Em
um mês na direção do CPERS Articulação Sindical, Articulação de Esquerda- PT e
PC do B já transformaram o CPERS no braço sindical da SEDUC. Após se eleger
com um falso discurso de oposição e prometendo reaproximar o sindicato da base,
estamos vendo exatamente o oposto: o aprofundamento da política burocrática e
de cúpula, que confirma as análises que vínhamos fazendo.
A “nova” direção já
se reuniu publicamente com o governo Tarso, pelo menos, duas vezes (descontando
as reuniões de bastidores). A categoria ficou sabendo destes encontros pela
internet. Eles não foram preparados e debatidos previamente em nenhuma
instância do sindicato. Nestas reuniões, governo e CPERS demonstraram sua
perfeita sintonia e simetria. O “novo estilo” do CPERS, vendido pela grande
mídia (Correio do Povo e RBS) em
apoio à “nova direção”, nada mais é do que o velho sindicalismo governista. Estas
“negociações” servem apenas a fins eleitorais, divulgando supostas “concessões”
do governo (adicional noturno, aposentadoria especial, “promoções”, promessa de
concursos para funcionários) justamente nas vésperas das eleições. As mentiras
da campanha eleitoral de Tarso de que o seu governo “pagou o Piso” não só não
serão desmentidas, como serão reafirmadas pela direção eleita. A bandeira do
cumprimento de 1/3 de hora atividade já foi enterrada. A “Carta aberta à comunidade gaúcha” foi lançada para defender o Plano
Nacional de Educação (PNE) – o principal plano “educacional” dos governos
petistas – usando da velha tentativa de dizer que ele “está em disputa”, quando
sabemos que o PNE não pode ser disputado, pois é um projeto do Banco Mundial
para intensificar a privatização do ensino público e atender as demandas da
burguesia para a “formação técnica” de mão de obra barata. As declarações
vazias da direção anterior “contra o PNE” se transformarão, com a “nova”
direção, em ações concretas para a sua plena aplicação, contendo e sabotando o
movimento sindical.
Outro fato que
demonstra os métodos da “nova” direção do PT no CPERS é o rompimento do
contrato com o escritório que prestava assessoria jurídica ao sindicato
(Young Dias Lauxen & Lima) e o reatamento dos laços com o antigo (Buchabqui
e Pinheiro Machado Advogados Associados) que, não casualmente, é de um advogado
parceiro de Tarso. Tudo isso foi feito, novamente, sem passar por nenhuma
instância do sindicato, seja Assembleia Geral, de núcleo, ou Conselho Geral.
Estas são pequenas
demonstrações de como a “nova” direção do CPERS (Articulação Sindical, AE- PT e PC do B) pretende “reaproximar o CPERS da base”. O seu
“diálogo” será apenas com o governo Tarso em detrimento da base da categoria.
Para acobertar toda a política privatista do PT, a “nova” direção aumentará o
autoritarismo dentro do CPERS usando o peso do aparato para sufocar a base. Foi
por isso que o governo investiu tanto nestas eleições sindicais.
A
CAIXA PRETA DAS FINANÇAS SE INTENSIFICARÁ!
PELA
ABERTURA DAS CONTAS DO CPERS POR UMA COMISSÃO DE BASE!
A
“nova” presidente mal assumiu e declarou que a antiga direção deixou “um rombo”
nas contas do sindicato. A falta de transparência financeira do CPERS deixa
todo o tipo de margem à dúvidas. Sabemos como a burocracia sindical lida com o
dinheiro alheio. Porém, não será a direção atual que irá solucionar este
problema. Exigimos a imediata abertura das contas do sindicato, feita por uma
comissão independente de educadores de base, eleita nas assembleias de núcleos.
O
PLEBISCITO DE DESFILIAÇÃO DA CUT ESTÁ AMEAÇADO!
No VIII Congresso
do CPERS, em Bento
Gonçalves , foi aprovada uma resolução que propunha um
plebiscito sobre a desfiliação do CPERS da CUT. No Conselho Geral do dia
11/04/2014 foi aprovado o calendário de debates sobre a desfiliação que segue: 06/10 a 28/11/14 - Debate na base da categoria (escola, núcleo e estadual);
03 e 04/12/14 - Plebiscito Estadual;
Conselho de dezembro/14 - Marca a
Assembleia Geral de deliberação.
Direção nenhuma pode desautorizar uma
resolução aprovada em congresso, que é a maior instância do sindicato. Mas as
correntes sindicais do PT, seguindo o exemplo do autoritarismo do seu governo,
que governa à margem de leis e retira direitos sociais, estão trabalhando no
sentido de boicotar este plebiscito. Toda a ação da Articulação Sindical em
menos de um mês na direção do CPERS não deixa dúvidas sobre isso. É por isso
que os educadores conscientes precisam se mobilizar para garantir a realização
deste plebiscito; ainda mais neste momento em que a maioria da categoria clama
pela desfiliação da CUT. O grande problema está no fato de que a maior parte
dela não é filiada ao sindicato.
A
desfiliação do sindicato não serve como forma de protesto, pois facilita que a
burocracia sindical e os seus comparsas controlem melhor o aparato. Os filiados
cutistas e petistas nem cogitam tal hipótese. Por isso, é fundamental que todos
os educadores indignados e independentes não apenas mantenham-se filiados no
CPERS, como aqueles que não são filiados, se filiem para poder participar dos
seus fóruns, ajudando a fortalecer a oposição à burocracia dirigente – única
forma de tornar este sindicato realmente independente e de reaproximá-lo da
base da categoria.
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