23 de jun. de 2020

EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


A violência contra a mulher é uma realidade avassaladora. O aumento do número de casos vem nos assombrando a cada dia e nos cerca em todos os espaços.

A ação imediata enquanto sociedade deve ser a de proteger as pessoas e denunciar casos de agressão assim que tomamos conhecimento, pois os dados de feminicídio comprovam que o depois pode ser tarde demais.

As barreiras que nos impõem silêncio se erguem cada vez mais fortes. Inclusive em espaços onde há consenso nas palavras e no papel de combater o machismo, encontramos muita disputa de microfone para proferir discursos vazios e um silêncio ensurdecedor diante de casos concretos de agressão à mulher.

Ressalta-se também a importância de nossas práticas enquanto formadoras e formadores de opinião que somos, do público com o qual trabalhamos e, principalmente, do fato de não  sermos duas pessoas, uma agressora no convívio familiar e outra tranquila nos espaços públicos e profissionais. É impossível ensinarmos crianças e adolescentes a serem respeitosas umas com as outras se a nossa prática for contrária.

SAIR DO MUNDO DAS PALAVRAS E IR PARA O MUNDO DA AÇÃO 

Em caso concreto de machismo é preciso agir. Fazer vistas grossas para a presença de um agressor em nossas fileiras é uma péssima educação para as próximas gerações de mulheres e de homens que estamos formando dentro e fora das nossas trincheiras de luta.

CONSTRUIR UMA NOVA PEDAGOGIA!

Ao invés do silenciamento das mulheres que se proponha o diálogo aberto. Ao invés de jogar pra justiça burguesa casos que estão diante dos nossos olhos devemos propor uma política de acolhimento da mulher e, no mínimo, exigir a retratação e mudança de postura do agressor, sem jamais oferecer o silêncio conivente que, na prática, empodera o agressor e isola a vítima.

TODA AÇÃO É EDUCAÇÃO!

É necessário criar no CPERS, um dos maiores sindicatos da América Latina, representante de uma categoria majoritariamente feminina, políticas concretas que oportunizem a desconstrução do machismo na categoria e na sociedade. Criar espaços de acolhimento da mulher vítima de violência física e psicológica, com advogado, psicólogo e rodas de conversas restaurativas para as mesmas, assim como espaços para o agressor vinculado a categoria, no sentido de favorecer o diálogo e a desconstrução do machismo nele e em nossas fileiras.

É urgente sairmos do campo das palavras de ordem contra o machismo para uma ação concreta apontando um outro caminho para a classe trabalhadora, e essa tarefa é nossa.

-NÃO EMPODERE UM AGRESSOR!

-NÃO SOMOS “LOUCAS”, NEM “VAGABUNDAS”! ABAIXO O MACHISMO!

-DENUNCIAR O AGRESSOR NÃO É DIFAMAÇÃO!

-META A COLHER. DENUNCIE O AGRESSOR. DEFENDA A MULHER!

-MACHISTA, AGRESSOR DE MULHERES E REPRESENTANTE SINDICAL?

-CATEGORIA DE MULHERES! SINDICATO FEMINISTA!

-O SILÊNCIO DIANTE DO AGRESSOR É OMISSÃO!

-NÃO SE CALE!

-MULHERES UNI-VOS!


Assinam esta nota:

Comitê Estadual das Educadoras Contratadas

Construção pela Base

Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher - Porto Alegre

Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Revoada

Bloco de Lutas pela Educação Pública

Coletivo Tomar os Céus de Assalto 

Agrupamento Tribuna Classista CRQI-PO 

Quilombo das Inadequadas


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