17 de set. de 2014

O RESULTADO DAS ELEIÇÕES PARA O CONSELHO GERAL DO CPERS: O GOVERNISMO CRESCE


        No dia 20 de agosto aconteceram as eleições para o Conselho Geral do CPERS. Da mesma forma que ocorreu quando da eleição para direção central, a Comissão Eleitoral Central foi controlada pelos agentes do governo dentro do sindicato. O processo eleitoral para a escolha dos novos conselheiros se caracterizou pela “pressa” e desorganização. O pouco tempo de campanha (apenas sete dias úteis para a campanha eleitoral nas escolas) favoreceu as correntes burocráticas, que colocaram os aparatos das suas centrais e de seus partidos burgueses e reformistas em movimento para angariar votos nas escolas. Repetiram-se os mesmos problemas que ocorreram na eleição para a direção central e dos núcleos: urnas com mais votos do que assinaturas, cédulas sem rubricas, atas não preenchidas, cédulas na urna sem assinaturas, o que abre margem para fraudes.
        A atual direção, formada pelos partidos governistas (Articulação Sindical e Articulação de Esquerda - PT, PCdoB, PDT e PTB) que dão sustentação aos governos Tarso e Dilma, aumentou a sua força dentro do Conselho Geral, significando uma derrota para a categoria, pois o que veremos em curto prazo será a retirada de direitos com o total silêncio do CPERS. O PEE – Plano Estadual de Educação – será imposto goela baixo dos educadores pelo governo Tarso com o ativo apoio do CPERS. O Conselho Geral tem se caracterizado por assemelhar-se às instituições burguesas (Câmara dos Deputados, Vereadores e Senado Federal): conservador, governista e afastado da base que supostamente representa. O “novo” Conselho eleito não foge à regra.

A ABSTENÇÃO DO CEDS NO CONSELHO GERAL FAVORECEU OS GOVERNISTAS DA ARTICULAÇÃO (PT) EXCLUINDO A CONSTRUÇÃO PELA BASE
        Nós da chapa 4, Construção pela Base – Para Mudar o CPERS de Verdade, empatamos na disputa pela quarta vaga para o Conselho Geral do 39º Núcleo com a Chapa 2 – CPERS Unido e Forte, a chapa do PT (Artisind, AE e O Trabalho). A Comissão Eleitoral Central governista deu essa vaga para a Chapa 2, valendo-se da norma do artigo 110 do Código Eleitoral burguês, que utiliza a idade como critério de desempate, considerando que o Estatuto da Entidade e o Regimento Eleitoral são omissos para os casos de empate.
 Achamos injusta a concessão da vaga para a Chapa 2 do PT, com base no critério da idade, pois o PT já tem mais da metade dos conselheiros no Conselho Geral, inclusive, já havia garantido vaga no próprio 39º Núcleo, e a Construção pela Base não tem nenhum representante. Diante disso, apresentamos um recurso à Comissão Eleitoral Central, reivindicando a vaga para a Construção pela Base com base no critério democrático de representação e pluralidade das ideias no Conselho. Esse recurso foi negado pela Comissão Eleitoral. Encaminhamos, então, outro recurso ao próprio Conselho Geral. Argumentamos que o nosso recurso deveria ser julgado pelo Conselho Geral anterior, pois o novo Conselho Geral somente deveria ser empossado depois de votados os recursos da eleição. A burocracia sindical governista, perita em manobras e cambalachos, ignorou os nossos argumentos e julgou o nosso recurso pelo novo Conselho empossado. Fez valer o peso burocrático do aparato sobre as minorias.
 A votação do nosso recurso no novo Conselho Geral teve o seguinte resultado: Chapa 4: 56 votos; Chapa 2: 60 votos; Abstenções: 5 votos (todos do CEDS, que na votação se absteve, mas de fato, como ocorre corriqueiramente, posicionou-se ao lado da Articulação Sindical – PT, reafirmando o seu caráter semigovernista). A Articulação Sindical comemorou o ocorrido euforicamente porque conseguiu cumprir a vontade do governo de excluir a Construção pela Base do Conselho Geral do CPERS.

A nossa luta continuará independentemente de não estarmos neste Conselho. Continuaremos denunciando todas as capitulações e conciliações da “nova” direção do CPERS frente ao seu governo. Temos confiança na mobilização independente dos trabalhadores e seguiremos trabalhando nesse sentido, pois é a única forma de derrotar o governismo, a conciliação de classes e de reaproximar o CPERS da base.

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