A
violência contra a mulher é uma realidade avassaladora. O aumento do número de
casos vem nos assombrando a cada dia e nos cerca em todos os espaços.
A
ação imediata enquanto sociedade deve ser a de proteger as pessoas e denunciar
casos de agressão assim que tomamos conhecimento, pois os dados de feminicídio
comprovam que o depois pode ser tarde demais.
As
barreiras que nos impõem silêncio se erguem cada vez mais fortes. Inclusive em
espaços onde há consenso nas palavras e no papel de combater o machismo,
encontramos muita disputa de microfone para proferir discursos vazios e um
silêncio ensurdecedor diante de casos concretos de agressão à mulher.
Ressalta-se
também a importância de nossas práticas enquanto formadoras e formadores de
opinião que somos, do público com o qual trabalhamos e, principalmente, do fato
de não sermos duas pessoas, uma agressora no convívio familiar e outra
tranquila nos espaços públicos e profissionais. É impossível ensinarmos
crianças e adolescentes a serem respeitosas umas com as outras se a nossa
prática for contrária.
SAIR DO MUNDO DAS PALAVRAS E IR PARA O MUNDO DA
AÇÃO
Em
caso concreto de machismo é preciso agir. Fazer vistas grossas para a presença
de um agressor em nossas fileiras é uma péssima educação para as próximas
gerações de mulheres e de homens que estamos formando dentro e fora das nossas
trincheiras de luta.
CONSTRUIR UMA NOVA PEDAGOGIA!
Ao
invés do silenciamento das mulheres que se proponha o diálogo aberto. Ao invés
de jogar pra justiça burguesa casos que estão diante dos nossos olhos devemos
propor uma política de acolhimento da mulher e, no mínimo, exigir a retratação
e mudança de postura do agressor, sem jamais oferecer o silêncio conivente que,
na prática, empodera o agressor e isola a vítima.
TODA AÇÃO É EDUCAÇÃO!
É
necessário criar no CPERS, um dos maiores sindicatos da América Latina,
representante de uma categoria majoritariamente feminina, políticas concretas
que oportunizem a desconstrução do machismo na categoria e na sociedade. Criar
espaços de acolhimento da mulher vítima de violência física e psicológica, com
advogado, psicólogo e rodas de conversas restaurativas para as mesmas, assim
como espaços para o agressor vinculado a categoria, no sentido de favorecer o
diálogo e a desconstrução do machismo nele e em nossas fileiras.
É
urgente sairmos do campo das palavras de ordem contra o machismo para uma ação
concreta apontando um outro caminho para a classe trabalhadora, e essa tarefa é
nossa.
-NÃO EMPODERE UM AGRESSOR!
-NÃO SOMOS “LOUCAS”, NEM “VAGABUNDAS”! ABAIXO O
MACHISMO!
-DENUNCIAR O AGRESSOR NÃO É DIFAMAÇÃO!
-META A COLHER. DENUNCIE O AGRESSOR. DEFENDA A
MULHER!
-MACHISTA, AGRESSOR DE MULHERES E REPRESENTANTE
SINDICAL?
-CATEGORIA DE MULHERES! SINDICATO FEMINISTA!
-O SILÊNCIO DIANTE DO AGRESSOR É OMISSÃO!
-NÃO SE CALE!
-MULHERES UNI-VOS!
Assinam esta nota:
Comitê Estadual das Educadoras Contratadas
Construção pela Base
Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher
- Porto Alegre
Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Revoada
Bloco de Lutas pela Educação Pública
Coletivo Tomar os Céus de Assalto
Agrupamento Tribuna Classista CRQI-PO
Quilombo das Inadequadas
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