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9 de jan. de 2018

A DIREÇÃO DO CPERS DEIXA A CATEGORIA SEM ACORDO DE GREVE

Após a derrota do movimento grevista sempre se abre o período de reação contra os lutadores. O "acordo de greve" supostamente firmado entre a SEDUC e o CPERS no dia 15 de dezembro até agora não foi oficializado pelo governo Sartori (MDB e aliados). A postergação da divulgação do documento sobre o acordo de greve por parte do governo deixa nítido que ele quer impor o seu "acordo de greve" através das CREs, utilizando-se do seu método preferencial: o assédio moral e a tortura psicológica.
Nas CREs do interior, como a de Rio Grande, por exemplo, a chantagem chega ao cúmulo do absurdo de exigir o cumprimento dos 200 dias letivos, numa clara violação do direito de greve, tentando visivelmente punir os grevistas. Como será possível cumprir isso sem romper com todo o calendário do ano letivo de 2018 proposto pelo próprio governo, além de comprometer as férias de alunos e educadores (outra violação do suposto acordo de greve)? Por que impõe aos companheiros de Rio Grande e de muitas escolas de Porto Alegre uma recuperação inviável dos 200 dias letivos ao invés de propor políticas pedagógicas exequíveis de condensação de conteúdos? Resposta: porque querem punir as escolas que fizeram greve!
A CRE de Rio Grande chega ao absurdo de ameaçar contratados e convocados de não receber salário em janeiro e fevereiro com a alegação de que já teriam recebido durante a greve. Ora, isto é outra violação do suposto acordo de greve e da liminar judicial que impede descontos. A SEDUC e a CRE passam de todos os limites quando ameaçam estes educadores afirmando que nem sequer demissão podem pedir, pois ficariam devendo ao governo. O que é isso senão uma tentativa de restauração da escravidão?
A tática da perseguição é simples, porém perversa. O governo finge que não sabe de nada. O gabinete do secretário culpa as CREs, que culpam as direções de escolas, e vice-versa. Enquanto isso colegas estão sendo obrigados a trabalhar em desvios de função, ameaçados de não receber salário, a trabalhar até fevereiro, março e abril! O governo Sartori, suas instituições e a mídia transformaram o Estado em “terra de ninguém” quando se trata dos trabalhadores.
Em Porto Alegre vários companheiros foram perseguidos e removidos de escola sem que a direção central do CPERS nada fizesse. Nem sequer assessoria jurídica prestou. Lavou as mãos totalmente, deixando os lutadores à mercê do assédio moral e da perseguição política. Esta postura perante a ausência de um acordo de greve real e a reação absurda da SEDUC e das CREs só pode significar o apoio à punição destes grevistas. A burocracia sindical, tal como o governo Sartori, a SEDUC e as CREs, quer punir aquela base que teve a ousadia de seguir lutando e desmascarando as suas vacilações.
Frente à conivência da direção do CPERS, não vemos outra possibilidade de enfrentar estes ataques sem a troca de experiência entre as escolas e a organização de uma resistência coletiva, que case táticas políticas de agitação, propaganda, mobilização, com ações judiciais. Propomos uma plenária da região metropolitana e dos núcleos do interior (seja com o apoio do núcleo, ou mesmo sem, onde a inanição for total) com objetivo de organizar a resistência contra os desmandos do governo, da SEDUC e das CREs. É preciso denunciar em todas as instâncias possíveis, mas sobretudo para a opinião pública e as comunidades escolares a tática traiçoeira do governo em romper o acordo de fim de greve e se fazer de “desentendido”, dando carta branca pra todo tipo de autoritarismo e arbitrariedade.

- A VERGONHOSA OMISSÃO DA DIREÇÃO DO CPERS É A CUMPLICIDADE COM A PUNIÇÃO AOS GREVISTAS!
- ABAIXO A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA E O ASSÉDIO MORAL!
- PELA IMEDIATA REINTEGRAÇÃO DOS COLEGAS PERSEGUIDOS!
- CONTRA A PUNIÇÃO DE QUEM LUTA! PELO DIREITO DE GREVE E PELO CUMPRIMENTO DO ACORDO DE GREVE!
#NENHUM@CONTRATAD@AMENOS #NENHUM@GREVISTAAMENOS

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