25 de set. de 2017

A COLETIVA DE IMPRENSA DO GOVERNADOR SARTORI FOI UMA TÁTICA PARA DESMOBILIZAR A GREVE:

 I) A coletiva de imprensa do governador Sartori na manhã desta segunda feira, dia 25/09, foi uma resposta à greve dos educadores, sem assumir tal postura. Foi uma tática pensada, provavelmente por marketeiros, no sentido de virar a opinião pública e as comunidades escolares, que estão amplamente ao nosso lado, contra o movimento.

II) Frente às distorções do governo e a subsequente lavagem cerebral da grande mídia, é preciso reiterar que o parcelamento salarial não acabou. O anúncio de que o governo irá pagar os menores salários primeiros é uma demagogia que visa desmobilizar, sobretudo, o ato unificado dos servidores públicos e a continuidade da greve do magistério, que ganharia adesão e mais simpatia popular. Na negociação com o comando de greve, o governo afirmou que pagaria míseros 85 reais ou menos, e, ao ver que a greve não se desmobilizou, mudou a política de pagamento para os "menores salários". Em sua coletiva de imprensa não falou nada sobre o parcelamento de salário de Juízes, CCs, tecnocratas; muito menos falou sobre a cobrança dos sonegadores, as isenções de impostos ou sobre a cobrança da Lei Kandir. Com tudo isso, o governo pretende evitar também que estas bandeiras cresçam na opinião pública.

III) Sartori afirmou que os salários dos servidores estão todos em dia: isto é um deboche com as famílias de servidores que estão passando fome ou sendo ameaçadas de despejo. Os juros do atraso do pagamento, bem como as novas dívidas bancárias (resultado da especulação financeira do governo com o próprio salário dos servidores) impede que esta integralização salarial possa resolver qualquer problema. Sartori sequer respeitou o salário dos servidores aposentados. Além disso, não pagou o 13°de 2016 e ameaça o deste ano. O objetivo é claro: fazer o funcionalismo público sangrar e tencionar pelo PDV (Programa de Demissão Voluntária).

IV) O governo Sartori ainda afirmou que foi obrigado judicialmente a priorizar o pagamento de umas categorias em detrimento de outras. Ora, isso é um engodo. Nunca foi falado antes e aparece "exatamente" agora. Além disso, o CPERS também ganhou uma liminar na justiça que obrigava o governo a não parcelar. Na verdade, o governo fez o que bem quis a revelia da justiça e agora pretende montar esta farsa jurídica.

V) Sartori mentiu quando disse que os salários do governador, vice e deputados também eram parcelados. Esta exigência foi feita durante os atos de rua de nossa greve; e agora, com esta demagogia, o governo quer responder. Ao contrário dos servidores, os políticos possuem inúmeras outras fontes de renda. Como sabemos, muitos deles são grandes capitalistas, possuindo negócios próprios, além do caixa 2. Parcelar o salário dos políticos só agora (após o 22° parcelamento dos servidores) só pode ser visto como um deboche.

VI) O governador mandou um recado para a Assembleia Legislativa. Exigiu a votação dos seus projetos, que preparam a retirada histórica de direitos e a privatização de estatais (como CEEE, Corsan, Banrisul, etc.) que só poderá piorar ainda mais a crise financeira do Estado. Sendo assim, estas propostas não podem resolver os supostos problemas financeiros. A "crise" financeira para parcelar salários é uma mentira deslavada: trata-se de um projeto político de destruição dos serviços públicos que não foi (e nunca será) apresentado nas eleições. Todos os grevistas, dirigentes de sindicatos e centrais precisam responder estas distorções infames do governador, afirmando para as categorias e a população que o que está em jogo é o destino dos serviços públicos.

VII) Devemos seguir mobilizados para exigir: o fim do parcelamento com o pagamento dos juros, a reposição salarial, a retirada dos pacotes da Assembleia Legislativa e a não renegociação da dívida pelos critérios deste governo.

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