9 de mai. de 2019

POR QUE O GOVERNO LEITE TEME UM PLEBISCITO?

Com uma rapidez impressionante e o silêncio ensurdecedor das burocracias sindicais, o governo Eduardo Leite (PSDB e aliados) fez aprovar na Assembleia Legislativa o fim da necessidade de um plebiscito para privatizar as estatais como CRM, Sulgás e CEEE. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) retira a necessidade de consultar o povo gaúcho em um plebiscito para privatizar estas estatais, construídas com o sangue, o suor e os recursos da população, abrindo caminho para entregar também o Banrisul.

Aproveitando-se da terra arrasada planejada pelo governo Sartori (MDB e aliados), Leite e a quadrilha do PSDB têm sido muito mais hábeis em articular a destruição do patrimônio público do que o "batido" MDB. Em menos de 5 meses de governo já destruíram a licença prêmio, preparam a transformação dos contratos "emergenciais" do magistério público em tempo fechado, tal como é com a Categoria "O" de São Paulo, e agora aprovou por ampla maioria de deputados a supressão da exigência de um plebiscito para a privatização das empresas públicas, que, ao contrário do discurso midiático e empresarial, são todas superavitárias e fundamentais para o desenvolvimento econômico independente do Estado.

Por que o governo Leite teme um plebiscito? Ora, porque se trata de uma espoliação do povo, que preparará as bases para a extorsão das riquezas públicas. Nessa condição ninguém pode ser consultado. Não temos dúvidas de que a venda das empresas públicas do RS vai aumentar o "endividamento" do Estado com o mercado financeiro, piorando a suposta "crise financeira" que tem reflexos diretos sobre os salários do funcionalismo público. 

O discurso cínico do governo Leite, respaldado pela mídia comercial (em especial RBS, Record e Band), que faz de tudo para distrair o povo contra si mesmo ou distorcer os fatos escandalosamente, fala em "modernizar o Estado" e"abri-lo para a iniciativa privada". O RS há décadas está de joelhos para a iniciativa privada. São os empresários da FIERGS que governam esse estado com mãos de ferro, manipulando e fazendo terrorismo psicológico contra o povo através da grande mídia. Se de fato vai "modernizar" e melhorar o Estado, por que então ele não consulta a população gaúcha? Este circo deixa claro que Eduardo Leite e o PSDB são dilapidadores do patrimônio público, ladrões de rapina a serviço do mercado financeiro e dos bancos. Estão surfando na "onda conservadora" aberta pelo neofascismo e o resultado será o inevitável aumento do endividamento público, da total destruição dos serviços públicos e do aumento do desemprego e da miséria do povo. Eduardo Leite ainda será vendido como "governador modelo" para as pessoas comuns e por trás dessa máscara jovem e "empreendedora" estará a sepultura do povo do RS.

O papel nefasto não coube apenas ao governo, mas às burocracias sindicais ligadas ao funcionalismo público (CPERS, MUS, CUT, CTB, etc.), que não mobilizaram, nem sequer denunciaram. Ficaram calados e inertes, montando as suas patéticas "banquinhas" para assistir de camarote a destruição do patrimônio público e se lamentar depois, para reafirmar a política eleitoreira de "votar certo" nas próximas eleições. Falam em "greve geral" e em "estado de greve", mas foram incapazes de preparar qualquer tipo de mobilização prévia, que unificasse de fato os servidores no sentido de fazer uma greve real contra este saque do patrimônio público. Tudo isso demonstra não apenas a conivência do atual sindicalismo com a politicagem burguesa e, por isso mesmo, a falência dos seus métodos sindicais, mas, também, a falsidade das suas palavras de ordem de "greve geral" com data e hora marcada, enquanto os ataques acontecem diariamente sob o olhar atônito dos trabalhadores.

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