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12 de set. de 2015

BUROCRACIA SINDICAL DO CPERS EM CONLUIO COM O GOVERNO SARTORI ORGANIZA A DERROTA DA CATEGORIA!

       Na assembleia geral do CPERS de 11/09 presenciamos uma aula sobre os métodos de traição utilizados pela burocracia sindical contra a classe trabalhadora; quais sejam: total falta de democracia, bloqueio nas portas para sócios, muitos seguranças, grades iguais as usadas pelos governos para evitar que os trabalhadores se aproximem dos palácios, restrição nas falas; também havia um pelotão de seguranças para salvaguardar a direção da indignação da categoria e uma pauta governista de entrega da greve.
      Como se tudo isso não bastasse, a direção ainda quis patrolar a votação da continuidade da greve, mas a maior parte dos presentes se sublevou contra esta manobra, não conseguindo conter o ódio contra os golpes da burocracia sindical. A direção do CPERS (PT/CUT e PCdoB/CTB) cumpriu mais uma vez o papel de frear as lutas, blindando o governo Sartori (PMDB), seu aliado em nível federal. Quer claramente impedir as lutas, pois tem compromisso em garantir o terreno para os governos do PT aqui no Estado nas próximas eleições. O governo Sartori está na ofensiva contra os trabalhadores e não recuou em nenhum ataque. Mesmo assim, a direção do CPERS dirige o movimento para a derrota, com sua tática de “greve parcelada” de “faz de conta”. Para justificar seu peleguismo, a direção usa um argumento mentiroso de que não quer romper a unidade com o Movimento Unificado dos servidores públicos. Mas, como se viu, bastou o CPERS prolongar os dias de greve do Conselho Geral ampliado até 11/09 para que mais categorias aderissem também.
      A direção já havia montado o circo, pois divulgou para a grande mídia, sua aliada, um dia antes da assembleia, o FIM DA GREVE. Fez tudo isto à revelia da categoria. Manteve firme seu intento, numa disputa acirrada, na votação pela continuidade ou fim da greve, a direção decreta a SUSPENSÃO DA GREVE, “avaliando” por contraste o que era impossível de ver; negando-se a fazer a contagem da votação, mesmo depois da assembleia clamar por isso. A direção decide arbitrariamente suspender a assembleia e abandoná-la, facilitando a vida do governo Sartori e da grande mídia, que não perdeu um único minuto na divulgação do “fim da greve”.
      A violência praticada pela direção do CPERS (PT e PC do B) contra a categoria, que está sendo atacada brutalmente pelo governo Sartori com seus planos de ajustes, provocou uma rebelião de base legítima diante de tanta exploração e descaso de um governo e da direção do sindicato. Como a assembleia geral foi suspensa arbitrariamente pela direção do CPERS, não sendo concluída, suas deliberações não podem ter validade. Teremos que lutar por uma nova assembleia geral para definirmos os rumos do movimento. Até lá a GREVE DEVE CONTINUAR!
     
O papel cumprido pelas correntes da “oposição de ocasião”
      Infelizmente nem todos, como nós, pensam que a greve deveria continuar. As correntes da antiga direção do CPERS (MLS, PSTU e PSOL) defenderam, na prática, exatamente o mesmo calendário da burocracia dirigente; isto é, o fim da greve e apenas paralisação na terça feira. Escondem-se atrás da desculpa da “responsabilidade” para continuar levando adiante o mesmo papel que a direção central cumpriu. A única “irresponsabilidade” nessa história é a da direção central, que patrola a base da categoria. A principal preocupação destas correntes não é tirar todas as lições do autoritarismo vergonhoso da direção central, da necessidade de expulsar a burocracia sindical do CPERS, mas apenas capitalizar para si o desgaste da direção central visando as próximas eleições. A luta está condenada tanto com a direção atual, quanto pelas antigas correntes dirigentes, que visam voltar ao seu posto de comando.
      Se é certo que as antigas correntes da direção mantinham o mínimo de democracia sindical para os setores minoritários do CPERS, também é certo que a sua política e interesses gerais não diferem em nada dos interesses da burocracia cutista da direção central.

