O QUE OS TRABALHADORE EM EDUCAÇÃO PODEM ESPERAR DO GOVERNO TARSO?
Quando um novo governo assume é natural haver expectativa a seu respeito. A recente eleição de Tarso provocou um debate entre a vanguarda do CPERS sobre o caráter de seu governo, uma vez que a experiência com o governo Yeda deixou profundas cicatrizes no povo gaúcho e, em especial, nos trabalhadores em educação. Tarso tentou firmar uma imagem de “oposição de esquerda” à Yeda, surfando na onda do seu desgaste político-eleitoral. Mas será que Tarso representa uma “oposição” ao governo Yeda?
Comecemos por relembrar que o PT, através de Olívio Dutra, já governou o Estado de 1999 até 2003. Esta gestão foi marcada pela continuidade das políticas em benefício do grande capital. O governo Olívio arrochou o salário dos trabalhadores em educação, bancários e funcionários públicos; usou a brigada militar para reprimir o movimento grevista dos educadores em março de 2000. No campo nacional Olívio postou-se como uma oposição bem comportada ao governo FHC. Tarso sempre esteve na alta cúpula do PT participando de todos estes ataques contra os trabalhadores. Cumpriu o mesmo papel que Olívio quando foi prefeito de Porto Alegre. Em nível federal, durante o mandato de Lula, Tarso tornou-se o Ministro da Justiça, participando ativamente da criminalização dos movimentos sociais, endossando a lei anti-greve e sendo conivente com a matança de sem-terras no campo. Durante a campanha eleitoral defendeu o agronegócio e a meritocracia. Portanto, a suposta diferença entre Tarso e Yeda não existe. O PSDB é a “velha” direita e o PT é a “nova”.
Logo após a sua eleição, Tarso deu uma entrevista para a RBS em que afirmou categoricamente que “descarta ruptura com os projetos de Yeda”. A manchete de Zero Hora do dia 7 de outubro de 2010 estampou na primeira página que Tarso manterá “políticas públicas” do governo Yeda. A oposição do PT à Yeda foi apenas eleitoral. O que estava em jogo era o controle do aparato do governo. Para atingir esse fim, o PT utiliza-se do movimento sindical que dirige através da CUT como cabo eleitoral. O movimento “Fora Yeda” é um exemplo desta afirmação. Tarso cumprirá os acordos fechados por Yeda com o Banco Mundial, que exigem a “austeridade” com os gastos públicos e, em especial, com a educação, e o mesmo já anuncia a Reforma da Previdência.
Chamamos os trabalhadores em educação em não depositar nenhuma confiança no governo de Tarso-PT, que será a continuidade dos governos Olívio, Brito, Rigotto, Yeda, FHC e Lula. É preciso redobrar a atenção dos trabalhadores em educação em relação à direção do CPERS, pois esta é ligada diretamente à CUT-PT e, portanto, ao governo recém eleito.
É preciso, mais do que nunca, fortalecer a oposição de esquerda à direção do CPERS – que significa uma oposição ao governo Tarso/Dilma – para preservar as conquistas e avançar na organização, conscientização e luta da categoria contra as reformas que venham retirarem direitos e atacar a Previdência Pública e os Planos de Carreiras dos Trabalhadores em Educação.
TODOS OS DIREITOS AOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO
CONTRATADOS E NOMEADOS
O CPERS sindicato deve defender todos os trabalhadores em educação. É necessário fazer o combate ao preconceito que a Direção do CPERS difunde na categoria de que os trabalhadores contratados seriam trabalhadores de segunda categoria. O CPERS Sindicato deve encampar a luta pela efetivação e estabilidade dos trabalhadores contratados, ao mesmo tempo em que defende todos os direitos aos trabalhadores nomeados – inclusive a realização de novos concursos.
Defendemos essa proposta, pois lutamos por uma sociedade que todos tenham trabalho, educação, saúde, moradia, lazer e acesso a uma vida digna. O Capitalismo criou os concursos, vestibulares, ENEMs porque não tem compromisso com a Classe Trabalhadora e sim com o lucro através da superexploração da classe, onde um trabalhador realiza o trabalho de três ou mais trabalhadores, além de terem que trabalhar em mais de uma escola provocando um desgaste físico, emocional e financeiro, levando ao adoecimento da categoria. Não oportunizando emprego e educação para todos coloca a classe trabalhadora em disputa por vagas impondo a competição e o individualismo disseminando a ideologia da MERITOCRACIA que somente os que passaram em tais provas são MERECEDORES de terem trabalho e direitos.
Nós da Construção pela Base defendemos a unidade da classe trabalhadora, sem segmentação e que todas as discussões – quer sejam de trabalhadores em educação aposentados, contratados, nomeados e funcionários de escola – devem acontecer em plenárias unitárias para avançarmos em nossa unidade e consciência de classe, no sentido de combater os governos que submetem nossa classe às piores condições de trabalho.