26 de mar. de 2014

PRA QUEM SERVIU A ASSEMBLEIA GERAL DO CPERS E A PARALISAÇÃO PATRONAL DA CNTE?


        No dia 14 de março aconteceu no Gigantinho a Assembleia Geral do CPERS. Nela, o principal objetivo da direção do sindicato foi ratificar a aprovação da “Greve Patronal” da CNTE. A assembleia foi manobrada todo o tempo pela burocracia sindical neste intuito, fato sentido pelo próprio plenário, que manifestou um princípio de descontentamento com o atual funcionamento das assembleias, exigindo o fim das várias falas repetitivas. Foi uma assembleia com pouca participação, contando com cerca de 1100 trabalhadores.
É histórico, nas assembleias gerais do CPERS, utilizar o método burocrático que impede um debate construtivo de preparação da categoria para luta, que asfixia a oxigenação do movimento com novas propostas e mantém os trabalhadores sob controle das burocracias e das pautas da direção, isto é, para que nenhuma proposta diferente das acertadas no Conselho Geral seja discutida. A tática é utilizar muitas falas enfadonhas na avaliação, que fazem coro ao continuísmo, para cansar a categoria, que nada acrescentam na luta e na conscientização de nossa classe, assim, ficando pouco tempo para debatermos e decidirmos o que realmente importa, como propostas de organização e mobilização para continuar enfrentando o governo Tarso, para formar teoricamente a categoria e para encaminhar as atividades sindicais para o período.
Contraditoriamente, mesmo que tenhamos aprovado em Assembleia e em Conferência Estadual rechaço ao PNE, por representar um plano que desmonta a educação pública no país, destinando milhões para o empresariado através de isenções fiscais através das parcerias públicas privadas, e da destinação de verbas do MEC para o PRONATEC, engordando o bolso do empresariado do Sistema S (SESI, SENAI, SESC...), a direção do CPERS unida com a CNTE, conseguiu passar a “greve patronal” justamente pela falta de debate e de conscientização junto à base da categoria, que em sua maioria não sabe do que se trata. Para se disfarçar como “defensora dos trabalhadores”, a direção do CPERS propôs uma pauta estadual pra tentar justificar a participação na greve patronal da CNTE, se declarando da boca para fora “contra o PNE”. No Jornal do Almoço de 18 de março, a Secretária Adjunta, Maria Eulália, falou abertamente que a defesa do PNE era uma pauta com a qual o governo tinha acordo e a presidente do sindicato não a “desmentiu”, confirmando sua cumplicidade com o governo Tarso.
Não existiu uma paralisação estadual contra o governo Tarso. A paralisação patronal da CNTE – que teve como verdadeiro objetivo a aprovação do PNE – não atende aos interesses da categoria, como querem nos fazer crer a direção e seus aliados. Essa greve mistura bandeiras legítimas de nossa categoria com aquelas que servem aos interesses do governo, facilitando, a partir desta confusão, a aprovação dos projetos governamentais que retiram nossos direitos. Mas não é possível agradar gregos e troianos. Como o governo do PT controla as direções do movimento sindical CUT/CNTE/CPERS e a burocracia sindical atua como cúmplice do governo, confundindo e deseducando politicamente a categoria, os únicos eixos que realmente valem são os governistas. Não podemos ser ingênuos!
Além disso, esta assembleia aprovou atropeladamente uma mudança estatutária que aumenta o peso dos aposentados no Conselho Geral, sem nenhum tipo de discussão nos núcleos e na Assembleia Geral.
As correntes da burocracia sindical tiveram total unidade e votaram pela greve da CNTE-CUT. Apesar dos discursos demagógicos de contrariedade à estas entidades, na prática, estão todos juntos. Na concepção da Articulação Sindical (PT), esta greve não precisava sequer ser votada pela assembleia, uma vez que já havia sido decidida na cúpula da CNTE, em seu “congresso pelego” de janeiro. A Construção Socialista (CS) se absteve de se posicionar para não complicar os planos gerais da direção, que no essencial são os mesmos que os seus.
       
