5 de set. de 2017

O GOVERNO SARTORI IMPÕE A PARALISAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: NOSSA LUTA DEPENDE DA UNIFICAÇÃO COM OS DEMAIS SERVIDORES

O novo parcelamento salarial do governo Sartori (PMDB e aliados) passou de todos os limites: míseros R$350! A categoria está passando fome e com graves dificuldades financeiras. O objetivo do governo é claro: destruir o serviço público e obrigar a “demissão voluntária”.
                As paralisações das atividades que estão ocorrendo nas escolas se impõem como uma necessidade material. O governo Sartori nos paralisa, pois nos tira as condições financeiras de sobrevivência e de locomoção ao trabalho. Lutar e unificar os trabalhadores dos serviços públicos pela integralização, pelo pagamento dos juros dos atrasos e contra o parcelamento é URGENTE. Qualquer greve que se pretenda deflagrar deve levar em conta estas questões. Não pode se resumir a simples dicotomia de “greve por tempo indeterminado” x “greve até a integralização do salário”. Dado os graves ataques que estamos sofrendo, a luta contra o governo Sartori não é meramente conjuntural e nem pode nos levar à vitória repetindo mecanicamente as “greves” que o CPERS fez no passado e tem feito atualmente. Trata-se de uma luta contra um projeto político e econômico do grande capital, que independe de governos de plantão e de partidos elegíveis nas próximas eleições. São necessárias, portanto, novas táticas.
                A nossa categoria precisa estar preparada para este enfrentamento se quiser sobreviver. A primeira e mais importante medida é a aproximação do CPERS com outros sindicatos e movimentos. Há que se aplicar as resoluções aprovadas em duas das últimas assembleias gerais, que exigem esta UNIFICAÇÃO. O que impede a direção central (PT, PCdoB, PDT; CUT e CTB) de aplica-la? Só pode ser falta de vontade política. Com uma central sindical tão grande e cheia de recursos, como a CUT, é a única conclusão que podemos tirar. Se esta unificação não ocorrer, dificilmente conseguiremos resistir aos ataques dos governos e do grande capital. Uma direção sindical que não aplica o que é definido em assembleia geral está trabalhando contra a categoria e precisa ser destituída.
                Outro debate que precisamos enfrentar – e que é tabu para a direção central – é sobre a recuperação de greves, paralisações e períodos reduzidos. Não podemos ficar à mercê da chantagem deste governo. Assim, nossas lutas são sabotadas antes de começar. Como o governo pode querer falar em “lei” e em “200 dias letivos” se quem mais não cumpre a lei é ele próprio? Se o CPERS não se posiciona política, jurídica e publicamente sobre isso, é porque só pode ser cúmplice desta sabotagem. Quem não entendeu que esta é uma tática muito bem utilizada pelo governo, jamais poderá organizar uma luta consequente. O CPERS não pode ficar refém da chantagem legalista do governo. Qualquer recuperação de aula na educação pública estadual em caso de greve, paralisações ou períodos reduzidos deve estar condicionada à reposição salarial, ao pagamento dos juros dos salários parcelados/atrasados e o fim do parcelamento. O governo deve cumprir a lei primeiro, dar o exemplo colocando em dia os salários e acabando com o parcelamento; caso contrário, não devemos recuperar nenhuma hora-aula e o CPERS deve nos dar respaldo político e jurídico para isso.
                Frente à mentira de que o governo não tem dinheiro, é preciso iniciar uma grande campanha para a sociedade em geral e para as comunidades escolares em particular, pela abertura das contas do governo por uma comissão de servidores, alunos, pais, usuários da saúde, etc. Sabemos, por uma auditoria do SINTERGS, que o governo possui uma conta secreta com mais de R$2 bilhões. Precisamos investigar tudo isso.
É preciso, para tudo isso, que nossas assembleias gerais sejam democratizadas, com espaço para fala aberto e, principalmente, que elejamos um comando de greve com poderes reais de condução e administração da luta através do fundo de greve (medida também aprovada em duas assembleias gerais e nunca cumprida).
- Pela unificação com os demais servidores e trabalhadores: ENCONTRO DE BASE JÁ!
- Recuperação das greves e paralisações só com pagamento dos juros, integralização e fim do parcelamento!
- Abertura das contas do governo por uma comissão independente!
- Por uma eleição democrática de um comando de greve aberto e a constituição de um fundo de greve! Que a burocracia sindical dirigente cumpra as resoluções aprovadas nas assembleias gerais!
- Pela organização dos trabalhadores a partir dos locais de trabalho!


Panfleto distribuído na assembleia geral do CPERS de 5 de setembro de 2017

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