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10 de jan. de 2018

A LEI DA MORDAÇA EM VIGOR NO COLÉGIO ESTADUAL CÔNEGO PAULO DE NADAL

A nossa greve, apesar de derrotada, teve alguns méritos. Um deles foi demonstrar a perversidade de direções de escolas, que afirmando "defender" a categoria e a greve, na verdade atuaram em conluio com o governo no melhor estilo "capitão do mato", visando garantir seus interesses pessoais em detrimento da luta de toda a categoria.
No caso do Colégio Estadual Cônego Paulo de Nadal, a direção junto com o Conselho Escolar, forjaram atas à revelia da presença dos professores, fraudaram o livro-ponto, excluíram os grevistas dos grupos do whatsapp, criaram um grupo oficial em que ninguém poderia posicionar-se e/ou fazer questionamentos políticos. Como se a educação pudesse ser neutra e apolítica.
A direção da escola seguiu com atitudes reacionárias, ofendeu e deturpou a fala dos colegas grevistas que procuravam esclarecer os alunos da EJA sobre o movimento grevista, a precariedade da educação e as ofensivas do governo sobre toda a sociedade rio-grandense. Não satisfeita, a direção e os demais setores (orientação e supervisão) assediaram as famílias que estavam apoiando o movimento grevista. Apesar da postagem da direção da escola nas redes sociais, negando este ato, muitas famílias foram tolidas no seu direito de manter o apoio aos grevistas. É desta forma que a direção da escola age. Diz uma coisa e, na prática, faz outra.
No retorno da greve, em reunião a pedido dos grevistas, a direção se comprometeu em não perseguir e assediar, mas foi só terminar a mesma reunião para que a direção rompesse com sua palavra. Imediatamente liberou a carga horária de uma colega grevista. Para dissimular sua arbitrariedade, reuniu os demais professores em outro turno, apresentando uma versão contraditória, forjada na mentira e em situações falaciosas.
Ao invés da união do coletivo de professores, a direção incitou a cisão entre os colegas, encorajou que muitos professores tomassem o lado da direção, como se o inimigo a ser considerado, fossem os professores grevistas e não o governo, que intensifica a carestia de vida dos trabalhadores. Para piorar, tiveram a desfaçatez de lançarem declarações mentirosas procurando justificar o injustificável: a remoção de grevistas da escola e a perseguição de outros, ao mesmo tempo em que afirmava apoiar a greve e não perseguir ninguém.
A direção utiliza do método de ameaças veladas aos grevistas, e agora a perseguição é dirigida a mais um colega. Não medem esforços para assediar, perseguir e expor os lutadores, além de tentar submetê-los em conversas fechadas e longe do coletivo do Colégio, ignorando o acordo de construir coletivamente o calendário de recuperação da greve. Além disso, contam com o apoio da 1a CRE para impor a perseguição política, apesar dos grevistas terem se colocados sempre à disposição de construir um calendário de recuperação da greve, de forma coletiva, com os demais segmentos da comunidade escolar. A direção da escola não reconhece o significado de gestão democrática e se utiliza de métodos ditatoriais e exclusivamente burocráticos.
A presença de apoiadores do Bolsonaro, adeptos da "escola sem partido", na equipe diretiva, fez a direção como um todo, reviver as práticas do período da ditadura militar e/ou stalinista.
Cabe agora nos perguntarmos: o que podemos esperar de ações efetivas da direção central do CPERS? Qual a ação jurídica que o CPERS pretende ajuizar contra estes e outros desmandos de direções de escolas?
As perseguições contra os grevistas se intensificam. Resta saber se a direção central seguirá com sua cegueira institucionalizada ou agirá em prol daqueles que lutaram por garantias mínimas de manutenção de direitos e por uma educação pública de qualidade.
Poucas correntes sindicais se manifestaram em solidariedade aos grevistas que, espalhados em todo o Estado sofrem o assédio das direções de escolas e das CREs.
Seria possível que a Direção Central do CPERS estivesse aliada às direções de escola e às CREs, no intuito de facilitar a punição aos lutadores, uma vez que estes levaram até às últimas consequências o movimento paredista? Seria uma forma de punição?
Felizmente algumas correntes sindicais prestaram solidariedade, bem como muitos ativistas independentes. Seguiremos firmes, com a nossa bandeira hasteada, resistindo e denunciando toda e qualquer perseguição aos lutadores.

- SOLIDARIEDADE AOS LUTADORES DO COLÉGIO ESTADUAL CÔNEGO PAULO DE NADAL!
- SOLIDARIEDADE AOS COLEGAS QUE LÁ SOFREM ASSÉDIO MORAL!
- PELO FIM DO ASSÉDIO MORAL E DA PERSEGUIÇÃO AOS GREVISTAS!
- PELA IMEDIATA AÇÃO OFENSIVA DO CPERS EM PROL DOS GREVISTAS!

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