Na cidade de Rio Grande (RS) educadores estão sendo submetidos a trabalho escravo para pagar dias
de greve
Desde
o final da greve, em 8 de dezembro de 2017, os lutadores de Rio Grande (RS) vêm
sendo submetidos a uma árdua perseguição por parte do governo Sartori (MDB e
aliados), CREs e SEDUC. Tal como a 1ª CRE (hoje SEDUC) e outras, a 18ª CRE
passou de todos os limites quando rompeu com qualquer tipo de legislação ou
direito de greve, afirmando que os educadores convocados e contratados não
receberiam nenhum centavo durante os meses de recuperação, pois “teriam
recebido durante a greve”. Muitos destes grevistas se defenderam afirmando que
não recuperariam ou pediriam demissão. Seguindo o exemplo da SEDUC e de outras
CREs, os escravistas da 18ª CRE,
então, afirmaram que o pedido de exoneração geraria “uma dívida com o estado,
que se não fosse paga com a recuperação dos dias de greve, teria que ser paga
em dinheiro”.
Para nós não restam dúvidas de que se
trata de um regime de escravidão. Trata-se, antes de tudo, de uma punição
autoritária de grevistas que tiveram a ousadia de desafiar a tirania do governo
Sartori por mais de 3 meses de greve, além de desconsiderarem os apelos
piedosos da direção central do CPERS e do 6º núcleo, ambas ligadas à
Articulação Sindical (PT-CUT), pelo fim da greve. Nenhum sindicato ou militante
sério pode ficar indiferente à barbárie a que estes educadores grevistas estão
sendo submetidos em Rio Grande. É preciso cobri-los de solidariedade e
denunciar, aos quatro cantos, esta imposição
escravista por parte da 18ª CRE.
Não é o que faz a direção do CPERS, que
foi alertada diversas vezes, desde dezembro de 2017 e, de lá pra cá, a única
coisa que fez foi vistas grossas. É a prova da falência total desta direção e
do seu sindicalismo reformista, sustentados por uma verdadeira burocracia
sindical que é muito eficaz para descontar mensalidades e fazer autopropaganda,
mas cruelmente inerte para organizar a defesa dos educadores na vida real. A
velha e batida justificativa (usada mais como forma de ganhar tempo do que
qualquer outra coisa) é que a direção central “está pedindo para que todos os
núcleos passem os casos de perseguição por escrito”, isto é, pelos canais
burocráticos internos. Totalmente petrificada pela burocratização sindical,
esta direção não está preocupada com a injustiça que acontece concretamente
contra os educadores, mas com a simples documentação de papéis. Isto tudo,
portanto, só pode significar o apoio (nem tão velado) à punição dos grevistas
(e, de quebra, a conivência com o trabalho escravo). Para a burocracia
sindical, tudo se resume a levar “denúncias formais” para “cobrar do Secretário
de Educação em reunião”, como se este já não soubesse de tudo isso e realmente
fosse fazer alguma coisa para resolver sem pressão vinda do sindicato e da
categoria organizada.
A atual direção do CPERS e do 6º núcleo
não organizaram nenhuma luta de resistência contra o trabalho escravo. Além de
não organizarem nada, sequer foram capazes de fazer uma denúncia pública, nas
redes sociais, na mídia ou na Organização Internacional do Trabalho (OIT). É a demonstração
cabal de que os lutadores independentes precisam tomar o sindicato com suas
próprias mãos, sem o quê, todas as greves e lutas estarão fadadas a possíveis desfechos
trágicos como este.
- Abaixo o trabalho escravo!
Que os educadores de Rio Grande recebam integralmente o seu salário dos meses
de recuperação.
- Pelo cumprimento do
direito de greve! Desencadear uma campanha pública para que a 18ª CRE e a SEDUC
sejam punidas por descumprirem a lei de greve e por imporem trabalho escravo!
- Abaixo a conciliação de
classes que só traz desmoralização aos trabalhadores: abaixo a burocracia
sindical! Por uma nova direção para o CPERS, que não tolere o trabalho escravo,
seja classista, revolucionária e que organize os educadores pela base!