A GREVE PATRONAL E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
        A greve da CNTE-CUT aprofundou a confusão, a desorientação, o afastamento da base do sindicato. Serviu para reforçar a corda em volta do nosso pescoço e a influência da CNTE-CUT no nosso sindicato, com total apoio da direção do CPERS e das centrais (CSP-Conlutas, Intersindical e CTB). Este quadro aprofunda a desorganização da categoria, aumenta sua alienação e deixa-nos sem nenhuma perspectiva de luta pelo resto do ano. Isto é de interesse da burocracia sindical e suas correntes porque as libera para as eleições sindicais de junho e para fazer campanha eleitoral em outubro. Infelizmente esta greve representou um novo triunfo do sindicalismo burocrático sobre o sindicalismo revolucionário e classista.
        Uma das manobras pensadas inicialmente pela direção do CPERS foi propor greve por tempo indeterminado, iniciando, evidentemente, com os 3 dias da paralisação patronal da CNTE-CUT. Considerando o ânimo da categoria, ninguém defendeu esta proposta na assembleia.
Nós, da Construção pela Base, não participamos da GREVE PATRONAL em defesa do novo PNE porque, como falamos à exaustão, os objetivos são contra os trabalhadores. Aprovar o “novo PNE” significa aprofundar a retirada de direitos e  a privatização da educação pública. Entendemos que os trabalhadores foram enganados e manipulados pelas direções do CPERS e da CNTE-CUT mais uma vez, como foram em 2012 e 2013, conforme denunciamos nas assembleias. A burocracia sindical apoiou-se no justo descontentamento da categoria e numa pauta estadual que supostamente defendia o interesse dos trabalhadores, para disfarçar seu apoio a esta greve, que nada mais é do que apoiar a pauta do governo.
Nesse sentido, defendemos um sindicato independente do governo (e, portanto, da CNTE-CUT e da burocracia do CPERS) para avançarmos na consciência de classe e na defesa dos nossos direitos. Queremos a construção de um calendário de mobilização contra os planos do governo Tarso, formação da categoria e o início do debate de desfiliação da CUT, que foi aprovado no Congresso de Bento. A base da categoria precisa ocupar os espaços do CPERS e tomá-los em suas mãos para colocá-lo no caminho das lutas contra os governos a serviço do grande capital, que estão destruindo a educação pública. É urgente iniciar uma ampla formação teórica e política de nossa categoria para ajudá-la a identificar e construir os seus eixos de mobilização e de greve, o sentido de sua caminhada, a análise das suas reais condições e a busca pelo enraizamento junto à base. É somente por meio deste processo que nós recolocaremos o CPERS na trilha da realização de greves vitoriosas.






13 de mar. de 2014

BUROCRACIA DO CPERS UNIDA PELA GREVE NACIONAL PATRONAL: DIGA NÃO A GREVE PELEGA DA CNTE/CUT/CPERS!

