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22 de abr. de 2012

CONLUTAS: UM CAMINHO SEM VOLTA!


CONLUTAS: UM CAMINHO SEM VOLTA!
       Quando surgiu a Conlutas, uma parte da vanguarda classista pensou fazer dela um ponto de apoio contra o governismo da CUT. Essa expectativa foi sendo frustrada pela política da sua direção majoritária, hegemonizada pelo PSTU, que se orientava, cada vez mais, a um alinhamento político com o oficialismo. O rompimento organizativo não pressupunha o respectivo rompimento político. A Conlutas passou a participar dos movimentos nacionais da CUT, aderindo aos seus métodos e programa. Participava dos atos de vanguarda promovidos pela CUT, os quais, a despeito da fachada combativa, eram de apoio explícito ou disfarçado ao governo. O mais grave foi o fato de assinar conjuntamente com as centrais pelegas – CUT, Força Sindical, CTB, etc. – manifestos programáticos, verdadeiros programas burgueses de cunho desenvolvimentista.
       Essa política conciliadora foi se aprofundando com o tempo. Foi o caso da preferência pela participação em chapas comuns com a CUT, como as duas últimas gestões do CPERS/sindicato. É também o caso da escandalosa política de legalização da Conlutas, coisa que não atende a qualquer necessidade da luta de classes. Pelo contrário, é um fator de subordinação à nova legislação sindical. Nem mesmo a CUT, nascida durante a ditadura, necessitou de legalização. Essa busca incessante pela legalização disfarça a intenção de participar no rateio dos fundos públicos destinados às centrais legalizadas. Toda a sua política ficou condicionada por esse intento de legalização, ou seja, tem como conseqüência uma política geral de acomodação ao governismo. Somente isso pode explicar a atual participação da Conlutas na “Mesa Nacional Permanente para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção”.

A PARTICIPAÇÃO NA “Mesa Nacional”
       A Conlutas anunciou no seu site: “A CSP-Conlutas passa a compor a ‘Mesa Nacional Permanente para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção’ para o acompanhamento do ‘Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção’, buscando ser porta voz das lutas, das greves e das reivindicações dos operários e exigir do governo e das empreiteiras a imediata efetivação do ‘Compromisso Nacional’ em todas as obras, bem como, o atendimento imediato de todas as reivindicações da categoria”.
       Essa “Mesa Nacional” é um fórum permanente criado pelo governo federal e composto por diversos ministérios, pelas empreiteiras e pelos sindicatos oficiais (CUT, CGT, Força Sindical, CTB, etc., e agora pela Conlutas). É um típico conselho governamental à semelhança das Câmaras Setoriais da ditadura militar e do atual “Conselhão de notáveis”, criado pelo governo Tarso Genro. Para toda a esquerda e todo o movimento sindical classista sempre foi consenso a não participação nesse tipo de organismo, porque não é um local para reivindicações dos trabalhadores. Pela sua composição e pelo seu caráter permanente constituem-se em organismos governamentais para a aplicação da política patronal.
       Na sua luta, os trabalhadores são obrigados a negociar com os patrões e com o governo. Mas essas negociações devem ser delegações diretas do movimento, que cria organismos especiais, as comissões de negociação ou comandos de greve. Esses comandos são uma atribuição direta das assembleias e para as quais prestam contas. Ou seja, têm uma função delegada específica, que se extingue com o fim de uma greve, por exemplo. Isso nada tem a ver com participação nessas Comissões Paritárias Permanentes governamentais.
       Contrariando essa tradição da esquerda, que foi também a sua, o PSTU, como dirigente da Conlutas, agora passa a participar da “Mesa Nacional” criada pelo governo Dilma para as obras do PAC. Esse giro ainda mais a direita é o preço e a conseqüência da sua política de agradar o governo. O próprio comunicado da Conlutas admite que: “O anúncio desse acordo, (o tal “Compromisso Nacional”), com seu caráter de adesão, está longe de mudar a dura realidade dos operários nas obras”. E diz mais: “O objetivo do governo com essa mesa (dirigida pela secretaria geral da Presidência, com nove ministérios, os representantes da patronal e de parte dos sindicalistas alinhados ao Palácio do Planalto) é tentar controlar o movimento, estabelecer um interlocutor e construir uma mesa de gestão política e econômica, a exemplo do que foram as Câmaras Setoriais”. Apesar disso, paradoxalmente, a Conlutas declara: “O nosso objetivo é o oposto. É levar para essa mesa o reflexo dessas reivindicações e greves. Vamos atuar aí, e em todos os espaços onde for possível para defender os interesses dos trabalhadores ...”. Então, para o PSTU, essas “Câmaras Setoriais” passaram a ser um espaço de defesa dos trabalhadores. E a Conlutas nos diz ainda que está disposta a atuar “em todos os espaços onde for possível”. Ou seja, dispõe-se a participar de qualquer fórum governamental, considerando-os em geral adequados para a luta. No caso, essa Mesa Nacional é uma espécie de prolongamento do ministério do governo Dilma. E é aí que o PSTU quer defender os trabalhadores ou, como diz, “levar o reflexo das mobilizações e greves”.
       Após um ano das grandes greves nas obras do PAC, os operários de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte voltam a levantar-se contra as condições de trabalho semi-escravo a que estão submetidos, o que evidencia que não houve qualquer “aperfeiçoamento das condições de trabalho” como demagogicamente se intitula a tal Mesa Nacional Permanente. Pelo contrário, diante das novas greves, as empreiteiras não se dispuseram a “aperfeiçoar as condições de trabalho”, mas convocaram a intervenção da Força Nacional de Segurança. Portanto, a única resposta do governo foi a repressão. De nada serviu aos operários a tal Mesa Nacional. Enquanto os operários exigem a saída dos sindicatos oficiais das negociações, a Conlutas “negocia” com eles na mesma Mesa Nacional, os legitima e cinicamente diz representar a luta desses operários escravizados nesse antro patronal.
       Lamentamos concluir que a Conlutas – através do PSTU e seus satélites – de concessão em concessão, de conciliação em conciliação, caiu no campo da traição ao movimento operário, embora mascare a sua política com um discurso combativo. 


