Uma após a outra
vão caindo as máscaras que escondem a verdadeira face da democracia
capitalista: repressão aos trabalhadores para garantir o lucro privado da
burguesia. Esta violência escancarada aos movimentos sociais que lutam contra a
carestia de vida, tais como o aumento das passagens, desemprego, lei de exceção
da Copa, dentre outros, vem sendo debatido por toda a sociedade, inclusive pela
nossa categoria. Professores, funcionários e alunos dependem diariamente do
transporte coletivo e, muitos destes, têm tomado parte ativa na luta que hoje o
Brasil inteiro trava contra as empresas privadas e as prefeituras que lhes são
subservientes.
Os movimentos sociais de Porto Alegre
conquistaram uma vitória parcial ao obrigar a prefeitura a recuar no seu
intento de aumentar a passagem de R$2,85 para R$3,05. Esta luta não teve nenhum
apoio do CPERS. Este imobilismo de nosso sindicato é um absurdo e só demonstra
todo o seu corporativismo e economicismo, isto é, a sua adaptação total à
democracia burguesa e ao sindicalismo reformista.
O CPERS é uma imensa máquina sindical que
poderia, junto a estes movimentos populares, levantar nossas bandeiras em
defesa da educação pública (a defesa do Plano de carreira, contra a Reforma do
Ensino Médio, não ao PNE, etc.) bem como dar um grande apoio material para
todos estes atos, além de uma unidade em todo o território do Estado,
impulsionando-os ainda mais para adiante. Como é dirigido por uma burocracia
sindical que fica encastelada nos seus gabinetes, preocupada em manter seu
status, seus privilégios e acordos políticos de bastidores. Ao invés de dar
vazão a esta luta que comove o Brasil, sua preocupação principal é: como
engessar e controlar o congresso que se avizinha?
Muito longe de refletir as lutas em curso
e preparar as novas, o CPERS é o reflexo do carreirismo, do imobilismo e do
sindicalismo adaptado ao Estado. Nenhum dos seus núcleos foi capaz de se somar
as iniciativas populares. As assembleias regionais coincidiram com os dias em
que ocorriam atos expressivos nas ruas e, mesmo assim, não houve sequer um
informe ou convocação para a participação da categoria para engrossar as
fileiras destes mesmos atos. A sua única atitude em relação aos protestos
nacionais é publicar uma nota na internet de um grupo de São Paulo. É muito
importante a categoria refletir profundamente sobre mais esta omissão do CPERS:
para que serve o aparato sindical?
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