A investida do grande capital se intensifica através da retirada de direitos dos trabalhadores em escala mundial. As reformas neoliberais em curso, impostas pelos governos a mando do Banco Mundial, seguem a lógica privatista de cortar gastos públicos para garantir que os países honrem com o pagamento dos juros das dívidas.  Na educação brasileira, essa política se dá através dos Planos Educacionais.
O “novo PNE” destina verbas do MEC para o setor privado. Exemplo disso, são os milhões anuais para o Sistema S (SESC, SESI, SENAI), via PRONATEC e PROUNI, as parcerias público-privadas (ONGs, empresas e sistema financeiro) com as isenções fiscais, a disseminação de Ensino a distância (EAD) favorecendo os tubarões do ensino privado, a precarização do trabalho através dos estágios para juventude, as terceirizações (oficineiros dos projetos Mais Educação, Escola Aberta e outros), a política de contratos temporários, com flexibilização dos diretos trabalhistas, a destruição dos planos de carreiras, a reforma do ensino médio - que rebaixa a qualidade do ensino público e tenciona os educadores para aprovação automática dos estudantes com o objetivo de reduzir custos e de alterar os índices educacionais -, as avaliações institucionais (SEAP, Provinha Brasil, ENEM, ENAD) para referendar as políticas implementadas.
O CPERS tem aderido a greves da CNTE que atendem aos interesses do governo. Foi assim em 2012 e 2013. Agora, novamente querem repetir esse peleguismo, induzindo a categoria a mais uma greve pelega para os dias 17, 18 e 19 de março, que tem como eixo principal a exigência à Câmara dos Deputados para votação imediata do Plano Nacional de Educação. Essa é a pauta real. A outra pauta - cumprimento da lei do piso, carreira e jornada, investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria, destinação de 10% do PIB para a educação pública e contra a proposta dos governadores e o INPC -  serve apenas para enganar os trabalhadores e camuflar o reboquismo do CPERS ao governismo da CNTE/CUT.
A burocracia do CPERS/CNTE/CUT deseduca a categoria. Para sustentar a greve pelega se disfarça com um eixo estadual de interesses dos trabalhadores. Assim, encobre a sua cumplicidade com a exigência da CNTE da aprovação do “novo PNE”, como não pode defender claramente o “novo PNE” do governo, pelo fato de existir uma resolução aprovada em assembleia e na conferência do CPERS contra este plano privatista. A direção do CPERS cria ilusão na categoria de que é possível disputar a pauta da greve pelega da CNTE, contrapondo as legítimas bandeiras da categoria à bandeira patronal de aprovação do novo PNE. As greves patronais não podem e não devem ser “disputadas”, mas denunciadas. São equivalentes aos locautes patronais!
Nós, da Construção pela Base, não participamos dessa convocatória  da CNTE/CUT/CPERS de GREVE PELEGA pelo NOVO PNE. Fazemos um chamado aos educadores para votarem contra mais essa greve pelega, porque seus objetivos não são os mesmos da classe trabalhadora. Apóiam-se no descontentamento da categoria e numa pauta de interesses dos trabalhadores para disfarçar seu apoio ao governo.
Queremos um sindicato independente do governo (e, portanto, da CNTE-CUT e da burocracia do CPERS) para avançarmos na conquista e na defesa dos nossos direitos. Esta luta, como se demonstrou, é incompatível com a atual direção do sindicato e a burocracia aliada. A base precisa tomar o controle do CPERS para que as lutas sejam à nosso favor e não contra nós!

 A DÍVIDA DO GOVERNO TARSO COM OS EDUCADORES CRESCE!
ANTECIPAR REAJUSTE SALARIAL PARA ABRIL!
O calote do governo Tarso contra os educadores persiste e se acumula. O salário básico do magistério está defasado em 63,09% em relação ao piso nacional, de R$ 1697,00, para 40h, que o governo não paga. Conforme a Lei Nº 256/2012, em maio teremos um reajuste de 6,5%, e em novembro, 13,72%. Em vista disso, propomos a antecipação para o mês de abril desses dois reajustes previstos para maio e novembro. Isso significa um reajuste único de 21,11% em abril, que é o acumulado de 6,5% sobre 13,72%. Esse reajuste de 21,11% em abril seria considerado uma parcela do pagamento piso, ficando ainda um déficit de 34,66%. É necessário desmascarar a farsa do governo de pagamento do piso concretamente, iniciando a campanha salarial de 2014.

ACUMULAR FORÇAS COMBATENDO O GOVERNO TARSO!
POR UM CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO CONTRA A POLÍTICA DO GOVERNO!

- Iniciar Campanha salarial de 2014: 21,11% de reajuste já! Como parte do pagamento do piso.

- Promover uma ampla campanha de mídia, denunciando, com informações claras para opinião pública, o descumprimento do piso e do 1/3 de hora atividade, o arrocho salarial, desmascarando a política de reajuste, a precarização do trabalho através das contratações emergenciais, existindo aprovados em concurso aguardando nomeação, o não pagamento das promoções aos aposentados e funcionários. Denunciar toda a atuação antidemocrática e neoliberal do governo, com cartazes, outdoor, vídeos, internet, jornais, tv, rádios...

