PRECISAMOS
DEFENDER O NOSSO PLANO DE CARREIRA
O
CPERS apresentou à categoria e à sociedade sua “nova campanha de denúncias” do
governo Tarso. Ela consiste em alguns outdoors que “denunciam” o que todo mundo
já sabe: que Tarso não paga o Piso e destrói a educação! Depois, diz que a
“luta continua”; só não sabemos aonde, pois não houve a apresentação de nenhum
calendário de luta que envolva a base da categoria.
No dia 8 de outubro
o CPERS escreveu falaciosamente em seu site que “a realização da nova campanha foi deliberada na assembleia geral do
dia 13 de setembro, quando a greve da categoria foi suspensa”. Isto é uma
mentira descarada! Nenhuma campanha foi encaminhada naquela assembleia geral.
Pelo contrário. A direção do CPERS fez todo o esforço para jogar essa
“campanha” e o suposto calendário de luta para o conselho geral.
Na mesma “notícia”,
o sindicato nos apresentou uma exposição de cartazes na esquina democrática e
faixas pelo Estado como uma “campanha contra o governo Tarso” nos seus 1000
dias de calote do Piso, porém, a campanha ficou nas faixas espalhadas pela
cidade. Nenhum ato público foi protagonizado pelo CPERS. A base, como sempre,
continua ignorada, sem nenhum envolvimento. O último conselho geral não
apresentou nenhum calendário de mobilização junto à base. A tão falada
continuidade da mobilização, que deveria seguir após o término da greve, não
existe.
Precisamos discutir
periodicamente a educação que queremos, mas, como sempre, o CPERS está
dessintonizado dos ataques do governo. Isto não é uma casualidade: é uma
tendência cristalizada! O foco da luta e da denúncia, neste momento, deveriam
ser sobre a defesa do Plano de Carreira, que está na mira do governo Tarso: o governador
falou abertamente em mexer nele para pagar o Piso no programa Roda Viva;
insistentemente tem mandado por e-mail aos professores da rede pública uma
pesquisa extremamente tendenciosa sobre a situação da educação que, na verdade,
é apenas um disfarce para posteriormente dizer que os professores apóiam a
modificação (leia-se: destruição) do Plano de Carreira. Esta pesquisa é uma
cilada para destruí-lo. Isto está claro no item 5, que vincula a nossa
insatisfação com o salário à “insatisfação com o Plano de Salário” (leia-se:
Plano de Carreira). Certamente o governo usará esse resultado para manipular a
opinião pública para mais um ataque aos educadores, com o nosso suposto
consentimento. Só a partir daí “pagaria o Piso”. Importante lembrar que o Piso Salarial
só é significativo para os educadores se mantiver o Plano de Carreira, caso
contrário significa uma derrota completa.
Nesta manobra o
governo conta com o apoio da grande mídia. A Zero Hora lançou uma série de
editoriais que defendem a modificação (leia-se: destruição) do Plano de
Carreira do Magistério. É reação em toda linha! Enquanto isso, o CPERS canta o
seu samba de uma nota só: Piso Salarial e Tarso fora da lei.
Precisamos de um
calendário de luta que envolva a base: períodos reduzidos, aulas públicas,
assembleias nas comunidades escolares, criação de núcleos sindicais por
escolas, atos regionais, etc. A campanha que precisamos neste momento é aquela
que denuncie o ataque do governo Tarso, da grande mídia e do Banco Mundial ao
nosso Plano de Carreira. Para ser sério, o seminário deveria abordar este tema
visando esclarecer a sociedade e as comunidades escolares sobre o ataque
neoliberal por todos os flancos aos Planos de Carreira do Magistério. É preciso
mostrar toda a vinculação destes ataques com o Plano Nacional de Educação – PNE
– (que contém não apenas a Reforma do Ensino Médio, mas a defesa do fim dos
Planos de Carreira). É preciso dizer que todos estes ataques são defendidos
pela CNTE-CUT, que continua tão forte e viva dentro do CPERS quanto antes. Na
contramão disso, a direção do CPERS chama a construção do congresso da CNTE governista
que defende a destruição do nosso plano de carreira, em janeiro de 2014.