo dos terceirizados, cooperativados e subempregados sem direitos sociais.
        A política que vem sendo aplicada pelo governo Sartori e apoiada pela grande mídia (sobretudo por RBS e Band) ameaça o emprego de mais de 20 mil professores contratados. Disse que os servidores públicos deveriam dar “graças a deus por ter estabilidade”. Para o governo, ter estabilidade para trabalhar é “um privilégio”, enquanto que conceder reajustes ao próprio salário e ao dos correligionários, nomear CCs, participar direta e indiretamente de inúmeros esquemas de corrupção com o setor privado, conchavar com a grande mídia e o empresariado para explorar ainda mais os trabalhadores, não! Em São Paulo, o governo do Estado conseguiu precarizar as condições de trabalho do funcionalismo público a tal ponto que toda uma categoria de educadores contratados é demitida no final do ano e readmitida em março.
Ora, isso é um absurdo! É praticamente o fim do direito às férias e do direito ao trabalho. Não podemos retroceder a tal ponto!
Se o governo aplicar esta medida política será com o absurdo pretexto de cortar gastos com o funcionalismo público e disseminar a discórdia e o medo nos trabalhadores que ficam. Neste momento é fundamental a solidariedade de classe entre educadores nomeados e trabalhadores contratados. Sem isso não é possível ter movimento sindical e, muito menos, enfrentamento aos governos neoliberais, que são os verdadeiros responsáveis por esta situação. A divisão da categoria em dois regimes de trabalho também é usada para deslegitimar e destruir o plano de carreira do funcionalismo público. A luta em defesa do plano de carreira também pressupõe a sua extensão à toda a categoria.
Alertamos à sociedade gaúcha que se demissões totais ou parciais ocorrerem entre os trabalhadores contratados isto será consequência da política do governo Sartori, que destinará o salário de centena de milhares de educadores contratados para a dívida pública, cobrir as isenções de impostos das grandes empresas e as sonegações fiscais. A demissão precarizará ainda mais os serviços públicos porque poderá significar enturmação, dificultando o trabalho pedagógico, interferindo na qualidade da educação e aumentando a sobrecarga dos servidores nomeados.
A direção estadual do CPERS tem uma política patronal para os trabalhadores contratados: ignora estes ataques, bem como as suas reivindicações, e não tem bandeira para defendê-los, ao mesmo tempo em que os aceitam como sócios e descontam a mensalidade sindical no final do mês.
Por tudo isso, os educadores contratados presentes no referido encontro, reivindicam: 
- Pelo direito ao trabalho!
- Abertura e divulgação dos contratos que a SEDUC guarda à sete chaves! Pelo direito de conhecermos o nosso vínculo empregatício!
- Contra o terrorismo estatal e midiático que visa destruir o emprego público!
- Pela consciência de classe! Colegas nomeados: precisamos do apoio de vocês; nós somos vocês amanhã!

- Repúdio à inexistência de política para os trabalhadores mais precarizados da nossa categoria por parte da direção do CPERS, que ignora 40% da categoria!

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