17 de abr. de 2012

GOVERNO TARSO MANIPULA A OPINIÃO PÚBLICA ATRAVÉS DA GRANDE MÍDIA CONTRA OS EDUCADORES!

GOVERNO TARSO MANIPULA A OPINIÃO PÚBLICA
ATRAVÉS DA GRANDE MÍDIA CONTRA OS EDUCADORES!
          Desde que o governo Tarso assumiu tem utilizado a grande mídia para mentir para a população. Mente que deu aos educadores um reajuste de 23,5%, e que vai pagar o Piso Salarial até 2014. Na verdade, o reajuste no ano de 2012 no básico de R$ 395,54 será de 6,08% em novembro. E o percentual anunciado de 9,84%, em maio, significa a incorporação do abono de R$ 38,91 ao salário básico, que os professores e funcionários já recebem.
            O governo divulga que encaminhará para Assembleia Legislativa um projeto que o mesmo chama de “calendário de pagamento do Piso”, que não passa de uma enganação. Hoje o Piso está no valor de R$ 1451,00 para 40 horas, e a proposta de reajuste salarial que o governo diz que irá dar até 2014 será aproximadamente R$ 1221,00 para 40h, um calote do piso salarial nacional comprovado.
            Além disso, o governo ataca o plano de carreira dos educadores por decreto, modifica os critérios de promoção responsabilizando os educadores pela a evasão e repetência, isso para demitir servidores públicos, negando que os problemas como a miséria, a violência, a drogadição em que muitos alunos da escola pública estão submetidos, são fatores que levam a exclusão de milhares de jovens da escola.
            Também atacou a previdência dos servidores, entregando-a para fundos privados, além de impor a reforma do ensino médio, onde o empresariado administrará a educação pública pelo Sistema S (SESC, SENAI, SESI...) e a juventude servirá de mão de obra semi-escrava através de estágios em que os jovens recebem apenas uma ajuda de custo, sendo superexplorados, pois realizam o trabalho igual ao de outro trabalhador, mas, recebem muito menos. O repasse de dinheiro público para empresariado significa a privatização da educação cumprindo o acordo estabelecido com o Banco Mundial através das políticas do novo Plano Nacional de Educação (PNE) do governo Dilma.
            Enquanto isso as escolas continuam precárias - com alagamentos, prédios, laboratórios, instalações elétricas, hidráulicas e salas de aulas sucateadas. Faltam recursos humanos e segurança – e as verbas para as escolas há nove anos são as mesmas. O discurso destes governos, que dizem defender a educação, na verdade é uma enganação. A comunidade escolar, os estudantes e os educadores devem juntos construir a resistência contra as ataques neoliberais destes governos, que estão a serviço do Banco Mundial.
        
