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12 de nov. de 2017

A GREVE CONTINUA! E AGORA?

Mesmo com campanha da grande mídia e do governo, em assembleia geral de vanguarda, os educadores, por ampla maioria, derrotaram a intenção da burocracia sindical de encerrar a greve. Algumas perspectivas se abrem e é necessário trabalhar, num esforço gigantesco, para esgotar todas as possibilidades. Sabemos, por dura experiência, que quando a continuidade da greve é aprovada, a direção central e a maioria do comando de greve deixam o movimento morrer de inanição, sem defesa e sem ataque. É por isso que propusemos que o comando de greve se estendesse para além das correntes políticas, com direito a voz e voto, mas fomos derrotados pela burocracia sindical com o apoio de setores “independentes”. A base votou contra si própria. Assim, novamente a direção central e as correntes políticas majoritárias terão o controle sobre o comando de greve.

Todos os educadores conscientes, que estão na vanguarda da greve, precisam se atentar para isso. Não derrotaremos um duro ajuste fiscal com táticas reformistas, rotineiras, que apenas aprofundam as ilusões e geram novas; ou com a análise permanente do “refluxo da greve” (por mais importante que seja acompanhar isso) sem propor nada para intervir sobre isso.

A assembleia geral ainda aprovou um plano de lutas muito importante, que se colocado em prática realmente, pode ajudar a esgotar todas as possibilidades. 

Somado a isso, propomos algumas políticas:

- Reuniões periódicas do comando estadual de greve, de, no máximo, dois em dois dias.
- Ampla convocação, para que todos que puderem e quiserem tenham o direito de observar as reuniões.
- Realização do encontro de base dos servidores públicos e demais trabalhadores para tirar um calendário de luta unificado, estejam estas categorias em greve ou não. Aproveitar a possibilidade de unidade com o SIMPA.
- Realização das plenárias para organizar a luta e debater auditoria do FUNDEB. Estas plenárias também podem ser convocadas amplamente, para que outros servidores de outras categorias possam se somar a ela.
- Grande campanha popular de agitação de denúncia do ajuste fiscal, dando ênfase às irregularidades nas contas do governo Sartori! Locais: esquina democrática, terminais de ônibus de Porto Alegre e do interior, entroncamento de avenidas com proximidade à várias escolas. Nestas agitações deve se denunciar o ajuste fiscal, a renegociação da dívida e responder os ataques da grande mídia. Isto pode ser feito mesmo com poucos grevistas, desde que tenham carro de som (caixa de som ou megafone), mas é claro que o ideal é que seja feito com muitas pessoas. O que queremos dizer é que o número, neste caso, não pode ser usado como desculpa para não se fazer nada. A mídia e o governo precisam ser respondidos nas ruas, sem demora. A única forma de atingirmos um governo que está pouco se lixando para a educação pública é fazendo com que toda a população compreenda o que significa o ajuste fiscal e a renegociação da dívida.
- Comissão de comunicação permanente, para acompanhar os ataques da grande mídia e respondê-los prontamente nas redes sociais, nas mídias alternativas e, se der, na grande mídia.
- Prestação de contas permanente da situação financeira do CPERS para o comando estadual de greve.

Sabemos que a correlação de forças é desfavorável e há um refluxo, porém, é possível esgotar estas possibilidades, mesmo com baixos recursos financeiros. O que não será possível tolerar é que o comando estadual deixe a greve morrer por inanição. Neste caso, se tratará, novamente, de não colocar em prática uma decisão soberana da assembleia geral e, portanto, uma traição.

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