ORGANIZAR A LUTA PARA ENFRENTAR OS ATAQUES DO
GOVERNO SARTORI/TEMER
O governo Sartori/Temer não dá trégua: continua sua ofensiva contra os
direitos dos trabalhadores. Além do congelamento e parcelamento salarial, nem mesmo
o 13º dos trabalhadores o governo se compromete em pagar, quiçá as férias. O
pacote de ajuste fiscal com o título de “Um
novo futuro, um novo estado”, encaminhado à Assembleia Legislativa pelo
governo, deveria ser chamado de “O fim do
futuro com um Estado mínimo”, dentre as medidas encaminhadas estão: acabar
com a Licença Prêmio, com o adicional de tempo de serviço aos 15 anos (15%) e aos 25 anos (10%),
aumentar a contribuição previdenciária de 13,25% para 14%, instituir o
parcelamento do 13º salário(50% em dezembro e 50% em novembro do ano seguinte),
e, além disso, quer privatizar fundações e companhias estaduais o que levará
demissões em massas dos servidores e ao início do fim dos serviços públicos.
Na educação já começou o fechamento de turmas e turnos em diversas
escolas no Estado; além disso, já tem uma lista circulando na SEDUC RS em que
estão as escolas que serão fechadas no final do ano letivo, o que levará a
demissão de milhares de trabalhadores contratados. Além disso, a MP 746
“Contrarreforma do Ensino Médio”, reduzirá drasticamente o número de matrículas
no ensino médio, pois parte dos estudantes será jogada para o Sistema “S”, que
lucrará em cima da diminuição ou mesmo ausência de serviços públicos.
O governo fala em “enfrentar a
calamidade financeira do RS” e “transparência”, mas isso não passa de uma grande
farsa: o mesmo não divulga quais grandes
empresas que são beneficiadas com isenções fiscais, suas contas secretas e os
seus gastos internos. Em entrevista recente, Giovani Feltes defendeu as isenções
fiscais às grandes empresas, dizendo: “ainda que haja déficit estimado em R$ 3
bilhões para 2017, os ‘incentivos’ fiscais
devem chegar a R$ 9 bilhões”; e concluiu que, sobre os números, “não há transparência”. Só acabando com
as isenções fiscais já resolveríamos a tal “crise financeira”, mas o governo
quer aplicar o pacote e passar goela abaixo o ajuste fiscal justamente para
continuar beneficiando estes setores do grande capital.
A PEC 241-55, a reforma da previdência, o
pacote do governo Sartori/Temer (PMDB e aliados), bem como todas as demais
medidas do ajuste fiscal impostas por ambos, visam beneficiar a especulação
financeira e os grandes bancos; isto é, atendem os interesses do pagamento da
dívida pública, que leva metade do orçamento público anual. A ordem do capital
é privatizar a toque de caixa os serviços públicos, deixando a população que
depende deles totalmente desassistida e a mercê do lucro do setor empresarial,
a exemplo do setor educacional do Chile ou da saúde pública dos EUA. Esta dívida e a suposta crise financeira não
terão fim sob o capitalismo. Pelo contrário: desnudam a decadência do sistema.
É tarefa dos trabalhadores se organizarem e se conscientizarem para por fim a
essa espoliação.
Enquanto sofremos ataques de todos os
lados a direção do CPERS (PT, PCdoB e PDT) priorizou na última assembleia a
disputa pelo aparato sindical com a antiga direção, já com vistas as eleições
sindicais de 2017 ao invés de organizar uma luta consequente contra o governo
Sartori/Temer (PMDB e aliados). Tentou boicotar a luta, com propostas que
jogavam a assembleia geral e mobilizações para início de 2017, como se o
governo fosse esperar até lá para nos atacar. Além de propor atividades inócuas,
que visam fortalecer o parlamento burguês e o aparato cutista.
Neste sentido não escolhemos a hora de
lutar. Os ataques estão por todos os lados e é necessário enfrentá-los. Faz-se
urgente uma ampla agitação utilizando todos os meios midiáticos para se
contrapor as mentiras do governo Sartori, desmascarando sua tal “crise
financeira” em que somente os trabalhadores estão pagando a conta, denunciar
amplamente as grandes empresas que se beneficiam com o dinheiro público através
das isenções e sonegações fiscais, ganhando a opinião pública
para nossa luta em defesa dos serviços públicos.
Devemos debater em cada escola e região que
o CPERS chame a construção de uma greve unitária de todos os trabalhadores do
serviço público, em que passamos a ocupar os espaços públicos unitariamente, e
inicialmente acampemos na Praça da Matriz chamando as comunidades em defesa da
educação pública e demais serviços, para se somarem nessa luta. Promover atos
massivos com mais de 50 mil trabalhadores na frente do palácio e Assembleia Legislativa,
parando o Estado e colocando o governo na parede, fazendo-o recuar dos ataques,
bem como garantir o pagamento dos salários, 13º, e férias sem parcelamento.
Sabemos que as condições são difíceis. A
greve provavelmente seja de vanguarda, mas é necessário dar os primeiros passos
e trabalhar para fortalecê-la, sempre acompanhando de perto todos os passos da
burocracia sindical. Nesse sentido é importante a eleição democrática de um
comando de greve aberto a toda a categoria, que tenha, dentre outras
preocupações, a de construir passagem nas escolas, aulas públicas e piquetes
onde for possível.
ü
CONTRA OS PLANOS DE
AUSTERIDADES DOS GOVERNOS SARTORI E TEMER!
ü
RESISTIR AOS ATAQUES
NEOLIBERAIS!
ü PELA CONSTRUÇÃO UNITÁRIA DE TODOS OS TRABALHADORES DO
SERVIÇO PÚBLICO!
Panfleto distribuído dia 08/12/2016 na assembleia geral do CPERS na Praça da Matriz.
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