30 de jun. de 2012

INDIGNADOS CONTRA OS ATAQUES DO GOVERNO TARSO E A CONCILIAÇÃO DA DIREÇÃO DO CPERS!

A única política de mobilização tirada na reunião do Conselho Geral do dia 15 de junho foi o ato dos “indignados”, que segue os moldes do movimento europeu. A direção do CPERS diz que o protesto será contra a “farsa do concurso público, o não cumprimento da lei do piso, o aumento da contribuição previdenciária e a falta de investimento na educação pública”; só que a direção protesta contra o concurso com mais de seis meses de atraso.
 Desde fevereiro que a Construção pela Base vem denunciando a farsa deste concurso, as altas taxas cobradas, o baixo número de vagas para continuar priorizando os contratos emergenciais, os critérios de avaliação com objetivo claro de reprovação em massa para desmoralizar a categoria, a tentativa do governo em fingir que está atendendo uma reivindicação da categoria, quando, na realidade, está aplicando mais um golpe contra os educadores. Quase um mês depois da divulgação dos resultados, do atraso do gabarito, das irregularidades que já eram bem conhecidas de todos, o CPERS continuou calado.
            Os sucessivos ataques do governo Tarso e as suas calúnias contra os educadores através da grande mídia realmente deixaram a categoria indignada. Mas, mesmo sendo uma das maiores do Estado, a energia da sua indignação está paralisada porque sua força não está sendo mobilizada contra o governo em razão das práticas desmobilizadoras da burocracia sindical.
             Na questão do aumento da alíquota da previdência, por exemplo, sofremos com a política de “faz de conta” da direção do CPERS que, inevitavelmente, leva a ausência de mobilização e de organização de base. Mesmo sabendo do aumento da alíquota antecipadamente, não mobilizou a categoria e nem denunciou o governo amplamente. Somente na véspera da votação convocou a categoria para se fazer presente apenas nas galerias da Assembleia Legislativa. Frente às manobras do governo Tarso para manipular os dados educacionais gaúchos e aumentar o índice de reprovados, somando-os com o índice de abandono do Ensino Médio, para mais uma vez atacar os educadores, a direção do CPERS também nada faz. No Conselho Geral se opôs a denunciar este golpe.
Não existem razões para não denunciar o governo Tarso através de uma agitação de massas na base da categoria, na mídia, para a população em geral. O fato é que a burocracia sindical dirigente aposta na divisão da categoria e na baixa mobilização. Está plenamente satisfeita com a mobilização apenas de uma pequena parte da vanguarda do CPERS que é, em sua maioria, base de sustentação da direção, enquanto que a categoria real segue desmobilizada, dentre outras coisas, em razão da descrença no sindicato. Ao não levantar as bandeiras dos contratados – como a sua inclusão nos Planos de Carreira e lutar por estabilidade – continua aprofundando a divisão da categoria e a desmobilização.
            A definição de ato dos “indignados” serve apenas de catalisador para a insatisfação generalizada da base. Nenhuma luta real, coerente, cotidiana, está sendo travada. Por isso, a nossa indignação deve ser, também, contra a direção burocrática do CPERS, que é conivente com os ataques do governo, que paralisa e sabota a nossa luta, ao mesmo tempo que faz uma propaganda enganosa de “vitórias”. Nestes atos só falam as correntes da burocracia sindical. O direito à fala é praticamente inexistente às correntes minoritárias e à base.

O ELEITORALISMO DO CPERS
            Se o CPERS já estava paralisado, quando se inicia a campanha eleitoral ele praticamente entra em recesso. Isso se passa porque a maioria das suas correntes lança candidatos e porque tem nas eleições burguesas a sua real intenção. Não usam as eleições para fortalecer a luta direta, mas, ao contrário, utilizam os atos do sindicato para promover os seus candidatos e fortalecer as ilusões nas eleições. Demagogicamente divulgam aos quatros ventos que elegendo determinados candidatos representantes das correntes da burocracia poderemos mudar a realidade da classe. São as mesmas correntes que nos períodos “não eleitorais”, com sua política, servem de apoio ao governo.
            Certamente veremos um palco montado neste ato para a divulgação dos diversos candidatos que, em si, não tem nenhuma proposta concreta de denúncia da farsa da democracia burguesa e das suas instituições. Nem podem fazê-lo, uma vez que almejam se eleger aos cargos destas mesmas instituições e prometem resolver os problemas do povo seguido a lógica eleitoreira de todos os partidos que se unificam em diferentes frentes para garantir seus interesses eleitoreiros, opostos aos nossos.
            O recesso que o CPERS dará ao governo para se dedicar a campanha eleitoral, facilitará mais ainda a implementação dos ataques contra a categoria: a Reforma do Ensino Médio, o Plano Nacional de Educação (PNE), o aumento da alíquota da previdência, a destruição dos planos de carreiras, o calote do Piso e das RPVs, a consolidação do golpe do concurso público, a precarização através dos contratos emergências, as horas não pagas de trabalho realizado, a desmoralização dos educadores via grande mídia e outros que virão.
           

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