No
dia 20 de agosto aconteceram as eleições para o Conselho Geral do CPERS. Da
mesma forma que ocorreu quando da eleição para direção central, a Comissão
Eleitoral Central foi controlada pelos agentes do governo dentro do sindicato.
O processo eleitoral para a escolha dos novos conselheiros se caracterizou pela
“pressa” e desorganização. O pouco tempo de campanha (apenas sete dias úteis
para a campanha eleitoral nas escolas) favoreceu as correntes burocráticas, que
colocaram os aparatos das suas centrais e de seus partidos burgueses e
reformistas em movimento para angariar votos nas escolas. Repetiram-se os
mesmos problemas que ocorreram na eleição para a direção central e dos núcleos:
urnas com mais votos do que assinaturas, cédulas sem rubricas, atas não
preenchidas, cédulas na urna sem assinaturas, o que abre margem para fraudes.
A
atual direção, formada pelos partidos governistas (Articulação Sindical e
Articulação de Esquerda - PT, PCdoB, PDT e PTB) que dão sustentação aos governos
Tarso e Dilma, aumentou a sua força dentro do Conselho Geral, significando uma
derrota para a categoria, pois o que veremos em curto prazo será a retirada de
direitos com o total silêncio do CPERS. O PEE – Plano Estadual de Educação –
será imposto goela baixo dos educadores pelo governo Tarso com o ativo apoio do
CPERS. O Conselho Geral tem se caracterizado por assemelhar-se às instituições burguesas
(Câmara dos Deputados, Vereadores e Senado Federal):
conservador, governista e afastado da base que supostamente representa. O
“novo” Conselho eleito não foge à regra.
A ABSTENÇÃO DO CEDS
NO CONSELHO GERAL FAVORECEU OS GOVERNISTAS DA ARTICULAÇÃO (PT) EXCLUINDO A
CONSTRUÇÃO PELA BASE
Nós
da chapa 4, Construção pela Base – Para Mudar o CPERS de Verdade, empatamos na
disputa pela quarta vaga para o Conselho Geral do 39º Núcleo com a Chapa 2 –
CPERS Unido e Forte, a chapa do PT (Artisind, AE e O Trabalho). A Comissão
Eleitoral Central governista deu essa vaga para a Chapa 2, valendo-se da norma
do artigo 110 do Código Eleitoral burguês, que utiliza a idade como critério de
desempate, considerando que o Estatuto da Entidade e o Regimento Eleitoral são
omissos para os casos de empate.
Achamos injusta a concessão da vaga para a
Chapa 2 do PT, com base no critério da idade, pois o PT já tem mais da metade
dos conselheiros no Conselho Geral, inclusive, já havia garantido vaga no
próprio 39º Núcleo, e a Construção pela Base não tem nenhum representante.
Diante disso, apresentamos um recurso à Comissão Eleitoral Central,
reivindicando a vaga para a Construção pela Base com base no critério
democrático de representação e pluralidade das ideias no Conselho. Esse recurso
foi negado pela Comissão Eleitoral. Encaminhamos, então, outro recurso ao
próprio Conselho Geral. Argumentamos que o nosso recurso deveria ser julgado
pelo Conselho Geral anterior, pois o novo Conselho Geral somente deveria ser
empossado depois de votados os recursos da eleição. A burocracia sindical governista,
perita em manobras e cambalachos, ignorou os nossos argumentos e julgou o nosso
recurso pelo novo Conselho empossado. Fez valer o peso burocrático do aparato
sobre as minorias.
A
votação do nosso recurso no novo Conselho Geral teve o seguinte resultado:
Chapa 4: 56 votos; Chapa 2: 60 votos; Abstenções: 5 votos (todos do CEDS, que
na votação se absteve, mas de fato, como ocorre corriqueiramente, posicionou-se
ao lado da Articulação Sindical – PT, reafirmando o seu caráter semigovernista).
A Articulação Sindical comemorou o ocorrido euforicamente porque conseguiu
cumprir a vontade do governo de excluir a Construção pela Base do Conselho
Geral do CPERS.
A nossa luta continuará independentemente
de não estarmos neste Conselho. Continuaremos denunciando todas as capitulações
e conciliações da “nova” direção do CPERS frente ao seu governo. Temos
confiança na mobilização independente dos trabalhadores e seguiremos
trabalhando nesse sentido, pois é a única forma de derrotar o governismo, a
conciliação de classes e de reaproximar o CPERS da base.