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3 de set. de 2015

GOVERNO SARTORI NÃO RECUA, MAS INTENSIFICA SUA OFENSIVA

   A direção do CPERS lançou um panfleto em que afirma que o governo Sartori (PMDB) “recuou na sua ideia de parcelar o salário dos servidores em três vezes e pagou o valor integral na data em que prometera debitar a segunda parcela”. Isso só pode ser um deboche com a categoria, pois o governo Sartori não só não recuou nessa intenção, como rebaixou ainda mais o valor para o parcelamento e agora apresenta um calendário confuso, permeado por ameaças de um calote total nos próximos meses. Como a burocracia sindical dirigente não pode falar a verdade abertamente sobre a farsa da sua greve de três dias, precisa maquiar a realidade para vender uma falsa ideia de “vitória”.
   Como se isso não bastasse, a direção central ainda omite sobre a fraude da dívida pública, apresentando uma imagem confusa, que não aborda o principal problema da sangria dos cofres públicos. Atacar o roubo da dívida pública, transformar essa questão num tema para uma grande agitação visando desmascarar o papel dos agiotas e dos bancos nacionais e internacionais está fora de questão para a burocracia cutista porque isso desmascara o governo Dilma (PT), que é também adepto da mesma política financeira em benefício do grande capital. Sendo assim, não apenas a sua política prática, mas a sua agitação e propaganda são omissas, amputadas, falsas! Não podem conduzir uma luta consequente da categoria, como bem alertamos desde o dia seguinte da sua posse. A sua “conscientização” é, na verdade, uma forma diferenciada de alienação.

CONFORME TEXTO PUBLICADO POR NOSSA OPOSIÇÃO EM 23/08/2015, A SITUAÇÃO REAL, SEM MÁSCARAS, É A SEGUINTE:
   O PMDB, PT e demais partidos, unem-se na aplicação dos planos de ajuste contra os trabalhadores. Não há divergências significativas entre eles. Aqui no Estado, o parlamento aprovará os pacotes do governo Sartori. A ordem dos donos do mundo é aplicar os planos do imperialismo, custe o que custar. Este é o compromisso de todos os governos e dentro do capitalismo não há alternativa. Diariamente o capitalismo dá provas de falência e não pode promover o bem estar para todos; ao contrário, promove apenas o bem estar das elites às custas do sofrimento do povo.
   A direção do CPERS cumpre o papel de frear as lutas, servindo como agente do governo dentro do movimento. Em nome da “governabilidade” do PT/PMDB, direciona o movimento para a derrota. Atingiu seu objetivo ao aprovar uma greve de faz de conta, de três dias, apenas para dar vazão à indignação e ao descontentamento da categoria frente aos ataques do governo. Voltamos ao trabalho com a possibilidade real de não termos salário no final de mês: o congelamento e o parcelamento permanecem. Nenhum projeto foi retirado da Assembleia Legislativa. O governo continua na ofensiva e, se depender da direção, não haverá resistência consequente. A burocracia sindical do CPERS entra como um elo na manutenção do capitalismo decadente, ajudando a burguesia a passar sua crise para os trabalhadores.
   Assim como o governo Sartori, os sucessivos governos que passaram pelo Piratini mantiveram e aprofundaram essa lógica perversa do capital, porque são comprometidos e se beneficiam com este sistema. Os defensores do governo Tarso (PT) negam sua responsabilidade pela atual situação. Esquecem que o seu governo manteve e aprofundou as isenções fiscais às grandes empresas, aumentou o desconto da previdência pública, criou o fundo previdenciário, atacou nosso plano de carreira e não enfrentou os sonegadores.
   Os planos de ajuste do capital não têm hora para acabar. Vemos isso em todo o mundo. O Estado destina R$ 14 bilhões às isenções fiscais às grandes empresas (Gerdau, GM, etc.) e envia 13% do orçamento anual do Estado para o pagamento da dívida. A sonegação de ICMS está na casa de R$ 6 bilhões. O governo insiste em convencer a opinião pública de que o problema é a folha de pagamento e a previdência dos servidores públicos; e para isso utiliza a grande mídia, que recebe isenções fiscais e sonega impostos, para espalhar mentiras. A União não fica atrás, destina 47,5% do orçamento anual para o pagamento da dívida pública, enquanto o gasto com saúde e educação somam juntos, 7%. Quanto mais se paga, a dívida mais aumenta. Se depender dos agiotas e do governo, continuará a sangria dos recursos, matando os trabalhadores à míngua. As dívidas públicas fraudulentas são a forma de sobrevivência do capitalismo parasitário. Não existe solução enquanto o mesmo subsistir. É preciso resgatar e debater uma estratégia revolucionária socialista.

- Leia este texto na íntegra no nosso blog: www.construcaopelabase.blogspot.com (postagem de 23/08) 
  
PROPOSTAS PARA O CONSELHO GERAL AMPLIADO:
1) Grande agitação de denúncia da fraude da dívida pública mostrando que ela já foi paga e contra as isenções fiscais às grandes empresas.
2) Convocar uma Assembleia Geral para 8 de setembro (tempo necessário para o interior poder se organizar a sua participação e vinda para a capital) visando deflagrar uma greve por tempo indeterminado;
3) Que o Conselho Geral ampliado delibere pela continuidade da greve até a Assembleia Geral de 8/9;
4) Que a Assembleia Geral de 8 de setembro seja democrática, com direito à fala das correntes minoritárias, da base, abertas às propostas, com direito à defesa, sem seguranças privados e capatazes.


Panfleto distribuído no Conselho Geral Ampliado do CPERS dia 02/09/2015

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