A
situação dos trabalhadores está dramática, sofrendo golpes em cima de golpes e
retirada de direitos por todos os governos (desde Sartori – PMDB – até Dilma –
PT). Nunca tivemos tantos motivos para fazer greve. Entretanto, temos muita
dificuldade para decretá-la: desmobilização, desconfiança da base em relação ao
sindicato, medo de novas traições, falta de trabalho de base, burocratização
sindical e a ausência de mecanismos para controlarmos a direção do CPERS. Uma
correlação de forças desfavorável mas que pode ser modificada pela nossa luta e
organização.
A nossa luta ainda é defensiva e, por
isso, precisamos analisar os melhores momentos para deflagrar greve. Vivemos
uma ofensiva da burguesia para a retirada das conquistas dos assalariados. As
greves, em geral, estão sendo derrotadas. Quando vitoriosas em alguns pontos, a
burguesia retira com a mão direita aquilo que é obrigada a conceder com a
esquerda. Os educadores são obrigados a fazer greve todos os anos num círculo
vicioso onde mais perdem do que ganham. A atual direção do CPERS não rompeu com
esta lógica. No entanto, o governo nos empurra para a luta com os seus ataques
que não podem ficar sem resposta. Nessa situação, a categoria deve saber o
momento e que tipo de luta pode fazer. Deve saber que deve contar apenas com a
sua própria força e passar por cima da direção do CPERS, se não quiser ser
derrotada. Essa direção mais uma vez demonstra a sua inconseqüência com as suas
propostas de luta para esta assembléia. Quando exige o pagamento do piso
nacional pressupõe que os trabalhadores estivessem na ofensiva, quando estamos
na defensiva tentando evitar perdas em cima de perdas. Outras propostas são diversionistas, causando
grande confusão na categoria. A categoria luta contra o parcelamento permanente
dos salários, ausência de repasses para as escolas e segue dividida entre
nomeados e contratados. Essa deve ser a nossa luta principal.
Precisamos de um movimento forte,
organizado, consciente e em conjunto com a sociedade (principalmente os
estudantes) para podermos derrotar o governo Sartori (PMDB e aliados). Não há
atalhos nesta luta. Devemos estar muito
conscientes e organizados para não sermos mais uma vez enganados e derrotados.
Devemos confiar em nós mesmos, no apoio da sociedade, controlar a direção do
sindicato e fortalecer a oposição classista, principalmente, a Construção pela
Base. As outras oposições à direção central
(PSOL, PSTU, PCB, CEDS) que, em sua maioria, dirigem vários núcleos, não
têm uma política correta e não fazem uma oposição conseqüente à burocracia
dirigente. Não pesam as reais condições para uma greve vitoriosa: a organização
de base, o momento exato, as reivindicações corretas, as mobilizações de rua. É
preciso estar vigilante também em relação a elas.
Somente
nessas condições a vitória é possível. Um CPERS democrático, classista, independente
do governo e que protagonize greves vitoriosas só poderá surgir com a derrota
da atual burocracia sindical dirigente (CUT-PT, CTB-PCdoB e PDT). Essa
burocracia já traiu muitas lutas e desmontou muitas greves. Somente com uma
grande mobilização podemos colocá-la na parede e garantir o sucesso da
mobilização ou de uma possível greve. Devemos saber também que nem sempre
podemos escolher o melhor momento para a luta. Existem ataques que não podem
ficar sem resposta, como o parcelamento permanente dos salários. Mas a melhor
resposta nem sempre é a greve. Mas mesmo qualquer greve sem grande mobilização
de rua tem pouca serventia. É necessário analisar a correlação de forças, as
reivindicações, a disposição da base e o papel de entrave da burocracia
sindical. A hora é de luta. Junto com a categoria queremos ajudar a definir a
melhor forma dessa luta, que passa necessariamente pela organização de base, a
unidade com os estudantes, a mobilização e agitação de rua e a denúncia da
política do governo.
- Organizar núcleos sindicais por escolas;
- Reorganizar as zonais e iniciar um movimento de
unificação pela base;
- Denúncia do governo Sartori, Dilma (agora Temer) e
da direita golpista na sua política de “ajuste fiscal”: esclarecer a comunidade
através de aulas públicas, assembleias, agitações e atos de rua;
- Apoio e defesa dos estudantes que ocupam as escolas!
- Discutir o congresso do CPERS nas escolas e colocar
a perspectiva de um novo sindicalismo que derrote a burocracia sindical e seja
controlado pela base.
- Colocar em prática o fundo de greve com o dinheiro
que era destinado à CUT, sem enrolação!
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