•  Defesa do Plano de Carreira e contra o Calote do Piso!
• Em defesa da Educação Pública! Contra a  privatização que está em curso através da reforma do Ensino Médio e o novo PNE!
•  Em defesa da estabilidade no emprego!
•  Mais verbas para educação pública! Contra os cortes de verbas de 1,9 bilhões do governo Dilma! 

12 de abr. de 2012

EM DEFESA DO PLANO DE CARREIRA E CONTRA O CALOTE DO PISO!


Em todo o mundo o que temos visto são lutas em defesa dos direitos históricos da classe trabalhadora ameaçados pelos planos de austeridade dos governos neoliberais, que retiram direitos, como o aumento da idade da aposentadoria, congelamento de salários, fim da estabilidade dos servidores públicos, demissões de milhares de trabalhadores em todo o mundo, e outros tantos, para garantir todo o dinheiro público para tapar o furo das crises protagonizadas pelas elites. As lutas desse período histórico se caracterizam por serem defensivas, e não ofensivas. Grécia, Espanha, França ilustram isso com as suas greves gerais.
No entanto, a direção do CPERS e CNTE-CUT despreza esta realidade que é de retirada de conquistas, para continuar prendendo toda atenção da categoria na luta pelo Piso, ludibriando-a e bajulando-a com deslumbrantes perspectivas de conquistas do piso, enquanto deixa-a desarmada perante os ataques dos governos Tarso/Dilma que aplicam planos de austeridade, retirando nossos direitos, tais como: alteração do nosso plano de carreira, Reforma do Ensino Médio, parcerias público privadas, avaliações institucionais, entrega da previdência pública aos fundos privados, fim da estabilidade no emprego, meritocracia no serviço público – avaliação por desempenho -, e os cortes orçamentários de 55 bilhões só neste ano. Essas são as reformas neoliberais que visam reduzir os custos do Estado com o orçamento público.
Todos esses ataques à educação pública estão no novo Plano Nacional de Educação (PNE) do decênio 2011 a 2020, fato que foi omitido pela direção do CPERS até agora porque a maioria das suas correntes sindicais o defende. Inclusive a paralisação de três dias, chamada pela CNTE-CUT e apoiada pela direção do CPERS, tinha como primeiro ponto de sua pauta a exigência de aprovação do novo PNE do governo Dilma. Por isso, afirmamos que essa paralisação serviu ao governo e ao Banco Mundial.
No último Conselho Geral do CPERS, realizado no dia 4 de abril, a direção do sindicato novamente rechaçou a proposta de nossa oposição de alteração do eixo da nossa reivindicação, que, atualmente, é de exigência do cumprimento da Lei do Piso e que seria alterado para a “defesa do nosso plano de carreira e denuncia do calote do Piso”, que é uma realidade. A nossa proposta de alteração do eixo visava alertar e preparar a categoria para o próximo ataque do governo Tarso aos nossos direitos: a destruição do nosso plano de carreira. Neste momento, não podemos subestimar as forças do inimigo, como quer a direção do CPERS. Na maioria dos estados o Piso foi pago à custa do plano de carreira. Um exemplo dessa situação foi à greve dos professores de Santa Catarina. Mesmo com 90% da categoria mobilizada para uma greve por tempo indeterminado não foi possível arrancar o Piso. Porém, a greve poderia ter evitado a destruição do plano de carreira caso estivesse armada com uma orientação correta – a luta contra a destruição do plano de carreira –, o que não foi o caso.
Por trás da “nobre” proposta de reajustar os salários do magistério, a Lei do Piso esconde a real finalidade de destruir os planos de carreiras dos professores estaduais, conforme podemos ver claramente no manifesto do Deputado Estadual petista, Jeferson Fernandes: “Os estados que estão conseguindo pagar os R$1.451,00 o fazem porque alteraram o plano de carreira dos professores. Essa hipótese é admitida pela Lei do Piso”. O que é reforçado pela CNTE-CUT que defende alteração dos planos de carreiras, se contrapondo a luta dos educadores.
A choradeira do governo reside no aumento do custo da folha de pagamento, já que, se o Piso fosse aplicado, ele teria incidência sobre todos os níveis do plano de carreira. Para isso, o governo Tarso provavelmente voltará com a velha proposta do governo Yeda de achatamento dos níveis do plano de carreira ou outra artimanha que vise nivelar por baixo os nossos salários. Assim, enquanto arrocha os nossos salários, milhões são drenados para pagamento das dívidas públicas e para concessão de isenções fiscais para as grandes empresas.
Ao rechaçar a modificação dos eixos propostos pela nossa oposição, a direção do CPERS deixa de armar a categoria para o principal combate que teremos pela frente que será contra a destruição de nosso Plano de Carreira.

