22 de set. de 2013

O GOVERNO TARSO É BLINDADO PELA DIREÇÃO DO CPERS NA ASSEMBLEIA GERAL DE 13 DE SETEMBRO

A greve foi muito difícil. A maioria da nossa categoria não atendeu o chamado para a greve pela falta de confiança na direção. Os fatores determinantes foram: as práticas viciadas (uso do sindicato como trampolim político visando cargos governamentais), ausência de trabalho de base, de formação política dos educadores, falta de esclarecimento das principais polêmicas educacionais, ausência de organização nas escolas, falta de discussão da proposta de greve, a frustração com as greves anteriores desmontadas pela burocracia sindical, o desconto dos salários nas últimas greves e paralisações e o assédio moral praticado pelas direções governistas.
 A Assembleia Geral foi polêmica. Apesar de a maioria da categoria já estar trabalhando, alguns núcleos do CPERS estavam dispostos a continuar a greve a qualquer custo, desconsiderando a desmobilização da categoria. A greve foi suspensa com a perspectiva de continuarmos as mobilizações, porém, não foi organizado e nem votado nenhum calendário de mobilização para o próximo período, transferindo essa tarefa para o viciado Conselho Geral. Consideramos uma séria omissão essa ausência de um calendário de lutas.
Na assembleia propusemos que, além do FORA JOSÉ CLÓVIS DA EDUCAÇÃO, deveríamos decidir também pelo FORA JOSÉ CLÓVIS DO CPERS, entendendo que é uma contradição defender que o mesmo saia da Secretaria de Educação, mas permaneça filiado ao CPERS. Argumentamos que o Secretário José Clóvis escolheu o seu lado, o de governar junto com Tarso e o Banco Mundial e ser inaceitável permitir a permanência no CPERS dos inimigos de classe, agentes do governo, principalmente do Secretário da Educação. Isso afasta a base do nosso sindicato que vê diversos sindicalistas saírem da direção do CPERS para ocupar cargos no governo. A expulsão do Secretário também seria uma satisfação simbólica à nossa categoria que sai derrotada da greve. Seria uma demonstração da nossa indignação com os ataques do governo.
Infelizmente, mais uma vez, a direção do CPERS blindou o governo dentro do sindicato, com o falso argumento de que qualquer filiado a partidos pode ser sócio do CPERS. O problema não é ser filiado a partido, mesmo do PT, mas ser membro do governo, que nos ataca. A proposta é de expulsão do patrão, Secretário José Clóvis, representante do governo Tarso e principal figura política que está aplicando os planos do Banco Mundial, previstos no Plano Nacional de Educação: a reforma do Ensino Médio Politécnico, a redução da pouca autonomia pedagógica das escolas, a meritocracia, o desmonte dos planos de carreira, a privatização do ensino público e a precarização do trabalho através dos contratos emergenciais.
 A direção pratica conscientemente a conciliação de classe. Blinda o governo no CPERS com medo que a categoria avance na sua consciência de classe e não permita mais que os governistas participem livremente do CPERS para sabotar as lutas. Essa expulsão do Secretário seria uma prova de que a nossa defesa da independência do sindicato do governo é séria e não apenas palavras ao vento.
O próximo momento para a categoria é de acumulação de forças, de organização por escola, de resistência à destruição da educação pública pelos governos Tarso/Dilma, a serviço do Banco Mundial. É necessário construir novos métodos de luta: criar comissões de mobilização por escola e região para realizar debates, seminários, assembleias, organizar os grêmios estudantis e a comunidade escolar. Todos juntos devemos realizar atos de ruas, ocupação de praças, trancaços, dando visibilidade à nossa luta e criando uma nova direção para o sindicato. Só assim poderemos ter sucesso na defesa da educação pública. Não basta nos mobilizarmos, precisamos construir um sindicalismo revolucionário, que rompa com as práticas da burocracia sindical. Uma categoria atuante, organizada por escola, debatendo e pensando a organização e novos métodos de lutas seria o fim das burocracias sindicais, que reinam melhor com uma base apática e descrente de seu potencial de luta.

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