- Iniciar debates sobre a desfiliação da CUT, conforme deliberado no último Congresso.

- Paralisação Estadual no dia 20 de março: mobilizar e organizar as comunidades escolares com um ato Público na frente das coordenadorias de Educação, com os seguintes eixos:
  • Contra o PNE privatista e neoliberal de Dilma/Tarso/Banco Mundial! Verbas Públicas para Educação Pública! Nenhum financiamento público para o setor privado!
  • Reafirmar a decisão da categoria, já tirada em assembléia geral, contra o PNE!
  • Contra os cortes do orçamento público do governo Dilma/Tarso!
  • Piso Nacional como básico dos Planos de Carreira!
  • Imediata aplicação dos 13 períodos de hora aula e 1/3 de hora atividade para 20h!
  •  Defesa dos Planos de Carreiras!
  •  Contra a reforma do Ensino Médio!
  • Pela imediata nomeação dos aprovados no concurso, sem demissões dos contratados!
  • Contra a precarização do trabalho através dos contratos “emergências”! Ingresso somente por concurso público!
  • Pela imediata efetivação dos trabalhadores contratados que já cumpriram três anos de serviço no estado!
  • Pela imediata promoção de todos os educadores, com o pagamento retroativo!

 - 16 e 17 de abril horário reduzido e debate nas escolas com formação política.

- 18 de abril ato público estadual.

- Formação de núcleos por escola, com assembleias nas comunidades escolares.

- Organizar Seminário Estadual sobre a Teoria Marxista na Educação Brasileira, com objetivo de qualificar os debates educacionais e instrumentalizar os educadores e as comunidades escolares na luta de classe, na perspectiva de apresentar uma alternativa socialista à sociedade capitalista em crise. Necessitamos de formação no chão da escola sobre o caráter das políticas educacionais do banco mundial, o PNE e seu conteúdo privatista, o capitalismo e suas constantes crises, bem como a superação do capitalismo através da organização da classe na perspectiva do socialismo.
Materiais (vídeo, livros, textos e outros materiais didáticos) serão enviados para as escolas através da internet para subsidiar os debates.
Etapas: Escolar - Municipal – Regional – Estadual. A etapa estadual será uma alternativa à formação imposta pela SEDUC RS.
No encontro estadual propomos os painelistas: Prof. Dr. Demerval Saviani, Prof. Dr. Newton Duarte, Prof.ª.  Drª. Lígia Márcia Martins (Pedagogia histórico-crítica), com fala para a base da categoria.


(Panfleto para Assembleia Geral do dia 14/03/2014)

9 de mar. de 2014

SINDICALIZE-SE E PARTICIPE DO CPERS SINDICATO!


        Caro colega, nós da Construção pela Base – oposição à burocracia sindical do CPERS –, lhe desejamos as boas vindas. A luta começa desde já, para garantir o ingresso na categoria. Esta é a primeira luta de muitas que inevitavelmente virão. O governo Tarso do PT tem sido um inimigo de nossa categoria, tanto quanto os governos anteriores. Governa para o Banco Mundial, cumprindo à risca os compromissos acordados pelo governo Yeda. Na educação impõem a política privatista do “novo PNE”.
O “novo PNE” prevê a “reforma” do Ensino Médio (chamado de Politécnico) que tenciona os educadores para aprovação automática dos alunos com o objetivo de reduzir custos e de maquiar os índices educacionais, enquanto a qualidade da educação se deteriora. Esta reforma interfere na pouca autonomia pedagógica das escolas impondo “regimentos padrão”, e através das parcerias público-privadas (ONGs, empresas e sistema financeiro) que interferem diretamente na gestão escolar. Nessa mesma lógica temos a precarização do trabalho através da política de contratos temporários, dos estágios para juventude, as terceirizações (oficineiros dos projetos mais educação, escola aberta e outros), que é a flexibilização dos diretos trabalhistas e a destruição dos planos de carreiras, metas prevista no “novo PNE”.
Intensifica-se a redução de custos com educação com isso as estruturas físicas das escolas estão em processo de destruição. Os salários seguem arrochados: mesmo sendo lei, o Piso não é pago e sequer o 1/3 de hora atividade é cumprido. O governo Tarso faz o que quer e o Poder Judiciário é seu cumplice. Enquanto dá isenções de impostos recordes às grandes empresas: mais de R$10 bilhões, o governo Dilma destina milhões anuais para o Sistema S, via PRONATEC e PROUNI, favorecendo a proliferação de Ensino a distância (EAD), reforçando o ensino privado e as avaliações institucionais (SEAP, Provinha Brasil, ENEM, ENAD) que servem para referendar as políticas implementadas.
O governo autoritário do PT aplicou decretos e inúmeras vezes enviou à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, pacotes que retiram direitos dos servidores públicos: calote nas RPVs, alteração nos planos de carreiras, imposição da meritocracia através da SEAP, além de criminalizar os movimentos sociais. A burguesia gaúcha apóia o governo do PT porque ele controla o movimento sindical através da CUT-CNTE, UGES, UMESPA e MST. A CUT, junto com a CSP-Conlutas e Intersindical, dirigem o CPERS, fazendo um discurso “antigovernistas”, mas na prática, apóiam os governos do PT com greves patronais que defendem a aprovação do “novo PNE”, que é um plano do Banco Mundial/Dilma/Tarso.
O governo Tarso aposta na divisão da categoria entre nomeados e contratados. Atualmente, cerca de 30 mil são contratados. Isso é a consequência de anos de políticas neoliberais na educação pública (isto é, de anos de PNE’s), e não culpa dos contratados, como alega o governo e a mídia. Muitos deles têm uma longa carreira de trabalho árduo no magistério e muitos desses chegam a se aposentar como contratados “emergenciais”. Isso caracteriza um direito moral adquirido, visto que de “emergencial” não tem nada; ao contrário: é um contrato de longo prazo. Essa situação dos contratados é ignorada pela burocracia do CPERS, que faz o jogo do governo de dividir a categoria, não esclarecendo os novos concursados e os atuais contratados de toda essa situação que inevitavelmente divide a própria luta sindical. A nossa defesa dos contratados não é contrária à nomeação dos aprovados em concurso, pelo contrário, apostamos na unidade da categoria, que não pode ser vitoriosa dividida como está, com educadores excluídos dos planos de carreiras, como quer o governo e a burocracia do CPERS.
Devemos todos lutar pela admissão imediata dos concursados e pela efetivação dos contratados após três anos de exercício efetivo da profissão, incluindo-os nos planos de carreiras; que os mesmos tenham direitos iguais aos educadores nomeados, inibindo assim novas contratações; que as novas admissões sejam realizadas apenas por concurso público, que servirão para preencher as vagas existentes.
Existe espaço para todos e ainda muitas escolas sem professores. Devemos lutar por uma educação pública e, sobretudo, de qualidade. A lei de 1/3 de horas atividades abre a possibilidade para que os aprovados no concurso sejam nomeados (sendo que muitos desses são contratados e estão em sala de aula, porém, o governo adia sua nomeação para economizar às custas dos trabalhadores) e que os contratados atuais não sejam demitidos. A unidade da categoria para a luta sempre deve estar acima dos interesses pessoais!

VENHA LUTAR CONTRA A BUROCRATIZAÇÃO DO NOSSO SINDICATO PARA QUE SE TORNE UMA VERDADEIRA FERRAMENTA DE LUTA CONTRA OS GOVERNOS!

A BUROCRACIA DO CPERS SINDICATO

      Na época do imperialismo capitalista em que vivemos ocorre um fenômeno degenerativo nos sindicatos: estes se tornam ferramentas da burguesia contra os trabalhadores. O grande capital corrompe uma parcela da classe trabalhadora com dinheiro, cargos, liberações, prestígio, etc. A partir daí surgem as burocracias sindicais. Estas são avessas à organização de base porque estão preocupadas em manter a atual estrutura sindical, que lhes beneficia, e como beneficiárias das verbas das centrais sindicais governistas, defendem o governo disfarçadamente no seio dos trabalhadores. No CPERS esta burocratização é uma triste realidade. Caso queiramos retomá-lo para a luta, democratizar suas instâncias, suas assembleias, dar coerência às greves, precisamos desmascarar e expulsar a burocracia sindical do CPERS. Se não tivermos essa perspectiva é impossível falar em qualquer tipo de “vitória”. A burocratização ocorre também nas centrais sindicais, como a CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas e demais centrais. A CUT, Força Sindical e CTB sustentam diretamente os ataques dos governos contra os trabalhadores, tais como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e Sindical, os arrochos salariais, etc.; Intersindical e CSP-Conlutas sustentam o governo indiretamente através de sua política de unidade sindical eleitoral com as centrais majoritárias, cujo exemplo mais nefasto ocorre na diretoria do CPERS. 

AS CORRENTES POLÍTICAS DO CPERS

A) AS CORRENTES DA ATUAL DIREÇÃO: Utilizam um discurso “combativo”, mas na prática defendem disfarçadamente a política do governo (reforma do Ensino Médio e PNE), além de impedirem a expulsão dos sócios do CPERS que ocupam cargos políticos no governo Tarso (tais como o secretário de educação e coordenadores regionais).

- CUT PODE MAIS (PT): é uma das correntes políticas que compõem o PT. Está representada dentro do sindicato pela presidente, Rejane Oliveira. A CUT pode mais (ou MLS) mudou de nome para se preservar do desgaste da DS (Democracia Socialista), que conta com figurões como Raul Pont, o secretário de educação José Clóvis, o ex-Coordenador da 1º CRE, Antônio Branco, e outros integrantes das coordenadorias de educação. Sua tarefa é fingir independência do PT para manter a influência sobre a categoria.
- AVANTE EDUCADORES (PSOL): é uma corrente política dirigida pela tendência interna do PSOL, Enlace=Fortalecer PSOL, cuja representante é Neiva Lazzarotto. Seu programa é idêntico ao da DS/PT, embora faça pequenas críticas pontuais e limitadas à CUT. Esta corrente compõe a Intersindical, que é uma central sindical “semi-governista” que apoia toda a política prática da CUT e defende abertamente o PNE.
- CS (Construção Socialista): até 2010 foi corrente interna do PSOL. Hoje é uma corrente política sem vinculação partidária, mas politicamente próxima ao PSTU. Defende a construção da CSP-Conlutas e uma política de unidade permanente com a CUT. A sua política, assim como as demais correntes da direção, é “semi-governista”.
- DEMOCRACIA E LUTA (PSTU): é a corrente do PSTU. Defende a construção da CSP-Conlutas e uma política de unidade permanente com a CUT. Para ganhar cargos na direção do Sindicato utiliza um discurso “combativo”, mas, na prática, defende a política da direção e da CUT.
- AE (Articulação de Esquerda) (PT): é uma corrente interna do PT que se formou a partir de um racha antigo da Articulação Sindical. Sua política, apesar da denominação de “Esquerda”, é a mesma da Articulação, de apoio ao governo do PT e à CUT.
- MES (Movimento da Esquerda Socialista) (PSOL) – corrente interna do PSOL, tendo como representante Luciana Genro, e na direção pela Diretora Marliane, alinhada com a política da direção.
- PSB (Partido Socialista Brasileiro) – partido político do vice-governador. No CPERS está representada na direção pelo Enilson.

B) AS CORRENTES DA “OPOSIÇÃO DE DIREITA”: Na prática tem acordo com a política da direção do CPERS, mas tenciona a direção a ir mais para a direita. Algumas defendem explicitamente a política do governo dentro do CPERS (reforma do Ensino Médio e PNE).

- ARTSIND (Articulação Sindical) (PT): esta é a principal corrente do PT. A Articulação dirige a CUT e controla com mãos de ferro os principais sindicatos do país. Já foi direção do CPERS por vários anos. Defende a manutenção da filiação do CPERS à CUT e CNTE.
- PÓ DE GIZ (PSDB, PMDB, PP e PDT): corrente da direita tradicional.  
- CEDS (Centro de Estudos e Debates Socialistas): é um pequeno núcleo político que defende a construção da CSP-Conlutas, o politécnico e o PNE.
- O TRABALHO (PT): faz críticas cínicas ao seu próprio partido, ao mesmo tempo em que permanece em seu interior, defendendo a CUTe a CNTE .
- CSD (CUT Socialista e Democrática) (PT) – Defende a política do PT/cut.
- CTB – (Central dos Trabalhadores do Brasil) – corrente vinculada ao PCdoB que defende toda a política do governo dentro do CPERS.

C) CORRENTES SEM LIGAÇÃO DIRETA COM A DIREÇÃO: Na prática, apoiam a política da direção do CPERS.
- UC (Unidade Classista): é uma corrente política dirigida pelo PCB.
- ARMA DA CRÍTICA: é uma corrente política que rachou recentemente com o PCB.
- CST (Unidos pra lutar): corrente interna do PSOL.
- ALICERCE: corrente interna do PSOL.
- TRIBUNA CLASSISTA – corrente vinculada a CRQI (PO da Argentina).
- MLC – Movimento Luta de Classe – corrente vinculada ao PCR.


D) A OPOSIÇÃO DE ESQUERDA:

- CONSTRUÇÃO PELA BASE: é uma corrente de oposição de esquerda à direção do CPERS. Luta contra a burocratização dos sindicatos e por um novo sindicalismo organizado por local de trabalho. No seu interior existem ativistas independentes e  vinculados ao coletivo Luta Marxista. A sua perspectiva não é um sindicalismo restrito aos limites do capitalismo, mas uma luta pelo socialismo.
 Todas as correntes políticas do CPERS defendem um discurso dúbio de “autonomia frente aos partidos políticos”, mas na realidade, por debaixo desta fachada escondem-se os partidos da burguesia ou reformistas que lutam por aparelhar o sindicato. O apartidarismo serve para enganar a base da categoria e ocultar a necessidade do partido revolucionário, um preconceito contra a organização independente dos trabalhadores. A inexistência de um partido revolucionário forte e organizado é a principal causa das derrotas dos trabalhadores. Não pode existir sindicatos politicamente independentes. Ou são dependentes de partidos burgueses e reformistas, como os atuais, ou de partidos revolucionários comprometidos com o socialismo. Partidos que façam a união das lutas econômicas com as lutas pelo socialismo. A dominação da burocracia sobre os sindicatos atuais reflete a hegemonia dos partidos burgueses e reformistas sobre eles.  
Um dos métodos de “luta” da burocracia é ignorar a correlação de força para deflagração de greves, banalizando essa tática privilegiada da luta de classe. Assim, levam os trabalhadores a greves inconsequentes, como a que tivemos em 2013 com um índice de participação não superior a 6% da categoria, levando a derrotas e mostrando para o governo nossa fragilidade. Utilizam-se do movimento para fins eleitoreiros ou para apoiar greves patronais, como a greve atual da CNTE-CUT. Esta é uma das práticas do sindicalismo burocrático que combatemos. Outra característica em comum das correntes do CPERS é um sindicalismo economicista; isto é, restrito às questões econômicas mínimas (melhores salários, melhores condições de trabalho, etc.), sem formação política e teórica, que não cria uma consciência política e revolucionária em nossa categoria.
Somos oposição à direção do CPERS porque não compactuamos com este sindicalismo burocrático e patronal. Para organizarmos uma luta consequente contra os governos a serviço do empresariado é preciso conscientizar os demais trabalhadores da necessidade de expulsar a burocracia dos sindicatos. Este é o papel que procuramos cumprir.

(Planfleto para os novos nomeados e aprovados no concurso em 2012)