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7 de jun. de 2012

A DIREÇÃO DO CPERS DEFENDE O PLANO DE CARREIRA?

  
A destruição dos Planos de Carreira – de professores e funcionários – está sendo executada de longa data por uma sucessão de governos. A introdução dos contratos emergenciais como forma de reposição de novos servidores é uma das formas mais evidentes disso. Os Planos de Carreira não são válidos para os contratados, o que gera uma profunda divisão na categoria. Não por acaso, os contratados são hoje mais da metade da categoria ativa. Logo, a defesa dos Planos de Carreira para uma categoria dividida entre nomeados e contratados – isto é, os que têm e os que não têm – sem propor a sua extensão aos contratados, só pode aprofundar esta desunião, favorecendo o governo e os projetos do Banco Mundial.
 Nessas condições, defender realmente o Plano de Carreira significa defender a sua extensão aos educadores contratados, junto com a luta contra aos ataques reais ao plano de carreira, o decretarso e o PNE. A direção do CPERS não só não tem política para os contratados, como se opõe a esta extensão, deixando mais da metade da categoria à mercê da precariedade das condições de trabalho dos contratos emergenciais.
       No penúltimo dia de 2011 o governo Tarso baixou um decreto que impõe os critérios exigidos pelo Banco Mundial para a avaliação de desempenho, em consonância com a PL248 – que prevê o fim da estabilidade no serviço público – e com o Plano Nacional de Educação (PNE) – que prevê “readequação dos Planos de Carreira”. Passados menos de 6 meses, o CPERS ignora a existência desse decreto e continua agitando mecanicamente a “defesa do Plano de Carreira”, sem mostrar concretamente que ele já está sendo destruído. Prende a atenção da categoria no Piso, tal como quer a CNTE-CUT. O governo mente na mídia que não está mexendo no Plano de Carreira e o CPERS não agita o desmonte surdo que está em curso. Muito antes pelo contrário. Ao exigir o cumprimento da “lei do Piso” está fazendo coro com todas as vozes que querem destruí-lo, uma vez que existe uma cláusula da lei que exige “adequar os Planos de Carreira” (Art 6º). Uma coisa é o pagamento do Piso, outra coisa, bem diferente, é exigir o cumprimento total da lei do Piso, sem distinção. Faz parte da luta em defesa dos Planos de Carreira a luta contra as cláusulas da lei do Piso que pretendem “adequá-los” (leia-se: desmontá-los). É preciso deixar a categoria em estado de alerta sobre isso, uma vez que em todos os estados em que o Piso já está sendo pago foi às custas da destruição dos Planos de Carreira.
       Também sobre todos estes “ajustes” nos Planos de Carreira previstos na lei do Piso o CPERS não fez nenhuma menção até agora, como se essa possibilidade não existisse. O governo Tarso, a secretária adjunta Eulália e o deputado estadual Jeferson Fernandes do PT, falaram em muitas ocasiões sobre esta “possibilidade”, enquanto que CNTE-CUT e Articulação Sindical do PT, sem papas na língua, já se declararam publicamente favoráveis aos “ajustes” no Plano de Carreira (e por “ajuste” só podemos entender um “ajuste” pra pior, no sentido do seu desmonte completo). Outra vez a direção do CPERS finge que nada está acontecendo, ajudando a camuflar as vozes que clamam a destruição dos Planos de Carreira dentro e fora do sindicato.
       Assim, de forma alheia a todos estes ataques, a direção do CPERS anexa ao seu eixo principal intocável (que é o cumprimento da lei do Piso) a “defesa” abstrata do Plano de Carreira. Desvia a atenção da categoria dos ataques reais para uma “defesa da Carreira” que não lhe exige nada de prático, isto é, nenhum enfrentamento concreto aos ataques concretos que estão em curso, tais como o “decretarso”, o PNE, a avaliação por mérito, a luta pela extensão dos Planos de Carreira e da estabilidade aos contratados, etc. A recusa da direção do CPERS em modificar o eixo principal de luta que é atualmente o pagamento imediato do Piso para a defesa do Plano de Carreira, escrevendo secundária e simbolicamente nos cartazes e resoluções a “defesa do Plano de Carreira”, faz parte desta enrolação. Enquanto PT-CNTE-CUT defendem abertamente o desmonte dos Planos de Carreira, PSTU e CS da CSP-Conlutas, PSOL-Intersindical, PSB-PCdoB-CTB, PCB e CEDS do 39º núcleo, sustentam o desmonte dissimuladamente através desta política.
-  Defesa dos Planos de Carreira e contra o Calote do Piso! Em defesa da Educação Pública!
-  Contra a privatização que está em curso através da reforma do Ensino Médio e do novo PNE!
- Pela extensão dos Planos de Carreiras aos contratados: defesa da estabilidade e pela efetivação dos contratados após 3 anos de estágio probatório!
- Mais verbas para educação pública! Contra os cortes de verbas de 1,9 bilhão do governo Dilma!
- Revogação do “decretarso”!

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