21 de dez. de 2011

A LUTA CONTRA O ASSÉDIO MORAL É UMA AÇÃO COLETIVA!




A LUTA CONTRA O ASSÉDIO MORAL É UMA AÇÃO COLETIVA!
        O Assédio Moral é uma prática inerente às relações de trabalho do sistema capitalista, por que para existir a classe dominante deve existir uma classe submetida à sua exploração. Mas sua intensidade vem aumentando. A razão do aumento desses ataques é a crise econômica mundial em curso, onde os governos e empresários impõem aos trabalhadores um ritmo de trabalho extenuante. Para compensar suas perdas financeiras e aumentar seus lucros, aumentam impostos e impõem planos de austeridades em escala global, que significam retirada de direitos. Assim, essa ordem neoliberal, em declínio, aumenta a exploração e a submissão dos trabalhadores. Essa ofensiva seria impossível não fosse essa pressão, conhecida como assédio moral.
       Nesse sentido o assédio moral caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho pelos prepostos do grande capital: chefias, diretores, administradores, que se valem de atitudes e condutas depreciativas, persecutórias, excludentes, humilhantes em relação a seus subordinados, constituindo prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e o ambiente de trabalho. As vítimas dessas pressões são isoladas do grupo sem explicações, passam a receber constantemente ordens diferenciadas dos demais colegas de trabalho, são hostilizados, ridicularizados, inferiorizados, e desacreditados diante dos seus pares. Estes últimos, por medo do desemprego e de virem a sofrer as mesmas humilhações, silenciam e se afastam daqueles que estão sofrendo assédio moral no trabalho.
        A Reforma do Ensino Médio imposta pelo governo Tarso, com o apoio das direções de muitas escolas, vem no sentido de aprofundar na educação e no mundo do trabalho o assédio moral. Essa reforma visa criar um novo perfil de trabalhador, submisso, exigido pelo mercado e pautado no individualismo. Busca criar trabalhadores autônomos, flexíveis, que suportem o estresse, polivalentes, competitivos, criativos, agressivos, qualificados, empregáveis, e com saúde perfeita. Essa visão do grande capital, adequada ao mercado neoliberal, procura responsabilizar os trabalhadores pela formação e qualificação, também pelo desemprego e pela miséria a qual estão submetidos. Isso os leva a um sofrimento constante e à perda de sua auto-estima.
        As direções de escolas, instrumento do autoritarismo do governo Tarso, reproduzem a prática do assédio moral numa escala crescente, esquecendo que não são cargos de confiança do governo e sim de suas comunidades que as elegeram.
        Na educação, o assédio moral se expressa através de pressão, que adquire diversas formas: repressão, coação, intimidação, constrangimento, proibição aleatória, perseguição, desconto salarial sem critério, desvio de função (por exemplo: tirar professor da sala de aula para fazer matrículas durante o verão). Os trabalhadores são vítimas de “agressão psicológica”, dos mandos e desmandos das direções, que se julgam acima de qualquer instância. Os trabalhadores contratados são os que mais sofrem assédio moral por parte dessas direções.
        O assédio moral também se manifesta no cerceamento das atividades sindicais, impedindo e retaliando os trabalhadores que participam das atividades ligadas ao sindicato. O assédio moral não é só individual, mas também coletivo; é uma forma de criar um constrangimento geral e uma atmosfera de submissão e medo constante. Sendo assim, o combate ao assédio moral também deve ser coletivo, através da luta da coletividade, de toda a categoria. Os educadores submetidos ao assédio moral devem procurar unificar suas forças para resistirem de um modo organizado e sempre crescente, bem como encaminhar ações judiciais quando necessárias.
        Lamentavelmente a direção do CPERS nada faz contra tudo isso. Votou uma campanha contra o assédio moral durante a greve, que ficou no papel. Nem sequer um material informativo, um cartaz, uma visita às escolas denunciadas. Nada! Mas apesar disso, temos que nos organizar contra o assédio moral, para denunciá-lo, impedi-lo. Não podemos aceitar calados e ver nossa dignidade escorrer pelo ralo. Somos maioria! Devemos nos organizar, conscientizar os demais colegas a lutar contra o assédio moral.
         Organização significa unidade dos trabalhadores contra a exploração do capital. Conscientização significa debater no espaço escolar assuntos referentes à educação, crise mundial, neoliberalismo, organização da resistência contra os ataques do grande capital a educação, propagandear os materiais da oposição, enfim, tudo o que for pertinente à formação da consciência de classe de nossa categoria. Lutar significa, dentre outras coisas, participar das assembleias para derrotar o governo e a direção do CPERS que nada faz contra isso tudo: organizar atos, agitações na entrada das escolas que assediam moralmente, fazer mobilizações e greves, etc.
         Como já foi dito, não podemos contar com o apoio do sindicato, pois a sua direção é da CUT e, portanto, apóia o governo. Sendo assim, como parte da luta contra o assédio moral está à necessidade de construirmos a oposição Construção pela Base, para criar as condições para enfrentar essa direção e tira-la do controle do sindicato e retomá-lo para as nossas lutas.

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Um comentário:

  1. Conheça e faça parte do blog: "Assediados".
    http://assediados.blogspot.com/
    Um espaço onde vítimas de assédio ou dano moral podem relatar suas histórias, compartilhar experiências, e buscar caminhos para tornar o ambiente de trabalho um espaço seguro, onde seres humanos sejam tratados com o respeito e a dignidade que merecem. Um espaço onde você encontrará informações atualizadas sobre Assédio Moral no trabalho.

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