I) A coletiva de imprensa do governador Sartori na
manhã desta segunda feira, dia 25/09, foi uma resposta à greve dos educadores,
sem assumir tal postura. Foi uma tática pensada, provavelmente por marketeiros,
no sentido de virar a opinião pública e as comunidades escolares, que estão
amplamente ao nosso lado, contra o movimento.
II) Frente às distorções do governo e a subsequente
lavagem cerebral da grande mídia, é preciso reiterar que o parcelamento
salarial não acabou. O anúncio de que o governo irá pagar os menores salários
primeiros é uma demagogia que visa desmobilizar, sobretudo, o ato unificado dos
servidores públicos e a continuidade da greve do magistério, que ganharia
adesão e mais simpatia popular. Na negociação com o comando de greve, o governo
afirmou que pagaria míseros 85 reais ou menos, e, ao ver que a greve não se
desmobilizou, mudou a política de pagamento para os "menores
salários". Em sua coletiva de imprensa não falou nada sobre o parcelamento
de salário de Juízes, CCs, tecnocratas; muito menos falou sobre a cobrança dos
sonegadores, as isenções de impostos ou sobre a cobrança da Lei Kandir. Com
tudo isso, o governo pretende evitar também que estas bandeiras cresçam na
opinião pública.
IV) O governo Sartori ainda afirmou que foi
obrigado judicialmente a priorizar o pagamento de umas categorias em detrimento
de outras. Ora, isso é um engodo. Nunca foi falado antes e aparece
"exatamente" agora. Além disso, o CPERS também ganhou uma liminar na
justiça que obrigava o governo a não parcelar. Na verdade, o governo fez o que
bem quis a revelia da justiça e agora pretende montar esta farsa jurídica.
V) Sartori mentiu quando disse que os salários do
governador, vice e deputados também eram parcelados. Esta exigência foi feita
durante os atos de rua de nossa greve; e agora, com esta demagogia, o governo
quer responder. Ao contrário dos servidores, os políticos possuem inúmeras
outras fontes de renda. Como sabemos, muitos deles são grandes capitalistas,
possuindo negócios próprios, além do caixa 2. Parcelar o salário dos políticos
só agora (após o 22° parcelamento dos servidores) só pode ser visto como um
deboche.
VI) O governador mandou um recado para a Assembleia
Legislativa. Exigiu a votação dos seus projetos, que preparam a retirada
histórica de direitos e a privatização de estatais (como CEEE, Corsan, Banrisul,
etc.) que só poderá piorar ainda mais a crise financeira do Estado. Sendo
assim, estas propostas não podem resolver os supostos problemas financeiros. A
"crise" financeira para parcelar salários é uma mentira deslavada:
trata-se de um projeto político de destruição dos serviços públicos que não foi
(e nunca será) apresentado nas eleições. Todos os grevistas, dirigentes de
sindicatos e centrais precisam responder estas distorções infames do
governador, afirmando para as categorias e a população que o que está em jogo é
o destino dos serviços públicos.
VII) Devemos seguir mobilizados para exigir: o fim
do parcelamento com o pagamento dos juros, a reposição salarial, a retirada dos
pacotes da Assembleia Legislativa e a não renegociação da dívida pelos
critérios deste governo.
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