No dia 29/09/2011 estava previsto a realização do Conselho Geral do CPERS, mas os conselheiros 1/1000 foram avisados no horário da reunião (marcada para as 18h30min) que a direção do CPERS estava ocupando o auditório Paulo Freire, na Secretaria de Educação, desde as 16h, horário da reunião entre o governo e a direção do CPERS sobre o “Decretarso”. Os conselheiros se dirigiram para lá, sendo que já havia uma combinação prévia de ocupação entre a direção central sem aviso ao Conselho Geral. Conforme ficamos sabendo após discussões do governo com o CPERS, somente a parte que diz respeito aos professores é que seria adiada e não o Decreto como um todo.
A direção do CPERS não esclarece que o “Decretarso” já começará a ser aplicado conforme declaração do Secretário de Educação José Clóvis na imprensa (Correio de Notícias): “parte do conteúdo do Decreto seguirá sem alteração no cronograma de implementação, quer seja o sistema de avaliação das escolas, coordenadorias e da própria secretaria”. Esta declaração deixa claro que antes mesmo de dezembro o Decreto já entrará em vigor. Portanto , o adiamento do decreto é um jogo de cena da direção do CPERS em conluio com o governo. A parte final da execução do “Decretarso” será em dezembro, depois que a categoria entrar em férias, o que dificultará enormemente qualquer mobilização. E este pacto de bastidores da direção do CPERS com o governo é chamado pela burocracia dirigente de “vitória". Vitória seria se o “Decretarso” fosse anulado.
Não podemos nos esquecer do episódio do “Pacotarso” que passou sem resistência alguma. É de conhecimento de muitos ativistas do nosso Sindicato que a direção do CPERS sabia que o Pacote seria encaminhado à Assembleia Legislativa no dia das eleições sindicais, mas, mesmo assim, priorizou o pleito ao invés do enfrentamento ao governo. Além de um atestado de cumplicidade ao governo Tarso, a direção descumpriu uma decisão da Assembleia Geral que definia uma “paralisação” para o dia do Pacote.
Como se tudo isso não bastasse, o Conselho Geral convocado para o dia 29/09 foi cancelado. Mesmo havendo condições de realizar um novo Conselho Geral no dia 30, após o Ato Público, tendo em vista que todos os conselheiros estavam em Porto Alegre , à direção preferiu adiar para o dia 14/10/2011, atrasando a organização da luta contra o “Decretarso” e manobrando para boicotar as propostas da oposição e de luta contra o governo – como a proposta de ocupação da Praça da Matriz.
Cabe refletirmos sobre o papel da burocracia sindical do CPERS, que serve como freio para as nossas lutas e como amortecedor dos impactos das medidas dos governos que retiram direitos dos trabalhadores, tentam acalmar a categoria propagandeando falsas vitórias e preparando quadros para os governos da burguesia (ultimamente vimos José Clóvis e Antonio Branco – cooptados pelo governo petista –, mas existem muitos outros). A burocracia dirigente atua no sentido de preservação do sistema capitalista, impedindo o avanço da consciência dos trabalhadores e da luta de classe para dar fim a esse sistema e apontar na perspectiva da construção de uma sociedade socialista.
Nesse sentido, reafirmamos a necessidade de construir um novo sindicalismo que permita a formação política da categoria, a participação direta dos trabalhadores através da eleição de representantes e comandos de base para acompanhar todas as discussões com o governo e decidir sobre os rumos do movimento, impedindo os conchavos de gabinetes.
- Antecipar a Assembleia Geral! Ocupar a Praça da Matriz para denunciar o governo Tarso, para barrar o seu “Decretarso” e pela aplicação do Piso!
- Contra o assédio moral aos contratados: pela sua imediata efetivação após 3 anos de serviço e pela denúncia das direções de escola que os intimidam!
- Contra a burocracia sindical! Por um novo sindicalismo que rompa com o economicismo e tenha uma perspectiva socialista!
- Contra o capitalismo: resistir às tentativas de nos passarem os custos da crise capitalista mundial!
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