Panfleto para a Assembleia Geral do dia 31/03/2017
A
greve proposta pela direção do CPERS (PT, PCdoB, PDT, CUT, CTB), e pelas
correntes da dita “oposição” (MLS, PSTU, PSOL e seus satélites), evidencia a
irresponsabilidade das burocracias sindicais, que não levam em consideração o
estado de ânimo da classe e análise de conjuntura. Nossa proposta de não greve
partiu da percepção do baixo ânimo da classe para a luta, em função de inúmeras
derrotas e traições, descontos salariais recentes e perseguições políticas. A
deflagração de uma greve significa declarar guerra contra nosso inimigo de
classe. Se deflagrarmos uma greve com adesão de 1% de nosso exército, saberemos
que nossa luta será derrotada. Uma direção que age desta forma, na verdade, tem
um interesse claro de derrotar sua classe.
Os ataques dos governos Sartori e Temer
(PMDB) não cessaram. O último, tentando reduzir o seu desgaste político, transfere
a responsabilidade da aplicação da Reforma da Previdência para os governadores
e prefeitos. Os governos continuam a enviar para o parlamento pacotes de
retirada de direitos a mando do grande capital. As burocracias sindicais de
CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas e do CPERS, são cúmplices dos
governos, tendo em vista que não trabalham pela unificação pela base dos
trabalhadores. O objetivo da CUT e da CTB é apenas desgastar o PMDB e o PSDB
para alavancar o PT nas eleições de 2018. Por isso não podem dirigir nenhuma
greve geral consequente. Continuam a iludir os trabalhadores de que através das
eleições é possível humanizar o capitalismo, o que é uma grande mentira passada
como verdade em todos os fóruns dirigidos por eles. A burocracia não tem
interesse numa luta consequente, pois mobilizações massivas, com trabalhadores
conscientes e organizados, a faria perder o controle do movimento e do sindicato,
ou a obrigaria a dar um novo golpe contra a base.
Levando em conta o esvaziamento de
nossa greve é necessário encerrá-la, pois na prática já está encerrada, e devemos
apontar para um calendário de luta que vise mobilizar o chão das escolas a
partir de sua própria experiência, unificar nossas lutas com os demais
trabalhadores e estudantes. Dentre as diversas propostas de mobilização
distracionistas aprovadas pela última assembleia geral (no dia 8 de março),
cabe destacar como correta a seguinte resolução: “unificar a luta com os demais sindicatos de trabalhadores/as e demais
movimentos, criando comitês municipais e nos bairros contra as reformas
neoliberais e demais ataques dos governos federal e estadual”. Este deveria
ser o eixo de atuação do CPERS para o próximo período. Estes comitês poderiam debater
e encaminhar um calendário de luta coerente que refletisse suas condições. O
problema, contudo, é que esta resolução, essencialmente correta, não sai do
papel em razão da prática da burocracia sindical, que a defende em tese, mas
não mexe uma palha para torná-la realidade. Nesse sentido, seria fundamental
que as grandes centrais sindicais, partidos e organizações de esquerda
colocassem todo o seu peso nesta tarefa de UNIFICAÇÃO COM OS DEMAIS TRABALHADORES
como eixo central.
A classe trabalhadora é uma só e está
sofrendo a maior retirada de direitos dos últimos tempos. Para combater estes
ataques é necessário a UNIFICAÇÃO DE TODOS OS TRABALHADORES contra os planos
de arrocho do capital e seus governos, organizando encontros unitários de base
de diferentes sindicatos para debater o caráter dos ataques, táticas de
enfrentamento, autodefesa, o aprofundamento da barbárie capitalista e as
possibilidades de superação, como o socialismo.
Para derrotarmos os ataques do governo
precisamos mesclar táticas e, mais do que tudo, firmar um sindicalismo
classista e revolucionário para superar o cambaleante sindicalismo reformista.
Nesse sentido, é preciso que os trabalhadores conscientes superem também a
burocratização sindical do CPERS e da estrutura sindical brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário