16 de out. de 2013

A "NOVA CAMPANHA DE DENÚNCIA" DO CPERS CONTRA O GOVERNO TARSO É UMA FARSA!

PRECISAMOS DEFENDER O NOSSO PLANO DE CARREIRA

        O CPERS apresentou à categoria e à sociedade sua “nova campanha de denúncias” do governo Tarso. Ela consiste em alguns outdoors que “denunciam” o que todo mundo já sabe: que Tarso não paga o Piso e destrói a educação! Depois, diz que a “luta continua”; só não sabemos aonde, pois não houve a apresentação de nenhum calendário de luta que envolva a base da categoria.
No dia 8 de outubro o CPERS escreveu falaciosamente em seu site que “a realização da nova campanha foi deliberada na assembleia geral do dia 13 de setembro, quando a greve da categoria foi suspensa”. Isto é uma mentira descarada! Nenhuma campanha foi encaminhada naquela assembleia geral. Pelo contrário. A direção do CPERS fez todo o esforço para jogar essa “campanha” e o suposto calendário de luta para o conselho geral.
Na mesma “notícia”, o sindicato nos apresentou uma exposição de cartazes na esquina democrática e faixas pelo Estado como uma “campanha contra o governo Tarso” nos seus 1000 dias de calote do Piso, porém, a campanha ficou nas faixas espalhadas pela cidade. Nenhum ato público foi protagonizado pelo CPERS. A base, como sempre, continua ignorada, sem nenhum envolvimento. O último conselho geral não apresentou nenhum calendário de mobilização junto à base. A tão falada continuidade da mobilização, que deveria seguir após o término da greve, não existe.
Precisamos discutir periodicamente a educação que queremos, mas, como sempre, o CPERS está dessintonizado dos ataques do governo. Isto não é uma casualidade: é uma tendência cristalizada! O foco da luta e da denúncia, neste momento, deveriam ser sobre a defesa do Plano de Carreira, que está na mira do governo Tarso: o governador falou abertamente em mexer nele para pagar o Piso no programa Roda Viva; insistentemente tem mandado por e-mail aos professores da rede pública uma pesquisa extremamente tendenciosa sobre a situação da educação que, na verdade, é apenas um disfarce para posteriormente dizer que os professores apóiam a modificação (leia-se: destruição) do Plano de Carreira. Esta pesquisa é uma cilada para destruí-lo. Isto está claro no item 5, que vincula a nossa insatisfação com o salário à “insatisfação com o Plano de Salário” (leia-se: Plano de Carreira). Certamente o governo usará esse resultado para manipular a opinião pública para mais um ataque aos educadores, com o nosso suposto consentimento. Só a partir daí “pagaria o Piso”. Importante lembrar que o Piso Salarial só é significativo para os educadores se mantiver o Plano de Carreira, caso contrário significa uma derrota completa.
Nesta manobra o governo conta com o apoio da grande mídia. A Zero Hora lançou uma série de editoriais que defendem a modificação (leia-se: destruição) do Plano de Carreira do Magistério. É reação em toda linha! Enquanto isso, o CPERS canta o seu samba de uma nota só: Piso Salarial e Tarso fora da lei.

Precisamos de um calendário de luta que envolva a base: períodos reduzidos, aulas públicas, assembleias nas comunidades escolares, criação de núcleos sindicais por escolas, atos regionais, etc. A campanha que precisamos neste momento é aquela que denuncie o ataque do governo Tarso, da grande mídia e do Banco Mundial ao nosso Plano de Carreira. Para ser sério, o seminário deveria abordar este tema visando esclarecer a sociedade e as comunidades escolares sobre o ataque neoliberal por todos os flancos aos Planos de Carreira do Magistério. É preciso mostrar toda a vinculação destes ataques com o Plano Nacional de Educação – PNE – (que contém não apenas a Reforma do Ensino Médio, mas a defesa do fim dos Planos de Carreira). É preciso dizer que todos estes ataques são defendidos pela CNTE-CUT, que continua tão forte e viva dentro do CPERS quanto antes. Na contramão disso, a direção do CPERS chama a construção do congresso da CNTE governista que defende a destruição do nosso plano de carreira, em janeiro de 2014.