Direção do CPERS e RBS-ZH: juntos contra a luta dos servidores públicos
      Logo após a assembleia geral foi espantoso o número de distorções divulgadas incessantemente pela grande mídia, ávida por desmontar a greve do funcionalismo público e a do CPERS, em particular. A RBS (ZH e Rádio Gaúcha) não perdeu tempo e divulgou aos quatro cantos a posição oficial da burocracia sindical, mesmo presenciando o escândalo da manipulação com vários repórteres. Os manipuladores se entendem, por isso a RBS aproveitou o momento para destruir e atacar a greve do magistério. Além disso, teve a desfaçatez de dizer que a luta por democracia na assembleia era um “tumulto” e que a rebelião de metade dos presentes era obra de um “grupo de oposição”.
      A partir desta “cobertura imparcial” pode-se perceber como age a grande mídia. Quantos “tumultos” e “grupos de oposição” ela não utiliza para esconder a luta dos trabalhadores nos seus telejornais? Todo o trabalhador consciente precisa repudiar estas mentiras institucionalizadas e alertar os demais colegas que acreditarão nelas por não terem visto com os próprios olhos. Esta é a demonstração que a grande mídia é absolutamente parcial, inconfiável e antidemocrática. Só existirá realmente liberdade de imprensa quando ela deixar de ser um negócio lucrativo controlado por monopólios.

A desfiliação não é o caminho
      Muitos colegas ficaram tão indignados com os golpes e manobras da direção central que falam em desfiliar-se do CPERS. Sua revolta é absolutamente compreensível, mas queremos dizer-lhes que este não é o caminho! Precisamos disputar o CPERS das burocracias sindicais e lutar para criar formas de controle da base sobre a direção do sindicato. Este é a razão de ser de nossa oposição.
      Se desfiliar do CPERS para “mostrar indignação” e privar a direção da contribuição sindical não resolve o problema, mas o agrava. Os sindicatos se constituem em grandes organismos de frente única de toda a nossa categoria, que deve lutar por valorização salarial e por melhores condições de trabalho diante das investidas dos sucessivos governos que servem ao grande capital. O CPERS, bem ou mal, organiza massas de trabalhadores e é uma referência, como se viu com a greve do funcionalismo. Se ele não funciona como deveria, isso não é uma obra do acaso, mas o resultado do domínio da burocracia sindical sobre eles, que nada mais é do que o domínio indireto da burguesia sobre os sindicatos.
      Se desfiliar do CPERS não é uma forma de protesto contra a direção, mas apenas de enfraquecer a si próprio. É preciso permanecer dentro do sindicato para poder disputar os seus rumos. A melhor forma de protesto é compreender, se opor e votar contra os planos e os projetos da burocracia sindical. Devemos recuperar a nossa ferramenta de luta das mãos dessa burocracia parasitária, expulsando-a. O que a burocracia sindical mais deseja é que todos os militantes mais experientes, críticos e indignados se afastem do sindicato para lhe deixar o “caminho livre” para associar “sangue novo”.

As manobras da burocracia sindical só terão fim quando ela for expulsa dos sindicatos
      Que nenhum trabalhador do CPERS se esqueça das lições desta assembleia. O golpe da direção contra a base da categoria é o resumo do que é a burocracia sindical. Mas ela, que controla o aparato sindical através de diversos meios, não pode ser derrotada pela espontaneidade e pelos “militantes independentes” e dispersos. Por mais justa que tenha sido a indignação dos presentes de ontem, uma explosão espontânea não pode evitar outras manobras e golpes. Apenas quando criarmos as condições para a expulsão da burocracia sindical do CPERS é que conseguiremos dar fim a esse estado de coisas. As correntes burocráticas somente podem ser vencidas por uma corrente revolucionária, onde uma oposição sindical classista tem um grande papel. Corrente política não é sinônimo de burocracia, mesmo que a quase totalidade das atuais correntes o sejam.

      Esta indignação da base demonstrada na assembleia geral precisa converter-se em força organizada: estudo da burocracia, compreensão do seu papel, denúncia da sua política para a base, resistência aos seus projetos e planos, criação de mecanismos que garantam o controle da base sobre a direção, até criar as condições plenas para a sua expulsão! A nossa oposição coloca a questão da burocratização sindical no centro de sua intervenção e dá a sua contribuição nesta luta. Chamamos os demais ativistas e correntes de “esquerda” do CPERS para que façam o mesmo.

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