A crise econômica chegou ao Brasil e ao
Estado com toda a força de destruição sobre a classe trabalhadora, que paga os
seus custos através dos planos de ajustes, das privatizações, aumento de
impostos, ataque aos direitos trabalhistas, à previdência, congelamento e corte
de salários, etc. Enquanto isso, o grande empresariado e os agiotas
internacionais recebem as benesses do Estado.
Assim como o governo Sartori, os
sucessivos governos que passaram pelo Piratini mantiveram e aprofundaram essa
lógica perversa do capital, porque são comprometidos e se beneficiam com este
sistema. Os defensores do governo Tarso (PT) negam sua responsabilidade pela
atual situação. Esquecem que o seu governo manteve e aprofundou as isenções
fiscais às grandes empresas, aumentou o desconto da previdência pública, criou
o fundo previdenciário, atacou nosso plano de carreira e não enfrentou os
sonegadores.
Os planos de ajuste do capital não têm
hora para acabar. Vemos isso em todo o mundo. O Estado destina R$ 14 bilhões às
isenções fiscais às grandes empresas (Gerdau, GM, etc.) e envia 13% do
orçamento anual do Estado para o pagamento da dívida. A sonegação de ICMS está
na casa de R$ 6 bilhões. O governo insiste em convencer a opinião pública de
que o problema é a folha de pagamento e a previdência dos servidores públicos;
e para isso utiliza a grande mídia, que recebe isenções fiscais e sonega
impostos, para espalhar mentiras. A União não fica atrás, destina 47,5% do
orçamento anual para o pagamento da dívida pública, enquanto o gasto com saúde
e educação somam, juntos, 7%. Quanto mais se paga, a dívida mais aumenta. Se
depender dos agiotas e do governo, continuará a sangria dos recursos, matando
os trabalhadores à míngua. As dívidas públicas fraudulentas são a forma de
sobrevivência do capitalismo parasitário. Não existe solução enquanto o mesmo
subsistir. É preciso resgatar e debater uma estratégia revolucionária
socialista.
O
PMDB, PT e demais partidos unem-se na aplicação dos planos de ajuste contra os
trabalhadores, não há divergências significativas entre eles. Aqui no Estado, o
parlamento aprovará os pacotes do governo Sartori. A ordem dos donos do mundo é
aplicar os planos do imperialismo, custe o que custar. Este é o compromisso de
todos os governos e dentro do capitalismo não há alternativa. Diariamente o
capitalismo dá provas de falência e não pode promover o bem estar para todos;
ao contrário, promove apenas o bem estar das elites às custas do sofrimento do
povo. Nós, os trabalhadores, pagamos a conta da ganância irracional e amargamos
privações de toda ordem (falta de comida na mesa, saúde, moradia, educação e
agora... salário!).
A direção do CPERS cumpre o papel de
frear as lutas, servindo como agente do governo dentro do movimento. Em nome da
“governabilidade” do PT/PMDB, direciona o movimento para a derrota. A
assembleia geral foi a prova disso: a direção colocou seguranças pagos, que
impediram as manifestações das forças minoritárias, com objetivo claro de
evitar uma luta consequente contra o governo Sartori, pois isto respigará
também no governo do PT. Atingiu seu objetivo ao aprovar uma greve de faz de
conta, de três dias, apenas para dar vazão à indignação e ao descontentamento
da categoria frente aos ataques do governo. Voltaremos ao trabalho com a
possibilidade real de não termos salário ao final de mês: o congelamento e o
parcelamento permanecem. Nenhum projeto foi retirado da Assembleia Legislativa.
O governo continua na ofensiva e, se depender da direção, não haverá
resistência consequente. A burocracia sindical do CPERS entra como um elo na
manutenção do capitalismo decadente, ajudando a burguesia a passar sua crise
para os trabalhadores.
Diante de um cenário
político econômico caótico, cabe aos trabalhadores resistir. É necessário
fortalecermos a organização pela base, construir atos conjuntos entre as
escolas, continuar com as aulas para a comunidade, desfazendo o discurso do
governo, mobilizar as comunidades para defesa dos serviços públicos,
desmascarar o governo sobre as finanças do Estado, desfazendo o seu discurso de
que “o Estado não tem dinheiro”; construir comissões, comandos de mobilização
entre as escolas, debatendo novos métodos de enfrentamento; aos ativistas sindicais
cabe combater a burocracia sindical, que organiza derrotas e dá cobertura ao
governo contra os trabalhadores. As derrotas são inevitáveis enquanto a
burocracia sindical estiver à frente do movimento. Precisamos organizar e fortalecer a oposição classista e
revolucionária nos sindicatos, para colocá-los a serviço da classe
trabalhadora, criando as condições para derrotar os governos e seus planos de
ajustes contra os trabalhadores.
Ø CONTRA OS PLANOS DE
AJUSTES DO GOVERNO SARTORI E DILMA! NENHUM DIREITO A MENOS!
Ø CONTRA O
CONGELAMENTO, PARCELAMENTO E CORTE DE SALÁRIOS!
Ø CONTRA O AUMENTO DE
IMPOSTOS!
Ø PELO FIM DAS
INSENÇÕES FISCAIS ÀS GRANDES EMPRESAS!
Ø PELO FIM DO
PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA, QUE JÁ ESTÁ PAGA!
Ø DERROTAR A
BUROCRACIA SINDICAL! DESFILIAÇÃO DA CNTE (CUT) JÁ!