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14 de ago. de 2012

A UNIDADE DA BUROCRACIA SINDICAL EM DEFESA DO PNE DO GOVERNO DILMA E DE SUAS CANDIDATURAS ELEITORAIS

No Conselho Geral do CPERS, realizado no dia 10 de agosto de 2012, a direção da entidade e as correntes sindicais governistas fizeram um discurso demagógico atacando o governo Tarso; mas são as mesmas correntes que participam das campanhas eleitorais do PT e continuam filiadas a este partido. A hipocrisia e o oportunismo saltam aos nossos olhos e a dita “esquerda” (PSTU, PSOL, PCB, CS e CEDS) segue com sua política conciliadora de unidade com o governismo a qualquer custo, quer no movimento sindical ou nas eleições municipais pelo Brasil afora.
Esses farsantes prometem “mundos e fundos” durante suas campanhas eleitorais, iludindo a categoria. Nenhum dos candidatos ditos de “esquerda” denunciam o regime e a farsa das eleições burguesas como sendo um jogo de cartas marcadas, onde ocorre o revezamento de cargos no parlamento e executivo sem alterar em nada os privilégios das elites, que permanecem intactos, em detrimento dos direitos dos trabalhadores.
         O papel de uma direção sindical de luta e anti-governista deveria ser o de realizar um trabalho de formação política da categoria, denunciando esse processo que perpetua as elites no poder, debatendo, organizando e construindo a possibilidade de enfrentamento real aos desmandos dos governos capachos do imperialismo – como é o caso do governo Dilma, Tarso, Fortunatti e outros tantos. Mas a direção do CPERS faz o contrário: utiliza a estrutura do CPERS à serviço dos seus interesses políticos eleitoreiros de apoio à democracia burguesa.
       Nesse mesmo dia foi votada a participação do CPERS Sindicato na VIII Conferência Nacional de Educação da CNTE-CUT, que acontecerá nos dias 19 a 21 de setembro, em Recife, Pernambuco, que contará com apenas 300 inscritos e que tem como pauta principal do debate – conforme site da CNTE – o novo PNE - Plano Nacional de Educação. Será uma conferência burocrática apenas para as cúpulas sindicais para dar apoio incondicional ao PNE do governo Dilma e do Banco Mundial, que está privatizando a educação pública a partir da destinação das verbas do Ministério da Educação para o setor privado via o PRONATEC (IFES e Sistema S – Senai, Senac, Sesi...), além das parcerias público-privadas, que significa a interferência direta do setor privado na educação pública (Unibanco, Itaú, Bradesco...). No mesmo sentido, este encontro burocrático apoiará as demais políticas do governo Lula/Dilma, tais como o PROUNI – que desvia dinheiro da universidade pública para encher os bolsos do empresariado das universidades e faculdades privadas –, as avaliações externas e a meritocracia na educação. Nós, da Construção pela Base, votamos contra a participação nessa conferência e o PSTU (Democracia e Luta) mais uma vez foi o defensor da participação nos fóruns sindicais de cúpula da CNTE-CUT. Novamente vemos seu discurso contradizer sua prática, que é o critério da verdade!
       No debate sobre a Conferência Estadual que o CPERS deverá organizar em outubro tivemos polêmicas com a direção. A realização dessa conferência foi aprovada na assembleia do dia 02 de dezembro de 2011 e deveria ter acontecido no 1º semestre de 2012, tendo como principal pauta a “A Educação que queremos”, como forma de nos contrapor à Reforma do Ensino Médio do governo Tarso-PT. Nossa oposição propôs que a Conferência deveria contar com ampla participação da categoria, isto quer dizer: sócios e não sócios, que a etapa escolar acontecesse em setembro, a municipal e dos núcleos em outubro, e a estadual em novembro; com elaboração do caderno de teses e utilizando o critério a cada 10 (dez) participantes eleger 1 (um) delegado para a Conferência Estadual, possibilitando o maior número possível de participantes. O local que indicamos foi a Praça da Matriz para dar visibilidade ao nosso movimento e agregar à nossa luta a comunidade escolar. Sendo rejeitada a nossa proposta e aprovada a da direção do CPERS, qual seja: Conferência Estadual à frio, sem discussão real na base, prevista para o dia 19 e 20 de outubro, com a possibilidade de participação apenas dos sócios, no Hotel Embaixador, excluindo, na prática, milhares de trabalhadores que ainda não são sócios e a possibilidade de agregar na nossa luta a comunidade escolar.
       Foi aprovado também o “mais do mesmo” para continuar viciando as discussões, isto é, continuar a campanha de denúncia pelo não cumprimento da lei do piso, os ataques aos direitos dos educadores e o desmonte da educação pública, como a reforma do ensino médio, contratos emergenciais, privatizações e transferência de gestão, sendo que até agora a campanha de denúncia do governo Tarso e seu acordo com o Banco Mundial está aquém da deflagrada contra Yeda; isso pra não dizer: quase inexistente! O governo tem atacado permanentemente a categoria e o sindicato se pronuncia depois de alguns meses de uma forma camuflada e tímida, o que denota a sua conivência total. A direção além de capitalizar o “FORA YEDA” para eleger o governo Tarso, também foi responsável por semear ilusões no governo. Agora que não restam dúvidas de que o governo Tarso é a continuidade do governo Yeda – fato que nossa oposição denunciava desde 2010 – faz para categoria um discurso pseudo-antigovernista.
       No dia 14 de agosto, com o velho e batido argumento de pressionar os deputados, mais uma vez convoca a categoria para assistir o “circo viciado do parlamento”, onde será votado o Projeto de Lei que inclui todos os funcionários de escola no Plano de Carreira. Ajudará os partidos da burguesia a aprofundar a demagogia e a propaganda eleitoral em véspera de eleição. O Conselho Geral também aprovou a realização de um ato público estadual no dia 24 agosto, em Porto Alegre, onde será divulgado o resultado de uma pesquisa sobre a saúde do trabalhador na educação, mas que também servirá de palanque eleitoral para os candidatos a vereador e prefeito. A burocracia sindical não dá ponto sem nó, por isso inventou esse ato público para faturar o voto dos desavisados e iludidos. É hora dos educadores darem um passo adiante e não depositarem nenhuma confiança na demagogia eleitoral da democracia dos ricos! Nenhum candidato da burocracia sindical eleito poderá conquistar nada por nós em instituições corrompidas como estas, onde impera o poder do dinheiro, da chantagem e do suborno. Só a nossa luta e organização independentes do Estado burguês e das burocracias sindicais poderão garantir nossos direitos e preparar vitórias futuras.



       

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