Dívida externa vira dívida interna
Dívida interna vira dívida externa
Dívida pública vira lucro privado
Lucro privado vira dívida pública
Dívida interna ou dívida externa?
A escravidão moderna:
Dívida eterna...
Dívida eterna...
A espinha dorsal da “crise” financeira do RS é a dívida pública. Somada à sonegação fiscal e à isenção de impostos, geram um rombo nas contas públicas que fizeram estourar a inevitável “crise” nas finanças do Estado que gerou o parcelamento salarial e a política de destruição dos serviços públicos. O governo Sartori (PMDB e Cia.), após omitir suas reais intenções durante a campanha eleitoral, quer “renegociar” a dívida pública segundo os moldes impostos pelo governo golpista de Temer (também da máfia do PMDB e aliados). Esta “renegociação” veio a público a partir de um decreto de recuperação fiscal, cuja principal finalidade é manter a especulação financeira e a agiotagem sobre as finanças públicas, a impossibilidade de investimentos nas áreas sociais e as privatizações.
Esta política econômica, alicerçada nos pilares do neoliberalismo, não é precisamente uma novidade. Já em 1996, o então governo Brito (também do PMDB), cujo líder na Assembleia Legislativa não era ninguém menos que José Ivo Sartori, fechou um acordo com a União que tinha os mesmos moldes que estão sendo decretados agora. Os governos subsequentes do PT (Olívio e Tarso) não mexerem no acordo, nem sequer o denunciaram. Seguiram a mesma lógica, ainda que Olívio tenha impedido conjunturalmente a privatização do Banrisul. O resultado foi o aumento exponencial da dívida pública e o estouro desta “crise” que estamos vivendo desde o início do governo Sartori. Agora ele quer “renegociar” a dívida pública, tal como fez em 1996. No que isso pode resultar?
O pacote que o governo Sartori enviou para a Assembleia Legislativa visa avançar nesta “renegociação”, preparando as bases para a privatização de estatais fundamentais (CEEE, Banrisul, Sulgás, CRM, Corsan; tal como fizeram com a CRT). Em síntese: o governo Sartori quer vender o patrimônio público a preço de banana para o capital privado lucrar em cima de serviços fundamentais à população pobre e nos vender a mentira de que ao fazer isso solucionará o problema da “crise” financeira. Não podemos depositar um grama de confiança nesta mentira! Esta “renegociação” somente poderá preparar as bases para uma nova e pior “crise” financeira. Existiria a possibilidade do governo Sartori renegociar a dívida com base na chamada Lei Kandir, de 1996, em que o RS passaria de devedor à credor da União, mas já é bastante visível que ele não tem a menor vontade política de trilhar este caminho. Isto significaria entrar em conflito direto contra o governo federal e o grande capital; ações que Sartori jamais faria. Seja pela Lei Kandir ou mesmo por esta falsa “renegociação” da dívida, o governo do RS já quitou a dívida de todas as formas (cerca de 3 bilhões a mais do que devia em 1996, segundo dados da auditoria cidadã da dívida). Por tudo isso, o movimento sindical precisa levantar a palavra de ordem de “não à renegociação da dívida do Estado pelo governo Sartori”.
O governo Sartori, aliado de Temer, não cumprirá tal enfrentamento, ao contrário, irá intensificar os ataques, o que poderá significar o fim dos serviços públicos e a privatização total do que resta do patrimônio estatal. Em contraposição a estas falsas “soluções” vendidas pelo governo e pela grande mídia, devemos agitar:
- Contra os vínculos escravatícios da dívida pública!
- Contra o confisco do ICMS determinado pela Lei Kandir!
- Pelo repasse financeiro ao Estado dos valores confiscados pela Lei Kandir!
- Pela abertura das contas do governo por uma comissão de trabalhadores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário