Em 18 de julho de 2020 a diretoria do 22º núcleo publicou o seguinte texto (disponível em: https://www.facebook.com/22cpersgravatai/posts/3095028653912533):
Caracterizações equivocadas e táticas de ultra esquerda são tão danosas ao movimento quanto as políticas da burocracia e do reformismo.
Resposta ao texto sobre Alvorada, da Construção pela Base
A diretoria do 22º núcleo do CPERS, acha importante responder ao texto da Construção Pela Base, especialmente por estar imerso em equívocos de fatos concretos e solicitamos que nossa resposta seja publicada e enviada em suas redes onde compartilharam o texto: “A prefeitura de Alvorada governa a cidade à revelia da constituição, da LDB e da lei de gestão democrática”.
Neste texto, os camaradas afirmam, pejorativamente, que a cidade tem características de interior, que a população deve ter sua própria cultura e criar as condições para se desenvolver. Também afirmam, equivocadamente, que o 22º núcleo estava completamente à parte e que não intervimos no episódio da desconstituição do Conselho Municipal de Educação.
Desde o primeiro momento em que soubemos da tentativa de desconstituição do comitê, o 22º núcleo entrou em contato com a presidente do CMEA e com o SIMA, sindicato dos municipários de Alvorada. Solicitamos explicações ao presidente da câmara de vereadores, fizemos nota pública sobre o ocorrido, atuamos em conjunto com o movimento para reverter a situação. A prefeitura teve que voltar atrás, o CPERS segue com vaga no conselho, assim como outras entidades, batalha que segue na defesa dos direitos democráticos.
Alvorada é uma das cidades mais negras do país, praticamente não têm zona rural e conta com uma imensa classe trabalhadora urbana. A situação política e econômica está diretamente ligada as condições materiais de existência de sua população. Uma mudança significativa na cidade só vai ocorrer quando os trabalhadores e o povo pobre do país, e do mundo, assumirem o poder e implantarem a ditadura do proletariado e o socialismo. A dinâmica dos movimentos sociais na cidade, seguem com as limitações semelhantes aos demais do país, especialmente pela crise de direção revolucionário que segue em curso.
Sobre o 22º núcleo estar alheio aos demais problemas sociais: atuamos em conjunto com os movimentos sociais, que atuaram bravamente nas agitações e construções das greves gerais, no movimento de mulheres, greves, entre outros. Tivemos companheiras e companheiros feridos por estilhaços e agredidos pela ação truculenta da brigada para liberar a saída da garagem da SOUL na última greve. Em 2017, não houve circulação de ônibus na greve geral e vias de acesso bloqueadas. Fomos testemunhas na defesa do presidente do SIMA, no processo em que o prefeito encaminhou contra ele. Fizemos diversas campanhas de solidariedade.
A tragédia da oposição na câmara de vereadores, é fruto da decadência e da política do reformismo de esquerda, aceitaram a conciliação de classes e alianças com a direita por anos para governar, apostam nas eleições como saída, enfraquecendo a educação dos lutadores na ação direta e auto organização da classe. A militância não controla suas direções e as ilusões no processo eleitoral burguês aparece como a solução para muitos ativistas honestos.
Em relação direção central do CPERS, queremos aproveitar e fazer um chamado aqui, aos camaradas da Construção pela Base, para que sejam consequentes e façam parte das discussões sobre a unidade da oposição nas próximas eleições sindicais. A unidade para construir uma nova direção para o CPERS, é uma necessidade imediata da nossa categoria.
Diretoria do 22º núcleo do CPERS
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Segue a nossa resposta ao texto acima: A Construção pela Base faz uma tréplica ao texto da diretoria do 22º núcleo por um único motivo: há uma prática no CPERS e no movimento sindical em geral em que as burocracias sindicais nunca se pronunciam sobre textos em que são citadas, deixando se perder a possibilidade de diálogo. A maioria delas foge do debate como o diabo da cruz. Esta não é a nossa prática, mas confessamos que achamos que o texto acima tem como finalidade apenas rotular e não esclarecer. Sem querer perder a perspectiva da luta contra a corrupta prefeitura de Alvorada, vamos responder preferencialmente os pontos que tem a ver com isso. 1) O texto da diretoria do 22º núcleo mistura questões e não responde as denúncias levantadas contra a prefeitura de Alvorada, além de ajudá-la indiretamente. Toda a produção do nosso blog atesta como agimos e pensamos. Isso não impediu que a diretoria do núcleo nos rotulasse, tal como é prática da velha esquerda. Faz uma discussão "marxista" sobre implantar a "ditadura do proletariado" de forma tão atravessada, que demonstra um ultra esquerdismo latente no discurso e não encontra nenhum respaldo na prática. Responder tais incoerências iria apenas desviar-nos do centro da questão: a omissão do 22º núcleo no caso da dissolução do Conselho Municipal de Educação de Alvorada (CMEA). Isso não invalida, é claro, o fato de que se a direção do 22º núcleo ou qualquer uma das correntes que o compõem quiserem debater publicamente sobre "ditadura do proletariado" ou sobre a produção cultural em Alvorada nós toparemos tal empreitada. Estamos sempre abertos à boa polêmica teórica. 2) A diretoria do núcleo afirma que desde o primeiro momento em que soube da tentativa de desconstituição do "comitê" (Conselho), fizeram "nota pública sobre o ocorrido" e atuaram "em conjunto com o movimento para reverter a situação". Além disso, afirmaram que a "prefeitura teve que voltar atrás", mantendo "o CPERS com vaga no conselho". Estamos acompanhando de perto todo o processo, inclusive com pessoas que estavam no próprio CMEA, além de acompanharmos a vida interna do CPERS. Nem os integrantes destituídos do CMEA viram erro ou injustiça "ultra esquerdista" na nossa nota; nem vimos dentro do CPERS movimentação alguma sobre o tema (seja nas redes sociais do 22º núcleo — a não ser agora nesta "edificante resposta" da diretoria contra nós —, seja através da direção central). O que se vê nas redes sociais do núcleo é, no geral, uma reprodução das posições da direção estadual. Também não falamos que o 22º núcleo teria perdido o assento no CMEA — por isso soa, no mínimo, estranho tal justificativa. Uma vez que não perderam tal assento, agora podem correr atrás do prejuízo colocando-no a serviço da luta concreta, e não de uma luta passivo-institucional, apenas de notas pela internet — que não existiram! — e de "solicitação de explicações" do presidente da câmara de vereadores, mas sim colocando o aparato sindical à disposição dos destituídos, dando voz para quem não tem no conselho, amplificando a denúncia, procurando se unificar com todo o movimento na prática e, sobretudo, criticar seus vacilos e contradições. Repetimos: nada disso foi feito pela diretoria do 22º núcleo! 3) A diretoria do 22º núcleo ainda nos diz que "a tragédia da oposição na câmara de vereadores é fruto da decadência e da política do reformismo de esquerda, aceitaram a conciliação de classes e alianças com a direita por anos para governar, apostam nas eleições como saída, enfraquecendo a educação dos lutadores na ação direta e auto organização da classe. A militância não controla suas direções e as ilusões no processo eleitoral burguês aparece como a solução para muitos ativistas honestos". Não temos diferença, no geral, com este trecho, embora isso não tenha se traduzido na tão necessária denúncia no momento em que o golpe estava sendo dado contra o CMEA, nem no tão necessário combate às ilusões jurídicas que o movimento de Alvorada apresenta (o mesmo ocorre dentro do CPERS, onde o 22º núcleo também não combate tais ilusões). Assim, constatamos que a situação confortável das prefeituras e dos governantes, bem como a apatia atual de grande parte da população de Alvorada frente a estes ataques, conta com o apoio de um sindicalismo passivo, que não tira e nem quer se enfrentar com determinadas formas de consciência atrasada quando elas se demonstram na prática (tal como os problemas de ilusões na Justiça burguesa). Sobre isso não houve uma única palavra na nota do 22º núcleo, nem se pode lutar desse jeito contra "a conciliação de classes e o reformismo". 4) De forma um tanto atravessada e desconsiderando todas as críticas que fizemos na reunião virtual das oposições, a diretoria do 22º núcleo ainda tenta algum resquício de argumento trazendo o debate sobre a "unificação das oposições para as eleições do CPERS" — como se isso tivesse alguma coisa a ver com a sua omissão em Alvorada! É um tanto estranho que se queira fazer unidade com quem julgamos ser "ultra esquerdistas". Sobre tudo isso basta dizer que nossas críticas à "unificação das oposições" são conhecidas dos membros do 22º núcleo — por exemplo: o fato de como as correntes majoritárias impõe o seu peso sobre as minoritárias, fazendo uma "unidade" que, na verdade, significa uma reles adesão a posições já existentes; além de uma série de outros problemas. Apesar disso, entendemos a importância da discussão sobre a "unificação" contra o atual estado de coisas dentro do CPERS. Só que, para nós, em determinadas esferas o debate se esgotou. Caso os camaradas do 22º núcleo queiram dar sequência a ele entendemos que se deve construir um amplo encontro aberto e virtual, onde todas essas divergências possam ser debatidas publicamente por setores cada vez maiores da nossa categoria. Caso contrário, será apenas um triste argumento de ocasião para esconder problemas da prática em Alvorada. 5) Estamos à disposição de quem quer que seja para esclarecer e debater os ocorridos de Alvorada (e sobretudo para impulsionar a luta com os camaradas municipários). O nosso foco central com a publicação do texto sobre Alvorada continua sendo a luta contra a corrupção na sua prefeitura. Julgamos ter esclarecido os fatos. Construção pela Base - Oposição à burocracia sindical do CPERS
Segue a nossa resposta ao texto acima: A Construção pela Base faz uma tréplica ao texto da diretoria do 22º núcleo por um único motivo: há uma prática no CPERS e no movimento sindical em geral em que as burocracias sindicais nunca se pronunciam sobre textos em que são citadas, deixando se perder a possibilidade de diálogo. A maioria delas foge do debate como o diabo da cruz. Esta não é a nossa prática, mas confessamos que achamos que o texto acima tem como finalidade apenas rotular e não esclarecer. Sem querer perder a perspectiva da luta contra a corrupta prefeitura de Alvorada, vamos responder preferencialmente os pontos que tem a ver com isso. 1) O texto da diretoria do 22º núcleo mistura questões e não responde as denúncias levantadas contra a prefeitura de Alvorada, além de ajudá-la indiretamente. Toda a produção do nosso blog atesta como agimos e pensamos. Isso não impediu que a diretoria do núcleo nos rotulasse, tal como é prática da velha esquerda. Faz uma discussão "marxista" sobre implantar a "ditadura do proletariado" de forma tão atravessada, que demonstra um ultra esquerdismo latente no discurso e não encontra nenhum respaldo na prática. Responder tais incoerências iria apenas desviar-nos do centro da questão: a omissão do 22º núcleo no caso da dissolução do Conselho Municipal de Educação de Alvorada (CMEA). Isso não invalida, é claro, o fato de que se a direção do 22º núcleo ou qualquer uma das correntes que o compõem quiserem debater publicamente sobre "ditadura do proletariado" ou sobre a produção cultural em Alvorada nós toparemos tal empreitada. Estamos sempre abertos à boa polêmica teórica. 2) A diretoria do núcleo afirma que desde o primeiro momento em que soube da tentativa de desconstituição do "comitê" (Conselho), fizeram "nota pública sobre o ocorrido" e atuaram "em conjunto com o movimento para reverter a situação". Além disso, afirmaram que a "prefeitura teve que voltar atrás", mantendo "o CPERS com vaga no conselho". Estamos acompanhando de perto todo o processo, inclusive com pessoas que estavam no próprio CMEA, além de acompanharmos a vida interna do CPERS. Nem os integrantes destituídos do CMEA viram erro ou injustiça "ultra esquerdista" na nossa nota; nem vimos dentro do CPERS movimentação alguma sobre o tema (seja nas redes sociais do 22º núcleo — a não ser agora nesta "edificante resposta" da diretoria contra nós —, seja através da direção central). O que se vê nas redes sociais do núcleo é, no geral, uma reprodução das posições da direção estadual. Também não falamos que o 22º núcleo teria perdido o assento no CMEA — por isso soa, no mínimo, estranho tal justificativa. Uma vez que não perderam tal assento, agora podem correr atrás do prejuízo colocando-no a serviço da luta concreta, e não de uma luta passivo-institucional, apenas de notas pela internet — que não existiram! — e de "solicitação de explicações" do presidente da câmara de vereadores, mas sim colocando o aparato sindical à disposição dos destituídos, dando voz para quem não tem no conselho, amplificando a denúncia, procurando se unificar com todo o movimento na prática e, sobretudo, criticar seus vacilos e contradições. Repetimos: nada disso foi feito pela diretoria do 22º núcleo! 3) A diretoria do 22º núcleo ainda nos diz que "a tragédia da oposição na câmara de vereadores é fruto da decadência e da política do reformismo de esquerda, aceitaram a conciliação de classes e alianças com a direita por anos para governar, apostam nas eleições como saída, enfraquecendo a educação dos lutadores na ação direta e auto organização da classe. A militância não controla suas direções e as ilusões no processo eleitoral burguês aparece como a solução para muitos ativistas honestos". Não temos diferença, no geral, com este trecho, embora isso não tenha se traduzido na tão necessária denúncia no momento em que o golpe estava sendo dado contra o CMEA, nem no tão necessário combate às ilusões jurídicas que o movimento de Alvorada apresenta (o mesmo ocorre dentro do CPERS, onde o 22º núcleo também não combate tais ilusões). Assim, constatamos que a situação confortável das prefeituras e dos governantes, bem como a apatia atual de grande parte da população de Alvorada frente a estes ataques, conta com o apoio de um sindicalismo passivo, que não tira e nem quer se enfrentar com determinadas formas de consciência atrasada quando elas se demonstram na prática (tal como os problemas de ilusões na Justiça burguesa). Sobre isso não houve uma única palavra na nota do 22º núcleo, nem se pode lutar desse jeito contra "a conciliação de classes e o reformismo". 4) De forma um tanto atravessada e desconsiderando todas as críticas que fizemos na reunião virtual das oposições, a diretoria do 22º núcleo ainda tenta algum resquício de argumento trazendo o debate sobre a "unificação das oposições para as eleições do CPERS" — como se isso tivesse alguma coisa a ver com a sua omissão em Alvorada! É um tanto estranho que se queira fazer unidade com quem julgamos ser "ultra esquerdistas". Sobre tudo isso basta dizer que nossas críticas à "unificação das oposições" são conhecidas dos membros do 22º núcleo — por exemplo: o fato de como as correntes majoritárias impõe o seu peso sobre as minoritárias, fazendo uma "unidade" que, na verdade, significa uma reles adesão a posições já existentes; além de uma série de outros problemas. Apesar disso, entendemos a importância da discussão sobre a "unificação" contra o atual estado de coisas dentro do CPERS. Só que, para nós, em determinadas esferas o debate se esgotou. Caso os camaradas do 22º núcleo queiram dar sequência a ele entendemos que se deve construir um amplo encontro aberto e virtual, onde todas essas divergências possam ser debatidas publicamente por setores cada vez maiores da nossa categoria. Caso contrário, será apenas um triste argumento de ocasião para esconder problemas da prática em Alvorada. 5) Estamos à disposição de quem quer que seja para esclarecer e debater os ocorridos de Alvorada (e sobretudo para impulsionar a luta com os camaradas municipários). O nosso foco central com a publicação do texto sobre Alvorada continua sendo a luta contra a corrupção na sua prefeitura. Julgamos ter esclarecido os fatos. Construção pela Base - Oposição à burocracia sindical do CPERS