Construir
um novo CPERS pela base!
Vivemos no país e no mundo o avanço da
barbárie capitalista: guerras, aumento do desemprego e da miséria, retirada de
direitos em larga escala, explosão da violência urbana, falta de perspectiva no
futuro, desesperança em escala industrial. A crise do capitalismo desagrega a
sociedade e despedaça o futuro dos trabalhadores e seus filhos, ao mesmo tempo
em que patrocina a grande mídia e alguns intelectuais do senso comum para iludir
o povo de que é o único sistema possível. Atacam a luta dos trabalhadores;
demonizam o socialismo! Confundem-no com os crimes daqueles que o traíram.
Transferem toda a desesperança gerada pela decadência da sociedade capitalista
para o socialismo.
Ao Brasil, o “livre” mercado reserva à
eterna periferia do sistema. Todas as crises do centro se refletem de forma
brutal aqui. A última “marolinha” da crise econômica internacional significou o
golpe do impeachment e a atual
cruzada da burguesia e da sua mídia contra os direitos dos trabalhadores.
Querem destruir a CLT, a Previdência, os mínimos direitos dos trabalhadores
rurais. Se puderem restaurarão a exploração dos primórdios da Revolução
Industrial (tal como na China atual), os velhos privilégios feudais no campo e
a escravidão, revogando a Lei Áurea.
O governo Temer (PMDB e asseclas) se atola
em escândalos de corrupção que traduzem a sua essência. Ele tenta, com unhas e
dentes, se manter no governo para concluir o seu pacote de destruição dos
serviços públicos e, assim, garantir estes recursos à dívida pública. Aqui no
Estado, o governo de Sartori (PMDB e asseclas) – que como líder do governo Brito
na Assembleia Legislativa foi o responsável por fazer aprovar toda a sua
política privatista e selar a crise financeira do Estado, além de privatizar
inúmeras empresas públicas, como a CRT – após muita manipulação das pesquisas
eleitorais, se vendeu como o solucionador dos “problemas financeiros” do RS que
ele mesmo ajudou a criar. Ele aplica o mesmíssimo programa de Temer. Soubemos
pelas delações, que Sartori também recebeu propina da JBS para a sua campanha
eleitoral através de Aécio Neves. Estamos pagando muito caro todas as
demagogias do nosso corrompido sistema eleitoral. O governo Sartori e Temer
selarão nosso destino de semicolônia e cimentarão a falta de esperança no
futuro, que se desenha a nossa frente como um grande grilhão escravocrata preso
aos nossos pés, enquanto que a sanha insaciável do grande capital ri satisfeita.
Os ataques da grande mídia, da burguesia
e do imperialismo contra o PT através da Operação Lava Jato são uma grande
farsa que servem apenas para criminalizar toda a esquerda, sem distinção,
enquanto livra a cara dos políticos da direita tradicional, sobretudo os do
PMDB e PSDB. Visam criar um clima político de descrença geral para que o
governo Temer/Sartori possa tentar “solucionar a crise” dos lucros da burguesia
e nos mantenham presos ao inferno do capitalismo em decadência.
Apesar da farsa chamada “Lava Jato”, é
preciso dizer que o projeto político e o sindicalismo cutista, sustentados pelo
PT, faliram. Não são capazes de deter esta ofensiva brutal da burguesia contra
nós. Frente aos ataques impiedosos e certeiros da direita, através dos governos
Temer e Sartori, precisamos organizar os trabalhadores para resistir de uma
forma séria, sem nenhum tipo de ilusão demagógica e eleitoreira. O sindicalismo
cutista, amplamente hegemônico na “esquerda” brasileira e, em especial, no
CPERS, não é capaz de ir além de uma “greve” geral de um dia. É preciso romper
a camisa de força das burocracias sindicais e organizar os trabalhadores pela
base, conscientizando-os do tamanho da nossa luta e de novos métodos para
organizá-la e potencializá-la.
As atuais chapas que se apresentam ao
processo eleitoral para a direção do CPERS são variantes deste mesmo
sindicalismo cutista (apesar de serem de centrais diferentes). Todos os
principais nomes envolvidos nelas, de uma forma ou outra, já estiveram na
direção do nosso sindicato, inclusive em chapas conjuntas. Há mais de 30 anos
apenas fazem uma verdadeira “dança das cadeiras” para reeleições, visando a
manutenção da influência sobre o aparato sindical. A política reformista e
conciliadora, que tem medo de se enfrentar seriamente com os governos e de
dizer a verdade à base de nossa categoria, por mais amarga que seja, levou o
CPERS ao atual estado de descrédito e ao total afastamento do chão das escolas.
A manutenção da atual chapa da CUT à frente do CPERS significa novos golpes e
catástrofes na nossa luta; mas tampouco a eleição da suposta “oposição” (que já
dirigiram o nosso sindicato em muitas gestões) representará uma mudança real.
Apresentamos orgulhosamente a nossa
chapa – Construção pela Base! Por um
CPERS organizado pela base e de luta pelo socialismo! – para reverter este
estado de coisas. Somos formados por educadores do chão de escola, sem
liberação sindical ou vinculação com os partidos burgueses e reformistas. Nossa
corrente sindical e os independentes continuam fiéis ao programa que defendiam
há três anos atrás. Queremos um novo sindicalismo, classista de fato, organizado
pela base e revolucionário. Precisamos inverter a atual estrutura do CPERS e
fazer dele um instrumento de luta real, pulsante, como uma via de duas mãos
entre base e direção. Pretendemos acabar
com o carreirismo, o personalismo e o burocratismo do sindicalismo reformista,
para colocá-lo no caminho da luta independente, não apenas em palavras (como
certamente farão inúmeras das chapas de “oposição” de ocasião), mas no campo de
batalha da luta de classes.
Chamamos a todos os professores e
funcionários, ativistas e correntes classistas e independentes, para que juntos
venham fortalecer este projeto. Leiam e divulguem o nosso programa. Criem um
comitê de solidariedade e campanha em sua escola e região. Ajudem a divulgar os
nossos materiais. Precisamos quebrar não apenas a hegemonia dos governos e da
mídia dentro da nossa categoria, mas, sobretudo, a dominação da burocracia
sindical, sem o qual não haverá luta independente por parte do nosso sindicato.
O CPERS é nosso! Tenhamos ousadia e
coragem de tomá-lo pela base!
Chapa
4
Construção
pela Base
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