23 de mar. de 2012

DIREÇÃO DO CPERS DEU TEMPO PARA O GOVERNO DERROTAR A CATEGORIA!

DIREÇÃO DO CPERS DEU TEMPO PARA O GOVERNO
 DERROTAR A CATEGORIA!
A proposta inconseqüente da direção do CPERS e da Articulação Sindical-PT (CNTE-CUT) de só exigir o Piso Nacional em três parcelas em 2012, defendida na assembleia do dia 02 de março, e não tentar arrancar nenhum reajuste imediato do governo amarrou nossas mãos. A direção do CPERS trabalhou para derrotar a proposta de nossa oposição que era de 23,5 % integral em março. Assim, ficamos sem o Piso e sem reposição salarial das inflações do governo Rigotto e Yeda! Venceu o governo Tarso com o apoio dissimulado dos governistas e semigovernistas do CPERS. Como consequência, os educadores vão amargar apenas 6,08 % de reajuste  em 2012, isto é, menos do que em 2011.
Quando propusemos os 23,5% integrais em março, sem incorporação do abono e sem perder a perspectiva da exigência do pagamento do piso – proposta casada com uma ampla campanha de mídia e de discussão na base da categoria –, isso serviria para desmascarar o governo perante a opinião pública e demonstrar que os 23,5%, na realidade, eram apenas 6,08% para 2012. Essa proposta também serviria, além de desfazer sua farsa de reajuste, para denunciar os seus compromissos com o Banco Mundial e que por essa razão está dando o calote no piso e destruindo o nosso plano de carreira.
Porém, na última assembleia do dia 20 de março, dia da votação do projeto do governo na Assembleia Legislativa, a direção do CPERS mudou sua proposta inicial e assumiu a proposta de nossa oposição, apresentada anteriormente para categoria. Com isso, deixou de trabalhar com ela desde o dia 2 de março para combater e desmascarar o governo perante a opinião pública e sua campanha através da grande mídia (RBS, Band, Record e outras) contra os educadores. Incoerentemente, incumbiu à defesa dela aos partidos de oposição ao governo, apostando todas as fichas nesses partidos do governo Yeda.
A direção do CPERS, além de dar tempo para o governo se articular politicamente e ganhar a opinião pública, fez a categoria gastar uma energia preciosa em um circo eleitoral promovido pelos deputados demagogos. Os trabalhadores nada devem esperar do jogo viciado da democracia burguesa. Devemos crer somente na força de nossa luta e na nossa  independência política frente os governos da burguesia, seus partidos e as suas instituições. O primeiro passo para isso é expulsar os governistas de dentro do nosso sindicato.

Assembleia Legislativa: um circo eleitoral 
para iludir a categoria!
Os educadores que assistiram ao teatro armado na Assembleia Legislativa saíram de lá indignados. Viram o atual governo – PT – e a sua base de sustentação – PSB, PDT, PTB, PRB e PCdoB – lutando para aprovar a proposta rebaixada de reajuste salarial apresentada pelo governo, ratificando o calote do Piso. Enquanto que a oposição burguesa, antiga base de sustentação do governo Yeda – composta por PSDB, PMDB e PP –, acusava o governo Tarso por não pagar o Piso. Demagogia pura! Todas estas siglas já governaram direta ou indiretamente o Estado e o país, e nenhuma concretizou o Piso e a tão propagandeada “valorização da educação e de seus profissionais”.
Este episódio não deve ser esquecido pelos educadores, pois demonstra a quem servem as instituições da “democracia capitalista”. Situação e oposição alternam-se no poder, mas o projeto político que defendem é o mesmo. É preciso tirar conclusões mais profundas do que o simplismo: “os partidos mudam quando chegam ao poder”. Não podemos pressupor que as instituições burguesas – como a Assembleia Legislativa – podem ficar a nosso favor, independentemente do sistema econômico que representam. Estas instituições “democráticas” defendem os interesses da burguesia. Por isso só podem governar para ela e contra os trabalhadores.
Em tempos de crise mundial e aplicação de planos de austeridade pelos governos em todo o mundo, o parlamento tem servido para ratificar a retirada de direitos dos trabalhadores. O “espetáculo” teatral que assistimos na Assembleia nos mostra que estas instituições são incapazes de conceder sequer um reajuste modesto de 23,5% de uma só vez, e muito menos dar o Piso aos educadores. Em contrapartida, aprovam as isenções fiscais às grandes empresas, os cortes orçamentários destinados ao pagamento dos juros das dívidas externa e interna, além de aumentarem os seus salários e os dos CCs.
          Todos os partidos no parlamento gaúcho defendem esses mesmos interesses, independente de ser situação ou oposição. Os trabalhadores não devem depositar suas esperanças em nenhum desses partidos institucionais e nas respectivas instituições capitalistas, sustentadoras da ordem vigente e da exploração dos trabalhadores.  

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