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7 de mar. de 2018

O TRABALHO ESCRAVO NA CIDADE DE RIO GRANDE


Na cidade de Rio Grande (RS) educadores estão sendo submetidos a trabalho escravo para pagar dias de greve




Desde o final da greve, em 8 de dezembro de 2017, os lutadores de Rio Grande (RS) vêm sendo submetidos a uma árdua perseguição por parte do governo Sartori (MDB e aliados), CREs e SEDUC. Tal como a 1ª CRE (hoje SEDUC) e outras, a 18ª CRE passou de todos os limites quando rompeu com qualquer tipo de legislação ou direito de greve, afirmando que os educadores convocados e contratados não receberiam nenhum centavo durante os meses de recuperação, pois “teriam recebido durante a greve”. Muitos destes grevistas se defenderam afirmando que não recuperariam ou pediriam demissão. Seguindo o exemplo da SEDUC e de outras CREs, os escravistas da 18ª CRE, então, afirmaram que o pedido de exoneração geraria “uma dívida com o estado, que se não fosse paga com a recuperação dos dias de greve, teria que ser paga em dinheiro”.
         Para nós não restam dúvidas de que se trata de um regime de escravidão. Trata-se, antes de tudo, de uma punição autoritária de grevistas que tiveram a ousadia de desafiar a tirania do governo Sartori por mais de 3 meses de greve, além de desconsiderarem os apelos piedosos da direção central do CPERS e do 6º núcleo, ambas ligadas à Articulação Sindical (PT-CUT), pelo fim da greve. Nenhum sindicato ou militante sério pode ficar indiferente à barbárie a que estes educadores grevistas estão sendo submetidos em Rio Grande. É preciso cobri-los de solidariedade e denunciar, aos quatro cantos, esta imposição escravista por parte da 18ª CRE.
         Não é o que faz a direção do CPERS, que foi alertada diversas vezes, desde dezembro de 2017 e, de lá pra cá, a única coisa que fez foi vistas grossas. É a prova da falência total desta direção e do seu sindicalismo reformista, sustentados por uma verdadeira burocracia sindical que é muito eficaz para descontar mensalidades e fazer autopropaganda, mas cruelmente inerte para organizar a defesa dos educadores na vida real. A velha e batida justificativa (usada mais como forma de ganhar tempo do que qualquer outra coisa) é que a direção central “está pedindo para que todos os núcleos passem os casos de perseguição por escrito”, isto é, pelos canais burocráticos internos. Totalmente petrificada pela burocratização sindical, esta direção não está preocupada com a injustiça que acontece concretamente contra os educadores, mas com a simples documentação de papéis. Isto tudo, portanto, só pode significar o apoio (nem tão velado) à punição dos grevistas (e, de quebra, a conivência com o trabalho escravo). Para a burocracia sindical, tudo se resume a levar “denúncias formais” para “cobrar do Secretário de Educação em reunião”, como se este já não soubesse de tudo isso e realmente fosse fazer alguma coisa para resolver sem pressão vinda do sindicato e da categoria organizada.
         A atual direção do CPERS e do 6º núcleo não organizaram nenhuma luta de resistência contra o trabalho escravo. Além de não organizarem nada, sequer foram capazes de fazer uma denúncia pública, nas redes sociais, na mídia ou na Organização Internacional do Trabalho (OIT). É a demonstração cabal de que os lutadores independentes precisam tomar o sindicato com suas próprias mãos, sem o quê, todas as greves e lutas estarão fadadas a possíveis desfechos trágicos como este.

- Abaixo o trabalho escravo! Que os educadores de Rio Grande recebam integralmente o seu salário dos meses de recuperação.
- Pelo cumprimento do direito de greve! Desencadear uma campanha pública para que a 18ª CRE e a SEDUC sejam punidas por descumprirem a lei de greve e por imporem trabalho escravo!
- Abaixo a conciliação de classes que só traz desmoralização aos trabalhadores: abaixo a burocracia sindical! Por uma nova direção para o CPERS, que não tolere o trabalho escravo, seja classista, revolucionária e que organize os educadores pela base!

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