"Uma corte de
contas a quem incumbe zelar pela legalidade,
pela moralidade, por
todos os princípios da administração pública,
a ela é fundamental
que tenha a sua condução
por pessoas que têm
reputação ilibada,
que não tem
questionada a sua legitimidade perante à população"
Procurador-geral
do MPC, Geraldo da Camino.
A decisão do Tribunal de
Contas do Estado (TCE-RS) que indica a demissão de mais de 2 mil funcionários
de escola e mais de 5 mil professores contratados é parte da política do
governo Sartori (MDB e aliados) de destruição dos serviços públicos, visando consumar
seu projeto de ajuste fiscal. Todas as demissões de educadores contratados já realizadas pelo governo Sartori, SEDUC e suas CREs está moral e “legalmente”
embasada por esta “decisão judicial” do TCE-RS.
Ela consiste num grande engodo
jurídico, claramente manipulado para atingir finalidades econômicas e políticas.
A burguesia e a mídia de massas tem se utilizado da “Justiça” para a sua luta
política. Nesse sentido, aproveitam-se da estrutura arcaica e anti-democrática
das instituições do poder judiciário, bem como do “juridiquês”, que é o terreno
dos governos e da burguesia, e não dos trabalhadores. A lava-jato tem sido mestre
nestes métodos escusos.
Assim como as sentenças e
condenações são seletivas, a decisão do TCE-RS é, na verdade, uma decisão
política e econômica que está em consonância com o ajuste fiscal do governo
Sartori. O judiciário não é neutro e está sendo utilizado como joguete político
da direita, dentre outras finalidades, para blindar seus políticos atolados em
escândalo de corrupção e irregularidades, mas que propõem e defendem a aplicação integral do ajuste fiscal.
Trata-se, portanto, de uma aliança
entre o governo Sartori e o judiciário – como bem alertou o Esquerda Diário – para colocar os
educadores contratados na ilegalidade, preparando as bases para sua demissão e
abrindo caminho para as terceirizações. A decisão do TCE-RS sustenta que as
contratações emergenciais que a SEDUC realizou entre 1994 e 2018 são “ilegais”
porque durante todo este período houveram alguns concursos públicos. Ora, isto
é um absurdo, pois sabemos que estes concursos não preencheram todas as vagas e
por decisão política de inúmeros governos do Estado não foram realizados novos
concursos, o que deixa claro a sua opção pela contratação “emergencial”. Esta
política foi totalmente tolerada pelo judiciário por todos estes anos. O
resultado só poderia ser o aumento da contratação “emergencial”, que acabou se
perpetuando. A “Justiça”, ao invés de punir a SEDUC e os governos, pune os
educadores contratados, demitindo-os. Há, neste caso, total falta de justiça.
Se realmente houvesse algum tipo de justiça, o direito ao trabalho desses
educadores deveria ser reconhecido.
Pra piorar, quem sancionou a decisão
judicial foi o presidente do TCE-RS, Marcos Peixoto. Este “cidadão” foi vereador
e deputado estadual pelo PP. É réu por estelionato, acusado de manter
funcionários fantasmas no gabinete do seu mandato e empregar no TCE-RS um
assessor condenado por desvio de recursos na Assembleia Legislativa. Na sua
posse no TCE esteve presente o governador José Ivo Sartori, dentre outros nomes
da política gaúcha. Enquanto considera “ilegal” a situação dos contratados da
educação pública, achou absolutamente normal o parecer do Ministério Público de
Contas (MPC-RS), questionando e demonstrando irregularidades nas contas do
governo Sartori, sobretudo em relação ao FUNDEB e a LDO. O TCE-RS ficou de
“analisar e dar uma resposta” e até hoje estamos esperando.
Enquanto isso, todos os ataques se
alinham: Reforma do Ensino Médio de Temer (que retirará do currículo
disciplinas fundamentais), lei da terceirização aprovada no Congresso Nacional,
fim da CLT, aprovação da “Renegociação da dívida”, fechamento de turmas e
escolas, caos social e manipulação da SEDUC para jogar contratados contra
nomeados. Todas estas armadilhas criadas pelo governo Temer, Sartori e o poder
judiciário, agora tem a cereja do bolo com esta fraude jurídica do TCE-RS: o
resultado será demissão em massa de educadores contratados. Começarão pelos
funcionários contratados; passarão para os professores e, em seguida, chegarão
aos nomeados (ou, provavelmente, mantenham uma parte destes para buscar
“legalidade” e apoio).
Ocupar e resistir: organizar
a resistência na defesa dos educadores contratados!
Colegas com mais de 5, 10 ou 20 anos
de contrato “emergencial” irão perder o emprego e o sustento da família. É o
caso de uma secretária contratada, que trabalha numa escola estadual da Zona
Leste de Porto Alegre. Ameaçada de demissão nesta segunda feira, dia 10 de
abril, foi até a SEDUC, onde lhe comunicaram que “ela deveria continuar indo
trabalhar”, mas que “a qualquer momento poderia chegar um nomeado para o seu
lugar”, não definindo se seria “amanhã, na semana que vem ou no próximo mês”. O
massacre psicológico era visível nos seus olhos. O modo de funcionamento do
capitalismo é assim; ainda mais quando necessita aplicar um radical e inquestionável
ajuste fiscal. Esta farsa do TCE-RS e do governo Sartori fará a nossa colega
contratada pagar por uma crise que não é dela; isto é, pagará pela crise
capitalista: com o sustento da família para “enxugar” os gastos e garantir o
lucro dos bancos e da especulação financeira. Na mesma escola desta funcionária
contratada faltam pelo menos 3 funcionários há bastante tempo, dentre os quais,
um secretário (enquanto que outra secretária está prestes a se aposentar).
Aos trabalhadores conscientes só há
um caminho: organizar a resistência! Não há qualquer tipo de desculpas para o
CPERS não assumir esta luta, a não ser o engodo do legalismo (que significa querer
jogar apenas por dentro do jogo
viciado das instituições burguesas, onde o judiciário dá as cartas). Se a direção
central do CPERS não é capaz de lutar pela efetivação dos educadores
contratados, o governo não hesitará em “resolver” o problema da “ilegalidade”
dos contratados demitindo uma legião de educadores e terceirizando os serviços.
Defender apenas o “concurso público” descontextualizando-o frente a essa
situação política e a esta fraude jurídica é estar em frente única com o governo Sartori e o TCE-RS contra os educadores
contratados.
- Contra a farsa do TCE-RS!
Não à demissão dos educadores contratados e à terceirização!
- Pela imediata reintegração
dos contratados demitidos ao seu local de trabalho
- Que o CPERS encampe esta
luta e rompa a sua política informal de frente única com o governo Sartori!
- Realizar novos concursos públicos mantendo o emprego dos atuais contratados!
- Realizar novos concursos públicos mantendo o emprego dos atuais contratados!
- Organizar atos, comícios,
panfletagens e debates nas escolas que denunciem o TCE-RS em seu conluio com a
política do governo!
#Contratad@sImportam
#Nenhum@Contratad@amenos
Tenho acordo. Total apoio!
ResponderExcluirCerto camarada! Estamos juntos nessa luta! Força pra todos nós!
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