Enquanto a nossa categoria perde direito
atrás de direito em função dos ataques do governo Sartori (PMDB, PP, PPS, PSDB,
PSB, PSD, PRB, PV), a direção central do CPERS (PT e PCdoB) utiliza o jornal
oficial do CPERS, o Sineta, para se autopromover e fazer uma propaganda
enganosa visando a sua hegemonia sobre o sindicato. Estão de olho nas eleições
sindicais de 2017 e, desde já, reforçam uma imagem de “aproximação” com a base
para esconder os seus golpes e manobras de bastidores contra ela.
A
intenção principal da diretoria central enviando o Sineta pelo correio é influenciar
aquela base que não participa ativamente do sindicato e, portanto, tem mais
possibilidade de acreditar nessa propaganda enganosa. Os dois últimos Sinetas
afirmam que o CPERS está mais próximo dos educadores e “no caminho da
participação”. Mas quem participou da assembleia geral de 11 de setembro sabe
que isso é uma falácia! Há uma profunda vacuidade de conteúdo, se mostrando
alheio a toda a luta viva da base da nossa categoria e dos trabalhadores em
geral.
Nos
últimos meses acompanhamos o aprofundamento da luta e dos ataques dos governos em
todo o Brasil – com destaque aos estudantes e educadores de São Paulo – e a
direção do CPERS ignorou todos estes ataques reais, bem como os processos de
mobilização que mereceriam não apenas solidariedade ativa, mas uma análise
profunda.
Os
últimos Sinetas não falam nenhuma palavra de apoio e solidariedade à luta dos
estudantes de São Paulo. Nenhuma palavra sobre a luta dos educadores e
estudantes de Goiás contra as privatizações da educação pública daquele estado.
Nenhuma linha sobre os 30 mil educadores contratados demitidos no Paraná de
Beto Richa (PSDB). Nenhuma palavra sobre os golpes impostos pela SEDUC contra
as eleições e as direções eleitas democraticamente nas escolas, em que as
antigas direções atuam em cumplicidade com o governo em troca da desmobilização
da categoria contra seus ataques. Depois do golpe da assembleia do dia 11 de
setembro, em que a direção abortou o movimento de resistência contra os ataques
do governo Sartori, a direção não chamou mais nenhuma assembleia para organizar
a luta e muito menos fez alguma referência no Sineta no sentido de mobilizar
efetivamente a categoria.
Pelo
que lemos no Sineta, para a direção do CPERS as coisas parecem estar as mil
maravilhas!
Para
quê o Sineta poderia servir?
O
Sineta deveria ser aberto, democrático, servindo para organizar a luta da
categoria, sugerindo temas para os debates entre colegas na sala dos professores
durante o recreio, visando elevar o nível dos debates políticos nas escolas.
Poderia servir para orientar a atuação dos representantes de escola e organizar
a discussão nos núcleos, além de divulgar as posições presentes na categoria, abrindo
espaço para artigos de membros da base do CPERS, etc.
O atual Sineta é
uma vergonha e um verdadeiro desrespeito com a luta, a organização e a
inteligência dos trabalhadores de base.