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5 de jun. de 2016

DEPUTADO DO PP VAN HATTEM PAVIMENTA O CAMINHO PARA O FASCISMO

        
       Há um crescimento da direita conservadora e do fascismo no mundo. Isto se dá como o reflexo do acirramento da crise capitalista internacional e do patrocínio ideológico, político e militar da grande mídia e de diversos partidos e governos em diferentes países. No Brasil não é diferente. Temos visto o aumento da influência de personalidades e deputados como Jair Bolsonaro (PSC), Eduardo Bolsonaro (PSC), Marcos Feliciano (PSC), Alexandre Frota, da bancada evangélica como um todo e, no Rio Grande do Sul, de políticos como Marcel Van Hattem (PP).
        Sem ter sido formalmente eleito, Van Hattem assumiu sua cadeira como deputado estadual na ALERGS em razão da nomeação de Pedro Westphalen (PP) para a secretaria dos transportes do Estado. Com uma formação intelectual neoliberal, defesa ideológica escancarada do capitalismo e proximidade com o pensamento político da revista Veja, Van Hattem cumpre o papel de propagandista e agitador do fascismo no Rio Grande do Sul.
        Beirando uma espécie de paranoia anticomunista (uma espécie de McCartismo brasileiro), Van Hattem vê comunismo no PT, nas redações de jornais da grande mídia, na suposta “manipulação de estudantes” para ocupar as escolas públicas. Em editorial publicado na ZH (31/05/2016), Van Hattem afirma que os estudantes não ocuparam as escolas por iniciativa própria, mas orientado “por sindicatos e partidos de esquerda”, além de classificá-los como “invasores”. Como é impossível negar o caos gerado pela política que defende (neoliberalismo e o capitalismo) para a sociedade e os serviços públicos, faz demagogia ao reconhecer formalmente a situação dos professores e do sucateamento das escolas públicas. Logo a seguir, procura criminalizar sutil e ideologicamente o movimento autônomo dos trabalhadores e dos estudantes.
        O deputado do PP se postula como teórico desta direita, visando intensificar o ódio da classe média contra o socialismo, a esquerda ou mesmo qualquer movimento que questione a ordem vigente. Como a crise econômica obrigou a burguesia a acabar com a tolerância a governos populistas, a sua campanha ideológica visa radicalizar o ódio na pequena burguesia contra os trabalhadores e em defesa do capitalismo, tirando do caminho qualquer obstáculo, real ou imaginário, inclusive ajudando a dar base para golpes de estado visando a intensificação da retirada de direito dos trabalhadores. Van Hattem esteve ao lado de Michel Temer na posse do governo golpista. Defende a PL 44 e toda a política de privatização; ou seja, todo o programa que aumenta o caos dos serviços públicos e da educação pública. Este caos é o verdadeiro motivo das ocupações de escola, seja em São Paulo, Rio de Janeiro ou no Rio Grande do Sul.
        O ódio – amplamente disseminado pela grande mídia – com que Van Hattem e o PP tentam jogar a população contra as ocupações e o movimento dos trabalhadores, cega qualquer tipo de discussão racional. O golpe do impeachment, diferentemente do golpe militar de 64 está se consumando em partes: o governo sustenta as políticas de austeridade, os ideólogos e teóricos da direita disseminam via grande mídia seu pensamento reacionário e de ódio, auxiliando o que o governo Temer não pode dizer abertamente, preparando as bases na opinião pública para aprofundar as consequências nefastas da política golpista. Não foi casual que Alexandre Frota – um estuprador confesso – tenha ido ao MEC entregar um documento apresentando um “novo” programa para a educação, cujo conteúdo é idêntico ao programa educacional da ditadura militar e ao sustentado por Van Hatten a partir do PL que defende, conhecido como “Escola sem Partido”. O partido de Van Hattem, o PP, surgiu a partir da ARENA (o partido dos militares durante a ditadura militar) e é a sigla de deputados como Paulo Maluf, conhecido pela corrupção (“rouba, mas faz”) e por sustentar a cultura do estupro (aos assaltantes e estupradores recomendava: “estupra, mas não mata”).
        Personalidades como Van Hattem, Jair Bolsonaro, Alexandre Frota e outros visam apenas soltar a tampa da panela de pressão das contradições da sociedade capitalista, justificar a repressão, a ascensão do fascismo e de políticas que criminalizam os trabalhadores. A sua real intenção com este editorial é angariar o apoio de agressores contra as ocupações e a greve dos educadores. Tal como Frota, Van Hattem é defensor de uma escola tradicional, voltada a formar mão de obra barata para o mercado e sem o menor resquício de democracia (o PL “Escola sem partido” deveria se chamar “escola sem democracia”). A destruição dos serviços públicos não poderá ser efetivada apenas por medidas parlamentares, mas precisará recorrer à utilização do fascismo, ao qual o PP ajuda a pavimentar o caminho.

        Os trabalhadores conscientes devem estar atentos ao papel cumprido pela direita radical e a “caixa de Pandora” que pretendem abrir. ZH, escondendo-se atrás da falsidade sobre “liberdade de imprensa”, apenas ajuda a disseminar as posições reacionárias que mantém o capitalismo em decadência. A divulgação de vários editoriais de Van Hattem transforma o jornal da RBS em cúmplice da ascensão do fascismo no país. Não esqueçamos que antes de assumir o poder, Hitler e os nazistas desenvolveram um longo trabalho parlamentar e de discussão ideológica com a sociedade visando dominar e confundir a opinião pública alemã. O pseudo-reformismo do PT e de alianças também preparou o caminho para o surgimento de aberrações como Van Hattem. Cabe aos trabalhadores conscientes tirar as conclusões e preparar a frente única de resistência à sua ascensão.

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