EIXOS APROVADOS NO CONSELHO GERAL DO DIA 04/04/2012


No Conselho Geral do DIA 04/04/2012 foi aprovado:
Eixo de luta:
- Continuidade da Luta pelo Piso Salarial para professores e funcionários!
- Defesa do Plano de Carreira!
- Denúncia do desmonte do Ensino Médio e do PNE - Plano Nacional de Educação que está privatizando a Educação Pública!
- Cumprimento da hora-atividade!

Calendário de Mobilização

Dia 18 de abril - Redução de períodos e debates nas escolas.  Propomos que seja um Dia de Alerta em Defesa da Educação Pública contra a privatização na educação imposta pelo governo Tarso e Dilma através das políticas do PNE e do Banco Mundial - Realizar passeatas com educadores, estudantes, pais em diversos pontos de Porto Alegre e municípios, a partir da organização das escolas, que todos saiam para as ruas de maior movimento nas proximidades de suas escolas para manifestar e panfletear em defesa da educação pública e contra a privatização da educação em curso, contra os cortes de verbas da educação, em defesa do plano de carreira dos educadores, contra o calote do piso, desmascarar a farsa de reajuste do governo Tarso.

Do dia 16 a 27/04/2012 – Assembléias Regionais, atos, panfletagens, audiências públicas, manifestações por ocasião das agendas do governador, debates com a comunidade escolar, aulas especiais que denunciem os ataques à educação pública, etc.   Propomos que estas duas semanas sejam em Defesa da Educação Pública contra a privatização na educação imposta pelos governos Tarso e Dilma através das políticas do PNE e do Banco Mundial – servindo para construir atos em frente à SEC e demais Coordenadorias a partir da realização de debates preparatórios nas escolas, esclarecendo a comunidade escolar sobre: o processo de privatização da educação pública através do Plano Nacional de Educação, reforma do Ensino Médio, cortes de verbas de Dilma 1,9 bilhão, planos de austeridades do Banco Mundial, em defesa da estabilidade no emprego, situação dos educadores e educação, defesa do plano de carreira, calote do Piso, a farsa do reajuste do governo, denunciando o Tarso e Dilma sobre o seu compromisso com o Banco Mundial.

Dia 04 de maio
- Assembleia Geral no Gigantinho.
- Ato Público Unificado com os demais servidores: Propomos que seja em Defesa da Educação Pública e contra a privatização em curso através da reforma do ensino médio e o novo PNE, contra o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 13,5%.
 
Resoluções de assembleia que ainda não foram colocadas em prática pela direção do CPERS Sindicato:
Iniciar o debate sobre a expulsão dos sindicalizados que ocupam cargos no governo conforme aprovado na assembleia geral do dia 02/12/2011.
Realização da Conferência do CPERS Sindicato para elaborarmos a educação que queremos com objetivo de nos contrapormos às reformas neoliberais na educação pública promovida pelo governo Tarso a mando do Banco Mundial, conforme aprovado na Assembleia Geral do dia 02/12/2011.