A “paralisação” convocada pela direção do CPERS para o dia 19 de agosto tem como marketing político o título de “a grande batalha”. Supostamente esta “batalha” seria pela aplicação do Piso Nacional, mas o fato é que o “nosso exército” chegou atrasado quase 3 meses ao campo de batalha: o “Pacotarso” já foi aprovado – privatizando a Previdência Pública – e diversas greves estaduais do magistério já encerraram.
Na última assembleia geral, após enfiar goela abaixo da categoria a suposta “paralisação para combater o ‘Pacotarso’ e pelo Piso”, alterou-se a data de sua realização, via Conselho Geral, de 16 para 19 de agosto, visando colidir com a data da festa de posse da nova diretoria. Para nós o problema não é o dia da paralisação, mas os métodos de sua construção e a sua real finalidade. Nesse sentido, quais foram os atos concretos da direção do CPERS para construir esta paralisação? Colar cartazes nas escolas com slogans sensacionalistas. Mas, até hoje, em relação à luta dos trabalhadores, nenhum cartaz teve a força mágica de mobilizá-los por si só, sem que haja uma movimentação decidida e organizada de sua direção. Novamente não foi realizado nenhum debate prévio com a categoria, nenhuma organização prévia, nenhuma passagem nas escolas com intuito de esclarecer e mobilizar. A única movimentação concreta da direção do Sindicato é em relação à festa de posse no gigantinho.
Enquanto a direção comemora, a categoria amarga um “reajuste emergencial” que não repôs sequer a inflação do governo Yeda e que excluiu os funcionários de escola, além de perder a Previdência sem luta com a aplicação do Pacote Neoliberal de Tarso. A crise capitalista se aprofunda no mundo todo e aqui não é diferente: Tarso, não satisfeito com seu pacote, pretende reeditar a meritocracia neoliberal de Yeda. Nesta realidade o que há para comemorar?
O sindicalismo da direção do CPERS é governista e burocrático. Hoje representa o sindicalismo que no passado foi praticado pelos pelegos da ditadura militar. Defendemos um novo sindicalismo, organizado pela base, consciente de suas tarefas, onde a base controle a direção. Em nossa avaliação, se a direção realmente quisesse construir uma paralisação deveria ter ido até a base, organizado-a, esclarecendo-a das tarefas e das suas motivações; teria explicado a contradição entre o pagamento dos juros das dívidas externa e interna e dos interesses do grande capital com a aplicação do Piso; procuraria criar as condições para que os contratados (que são hoje mais da metade da categoria) sentissem firmeza de que é possível paralisar e que, além do Piso Nacional, levantariam as demandas dos contratados (tais como a imediata nomeação após 3 anos de serviço, contra a precarização das condições de trabalho e o assédio moral das direções aos funcionários e professores contratados, por concurso público imediato que corresponda a real necessidade de vagas da educação pública estadual).
A direção do CPERS não procede dessa forma porque esta “grande batalha” é apenas um disfarce, uma “prestação de contas burocrática” aos trabalhadores de base. Esta é a explicação para o esvaziamento das paralisações. Muitos colegas, desorientados sobre como proceder e inseguros em função das represálias, são acusados pelos colegas por não paralisarem. Mas na verdade os responsáveis por esta situação de profunda desorganização e baixíssimo nível de consciência é a direção do Sindicato e a sua política burocrática.
Enquanto o CPERS for dirigido pelas correntes da CUT e satélites, será sempre um braço do governo Tarso, a despeito da retórica aparentemente “antigovernista”. Para nós, da oposição Construção pela Base, esta “nova paralisação” – a terceira de 2011 –, que é propositalmente mal organizada, servirá basicamente como platéia para a “nova posse” da velha direção e do velho sindicalismo!
- Contra o sindicalismo burocrático! Por um novo sindicalismo, classista e revolucionário!
- Construir a oposição Construção pela Base!
- Contra os Planos Neoliberais do Grande Capital e do Banco Mundial para aplicar imediatamente o Piso Nacional!
- Contra a Meritocracia Neoliberal de Tarso Genro e Dilma!
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