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2 de jun. de 2020

PANDEMIA: A DESCULPA QUE OS GOVERNOS PRECISAVAM PARA IMPOR MAIS MISÉRIA E RETIRADA DE DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA!


            A classe trabalhadora em meio a pandemia está sofrendo profundos ataques do capital. Os governos não poupam ninguém, a ordem é "passar a boiada toda", isto é, retirar todos os direitos possíveis num menor tempo possível, enquanto estamos atônitos em meio a pandemia. Os canalhas do poder querem o aprofundamento do genocídio, mortes pela pandemia e pela miséria, e como sempre, transferir o custo da crise capitalista para os ombros da classe trabalhadora.
            Enquanto isso os nossos recursos públicos são drenados aos trilhões para a corja de banqueiros e grandes empresários salvarem seus lucros, parasitas que vivem a custa da exploração do nosso trabalho.
           
A crise financeira nas nossas comunidades e na vida dos educadores

            Os estudantes da educação pública carecem de recursos financeiros, para morar, comer e atender suas necessidades básicas; por isso muitas comunidades se mobilizam para conseguir cestas básicas, para garantir o alimento, diante da crise financeira que se aprofunda, em função de muitas demissões que estão acontecendo nesse período, em que a patronal transfere seus prejuízos para os trabalhadores.
            Em contrapartida, a categoria de educadores vive um processo de aprofundamento de sua miserabilidade em decorrência dos ataques do governo Leite aos nossos direitos. No início de 2020, o governo veio contra o que restou da carreira, pois vimos a dilapidação de todos os direitos da categoria, com confisco de cerca de 30% dos salários dos educadores, inclusive da categoria aposentada. Estamos no 6º ano de congelamento e atraso dos salários, não bastando agora esse confisco. A realidade que a categoria já estava em situação calamitosa, agora aprofunda-se a miséria, tendo que cortar custo para garantir comida e teto, com aluguéis, água e luz atrasados, a maioria endividados no Banrisul, através dos vários empréstimos contraídos para pagar dívidas, para garantir o mínimo de dignidade de uma categoria que necessita existir apesar dos governos.
            É nesse contexto de pandemia e de aprofundamento da crise do capital que o governo Leite (PSDB e comparsas) impõe o ensino a distância, obrigando os educadores e famílias dos estudantes a se “adaptarem a nova ordem”, isto é, dar conta de pagar o acesso a internet e a compra de equipamentos (smartphone, tablet, computador e notebook) para imediatamente começar a aula à distância. Em meio a um estado de calamidade pública, sem fornecer os recursos necessários para garantir o direito à educação pública para todos os estudantes, negando o artigo 205 da Constituição Federal de 1988, que diz: " A educaçãodireito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". O mínimo que um governo deveria ofertar para exigir ensino à distância seria internet gratuita para todos os estudantes e educadores, e equipamentos para esse fim, porém, sabemos que isso não irá acontecer.

Como educar a distância em meio a pandemia?

            A prática pedagógica pressupõe sensibilidade, amorosidade, integração, troca, diálogo, contato humano numa relação em que o professor favorece aprendizagens aos seus alunos, ajuda na solução de suas dúvidas, propõe ações, interage afetivamente no sentido de oportunizar o acesso  aos saberes historicamente construídos pela humanidade.
            Nessa perspectiva a EAD não se encaixa, pois num momento em que a humanidade está profundamente fragilizada, os  algozes de plantão vem com tudo, para exterminar com os poucos espaços e relações que nos humanizam, com todas as limitações e contradições que a escola pública apresenta.
            Nesse sentido cabe perguntar: como alfabetizar os estudantes do ensino fundamental anos iniciais a distância? Como ensinar e ajudar nossos alunos do ensino fundamental anos finais e médio a se sentirem menos fragilizados nesse momento em que a humanidade sofre com uma pandemia? Que conteúdos seriam necessários oportunizarmos para ajudá-los na luta pela superação da atual conjuntura que se aprofunda a barbárie social? A quem interessa o ensino a distância imposto de cima pra baixo sem oferecer as mínimas condições para que ele aconteça?
            Acreditamos que qualquer resposta no sentido de educação de verdade passa por respondermos essas questões e outras tantas silenciadas pelos governos a serviço do capital.
            Propor uma educação à distância em tempos de pandemia nas condições que está sendo imposta é se utilizar da fragilidade de um povo para torná-lo totalmente cativo e submetido aos desmandos do governo. Qualquer ação educativa nesse momento deve ter como principal objetivo o cuidado com a vida, a partir do conhecimento da realidade dos estudantes e educadores, fornecer todas as condições efetivas para que se possa organizar um ação educativa que não gere traumas na geração de estudantes, educadores que estão passando por privação de muitos direitos.
            Somos contrários à imposição de uma educação burocrática como estão fazendo, somos contrários às demissões impostas pelo capital às famílias dos nossos alunos e de toda a classe trabalhadora. Queremos e desejamos um outro mundo em que a vida no seu sentido mais amplo esteja acima do lucro.

- Contra a retirada de direitos em meio à pandemia que é, segundo o decreto do governo Leite, uma calamidade pública;
-Contra as aulas EAD durante a Pandemia, e intensificar a campanha contra a privatização da Educação Pública;
- Que as comunidades escolares  democraticamente devem decidir o que fazer no período de pandemia;
- Estabilidade de emprego para todos os educadores contratados;
- Nenhum direito a menos;
- Se o governo quer EAD, que garanta as condições materiais (internet, celulares, computadores) para professores e alunos;
- Pelo direito ao emprego e ao salário durante a pandemia: contra a demissão, retirada de direitos ou rebaixamento salarial!


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