10 de abr. de 2017

TODO APOIO À GREVE DOS MUNICIPÁRIOS DE CACHOEIRINHA

Foi com grande indignação e revolta que acompanhamos a brutal repressão da Brigada Militar à manifestação dos municipários de Cachoeirinha, que estão em greve há mais de um mês, contra o pacote de retirada de direitos do prefeito Miki Breier (PSB). Este governo, que ostenta a alcunha de “socialista”, é mais um engodo contra a classe trabalhadora, usado para melhor iludir o povo no sentido de facilitar a aplicação dos planos de ajustes da burguesia. O governo Miki Breier vem cumprindo o mesmo papel de Sartori e Temer (PMDB), que reprimem trabalhadores e governam para passar os custos da crise capitalista para os ombros dos trabalhadores.

Cenas da repressão do governo Miki Breier (PSB) contra os municipários em greve
        Durante a repressão policial sobre os grevistas e o povo de Cachoeirinha, a grande mídia – em especial a RBS – tentou demonstrar os “excessos” dos dois lados, visando criminalizar os manifestantes que ocuparam a Câmara de Vereadores. Não podemos aceitar esta manobra! Os municipários em greve foram obrigados a ocupar a Câmara porque não há diálogo algum com a prefeitura, que tem pressa e quer passar o seu pacote de ajuste goela abaixo do funcionalismo e do povo em geral. É mais uma demonstração que a “democracia” em que vivemos é uma farsa e exclui qualquer possibilidade de diálogo: o que importa são os interesses do grande capital em crise, que não podem esperar. Se os municipários não tivessem radicalizado sua luta, certamente o governo de Miki Breier teria atingido seu objetivo sorrateiramente. O único excesso que existiu neste episódio foi o da Brigada Militar, que agrediu e reprimiu violenta e covardemente centenas de pessoas desarmadas e que apenas clamavam por serem ouvidas. Não esqueceremos de mais esta agressão! Felizmente, os grevistas resistiram e continuam resistindo.
        A “crise financeira” do município de Cachoeira é tão farsesca e montada como a “crise financeira” do Estado e da União. Todas estas “crises” são reflexos dos problemas com a dívida pública, das isenções de impostos e das privatizações. São o álibi que os governos tem encontrado para jogar a opinião pública contra os servidores e o movimento sindical. Mas apenas as mentiras da mídia não bastaram: está sendo preciso usar a Brigada Militar para reprimir qualquer forma de resistência.
        Ao contrário das greves do CPERS, a greve dos municipários de Cachoeirinha teve o mérito de ser deflagrada em um momento propício, além de realizar reuniões do comando de greve abertas, com a adesão de mais de 100 pessoas e com encaminhamentos democraticamente construídos. Este é um método que o CPERS precisa urgentemente aprender. Além disso, o nosso sindicato, por sua influência e condições materiais, poderia ajudar muito mais a luta em Cachoeirinha do que simplesmente lançar uma notinha na internet. Seria preciso uma grande campanha para desmascarar a mídia burguesa em sua tentativa de criminalização dos lutadores, uma denúncia aberta do governo Miki Breier e da Brigada Militar, além, é claro, de prestar ajuda material.
        Nos somamos ao Comitê de solidariedade aos municipários de Cachoeirinha para fortalecer a sua luta e a sua greve no sentido de derrotar o governo mercenário e capitalista de Miki Breier. A luta dos municipários de Cachoeirinha é a nossa luta; a sua vitória é a nossa vitória! Não desistam, companheiros! Até a vitória, sempre!

2 de abr. de 2017

ENCERRAR A GREVE E CONSTRUIR UM PLANO DE LUTAS COERENTE

         Panfleto para a Assembleia Geral do dia 31/03/2017

        A greve proposta pela direção do CPERS (PT, PCdoB, PDT, CUT, CTB), e pelas correntes da dita “oposição” (MLS, PSTU, PSOL e seus satélites), evidencia a irresponsabilidade das burocracias sindicais, que não levam em consideração o estado de ânimo da classe e análise de conjuntura. Nossa proposta de não greve partiu da percepção do baixo ânimo da classe para a luta, em função de inúmeras derrotas e traições, descontos salariais recentes e perseguições políticas. A deflagração de uma greve significa declarar guerra contra nosso inimigo de classe. Se deflagrarmos uma greve com adesão de 1% de nosso exército, saberemos que nossa luta será derrotada. Uma direção que age desta forma, na verdade, tem um interesse claro de derrotar sua classe.
         Os ataques dos governos Sartori e Temer (PMDB) não cessaram. O último, tentando reduzir o seu desgaste político, transfere a responsabilidade da aplicação da Reforma da Previdência para os governadores e prefeitos. Os governos continuam a enviar para o parlamento pacotes de retirada de direitos a mando do grande capital. As burocracias sindicais de CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas e do CPERS, são cúmplices dos governos, tendo em vista que não trabalham pela unificação pela base dos trabalhadores. O objetivo da CUT e da CTB é apenas desgastar o PMDB e o PSDB para alavancar o PT nas eleições de 2018. Por isso não podem dirigir nenhuma greve geral consequente. Continuam a iludir os trabalhadores de que através das eleições é possível humanizar o capitalismo, o que é uma grande mentira passada como verdade em todos os fóruns dirigidos por eles. A burocracia não tem interesse numa luta consequente, pois mobilizações massivas, com trabalhadores conscientes e organizados, a faria perder o controle do movimento e do sindicato, ou a obrigaria a dar um novo golpe contra a base.
         Levando em conta o esvaziamento de nossa greve é necessário encerrá-la, pois na prática já está encerrada, e devemos apontar para um calendário de luta que vise mobilizar o chão das escolas a partir de sua própria experiência, unificar nossas lutas com os demais trabalhadores e estudantes. Dentre as diversas propostas de mobilização distracionistas aprovadas pela última assembleia geral (no dia 8 de março), cabe destacar como correta a seguinte resolução: “unificar a luta com os demais sindicatos de trabalhadores/as e demais movimentos, criando comitês municipais e nos bairros contra as reformas neoliberais e demais ataques dos governos federal e estadual”. Este deveria ser o eixo de atuação do CPERS para o próximo período. Estes comitês poderiam debater e encaminhar um calendário de luta coerente que refletisse suas condições. O problema, contudo, é que esta resolução, essencialmente correta, não sai do papel em razão da prática da burocracia sindical, que a defende em tese, mas não mexe uma palha para torná-la realidade. Nesse sentido, seria fundamental que as grandes centrais sindicais, partidos e organizações de esquerda colocassem todo o seu peso nesta tarefa de UNIFICAÇÃO COM OS DEMAIS TRABALHADORES como eixo central.
A classe trabalhadora é uma só e está sofrendo a maior retirada de direitos dos últimos tempos. Para combater estes ataques é necessário a UNIFICAÇÃO DE TODOS OS TRABALHADORES contra os planos de arrocho do capital e seus governos, organizando encontros unitários de base de diferentes sindicatos para debater o caráter dos ataques, táticas de enfrentamento, autodefesa, o aprofundamento da barbárie capitalista e as possibilidades de superação, como o socialismo.
         Para derrotarmos os ataques do governo precisamos mesclar táticas e, mais do que tudo, firmar um sindicalismo classista e revolucionário para superar o cambaleante sindicalismo reformista. Nesse sentido, é preciso que os trabalhadores conscientes superem também a burocratização sindical do CPERS e da estrutura sindical brasileira.