8 de mar. de 2012

A CATEGORIA SAIU DERROTADA DA ASSEMBLEIA NO DIA 02 DE MARÇO!

GOVERNO TARSO PREPARA O TERRENO PARA  DESTRUIÇÃO
DO PLANO DE CARREIRA!
            A contraproposta aprovada na assembleia do dia 02 de março servirá ao governo. Aparentemente seria uma proposta boa - 3 parcelas para o pagamento do Piso. Na verdade, é uma proposta inconseqüente porque não está de acordo com a realidade. O governo não está disposto a pagar o piso nem até o final do seu mandato e muito menos em um ano, e a categoria não está em condições de enfrentar uma grande luta, que seria necessária para essa conquista, em virtude da derrota da última greve. E a direção do CPERS também não pretende mobilizá-la.  Portanto, essa proposta é um jogo de cena, uma aparente combatividade, que não enfrenta a enganosa proposta do governo de 23,5% - e que realmente são apensas 6,08%. Ou seja, deixa o governo com as mãos livres para enganar a categoria e para impor o seu reajuste indecente. A aparente combatividade do CPERS na defesa do Piso Nacional Salarial esconde a sua cumplicidade com a política concreta do governo, porque desvia a atenção da categoria do real para o abstrato. O real é o calote do pagamento do piso, o reajuste miserável de 6,08% e a mentira, não desmascarada pelo CPERS, de que estaria dando 23,5%.  Prova disso é o fato de que a direção nem sequer apresentou a contraproposta aprovada pelo Conselho Geral, em fevereiro, dando tempo para o governo encaminhar o seu projeto para a  Assembleia Legislativa.
         Mas os ataques continuam. O novo debate da mídia burguesa (ZH do dia 04/03/2012) é que para o governo Tarso pagar os salários dos educadores conforme a lei do Piso Nacional deverá o mesmo “adequar” os Planos de Carreiras, isto é, acabar com eles, a exemplo de vários Estados brasileiros que já o realizaram. As declarações do secretário de educação José Clóvis deixam claro que o governo não irá pagar o Piso Nacional mantendo o nosso Plano de Carreira. Ao contrário, o pagamento do Piso, caso fosse decretado pela justiça, ficará condicionado a destruição do Plano de Carreira dos educadores. Segue as declarações do secretário de educação na Zero Hora: ZH – Então não vai se conseguir atingir o piso até 2014?José Clovis Azevedo – Só se fosse pelo reajuste do INPC de 2012 e 2013. Pelo índice do Fundeb, não vamos alcançar... ZH Não há possibilidade de alterar o plano de carreira para garantir o pagamento do piso?Azevedo Até hoje, não cogitamos. A dificuldade é justamente pagar o piso no plano de carreira. Agora, se o sindicato rejeitar essa proposta, poderá estar colocando em discussão o plano de carreira. Porque, na medida em que o sindicato não aceita proposta que se compatibiliza com o plano de carreira, é sinal de que não valoriza tanto assim a carreira

DIREÇÃO DO CPERS OMITIU A PAUTA DA GREVE DA CNTE/CUT QUE EXIGE A APROVAÇÃO DO NOVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO NEOLIBERAL DO BANCO MUNDIAL DE DILMA/TARSO

            Na assembleia geral, a Direção do CPERS Sindicato (DS e AE - PT, PSTU, PSOL, CS e PSB) omitiu a verdadeira pauta da greve chamada para os dias 14 -15 -16 de março, que exige a aprovação do novo Plano Nacional de Educação (http://www.cnte.org.br). A direção governista não fala a verdade aos trabalhadores. Na assembléia passou a participação do CPERS na anti-greve da CNTE-CUT, que a reforçará o apelo do governo Dilma à Câmara dos Deputados para que aprove na 1º quinzena de março o novo PNE - 2011 a 2020 - que continuará com as reformas neoliberais na educação Brasileira.      
         O novo PNE de Dilma segue a lógica privatista do Banco Mundial, de destruição da educação pública no Brasil. Suas metas já estão sendo executadas há três décadas, e cada ano aprofunda-se a privatização da educação. Esses planos neoliberais se efetivam através de políticas e reformas dos governos. Como exemplos disso, temos: o Projeto Mais Educação, pelo qual os monitores não têm vínculo empregatício e recebem apenas uma ajuda de custo para desempenhar a função de professor; a proliferação do EAD (Ensino a distância); avaliação por “mérito”, que responsabiliza os educadores pela evasão e repetência, levando à demissão dos servidores públicos; avaliação das instituições e o rendimento escolar (ENADE, SAEB, Provinha Brasil e outros), que têm como objetivo a introdução de programas de qualidade total na educação, numa concepção de “escola empresa”. Os governos estaduais, em sintonia com o novo PNE, estão destruindo os planos de carreira dos educadores. Aqui no Estado, Tarso deu continuidade à política neoliberal do governo Yeda: implementou a Reforma da previdência dos servidores, entregando-a para fundos privados; impôs através de decreto a Reforma do Ensino Médio, aprofundando  as parcerias públicas privadas do governo do Estado, entregando para o Sistema S (SESI, SENAI, SESC e SENAC), e Unibanco, Itaú, Santander, etc. – parte da educação pública, e transferindo para bolso do empresariado dinheiro público, mercantilizando a educação e seguindo à risca o acordo estabelecido com o Banco Mundial previsto no novo PNE.
         A chamada extra e a não suspensão do pagamento da CUT aprovada na assembleia penaliza duas vezes os trabalhadores. Por um lado, terão que desembolsar mais uma mensalidade sem definir as prioridades orçamentárias do sindicato, e, por outro, a arrecadação servirá para patrocinar a política governista da CNTE/CUT/CPERS contra a educação pública, ou seja, será usada para bancar a greve pelega que defende o PNE de Dilma. Infelizmente, a grande maioria da categoria não participou dessa assembleia, que em grande parte estava composta pelos amigos da direção. Por essa razão, a Assembléia votou contra os interesses dos educadores defendidos pela Construção pela Base.         

Um comentário:

  1. Eu não sou favorável a ESSE plano de carreira, e quem realmente se preocupa com a educação não deveria ter, pois ele é um verdadeiro desestímulo ao estudo. O cara que faz uma especialização a distância ganha o mesmo de um que faz doutorado?
    Esse plano de carreira está defasado...

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