30 de out. de 2017

POR UMA GREVE UNIFICADA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS PARA DERROTAR O AJUSTE FISCAL

Os governos Temer, Sartori (PMDB) e Marchezan Jr (PSDB) governam em nome da elite do país e aplicam um ajuste fiscal que visa destruir os serviços públicos, retirar direitos e passar os custos da crise capitalista internacional para os ombros dos trabalhadores. Os ataques são praticamente os mesmos em todas as esferas (federal, estadual e municipal). As greves e mobilizações do serviço público de França e Espanha demonstram que estes ataques também ocorrem a nível internacional. Esta crise evidencia o esgotamento do capitalismo, que pra superá-la, exigirá o aumento da exploração dos trabalhadores para aumentar e sustentar a riqueza da burguesia internacional e das elites nacionais, suas sócias menores.


O CONTEÚDO DOS ATAQUES É A CONCRETIZAÇÃO DO AJUSTE FISCAL
         Os governos da quadrilha do PMDB, encabeçados por Temer e Sartori, querem acabar com a aposentadoria e a CLT, tornando as condições de exploração do proletariado brasileiro tão “atraentes” para o capital imperialista quanto as do operariado chinês e do sudeste asiático. Tanto Temer em Brasília, quanto Sartori no RS querem enxugar o “gasto com pessoal”, fechar turmas, escolas, universidades, leitos em hospitais, ameaçando de demissão servidores contratados e efetivos. Os Projetos de Lei enviados por Sartori à Assembleia Legislativa e por Marchezzan Jr (PSDB) à Câmara de Vereadores visam destruir os planos de carreira dos seus servidores, inviabilizar os serviços públicos, entregar escolas, hospitais, postos de saúde e parte da segurança pública para a iniciativa privada, além de parcelarem salários de servidores ativos e aposentados, tencionando pela demissão “voluntária”.
Dos PL’s enviados por Sartori à ALERGS, o mais escandaloso é o da “Renegociação da dívida”, que está em total consonância com o que quer o governo Temer. Esta “renegociação” pretende submeter totalmente os orçamentos públicos estadual e nacional ao sistema financeiro internacional. Ambos os governos, com o mesmo discurso falacioso de superar a “crise financeira”, pretendem privatizar empresas estratégicas, como a Carris, DMAE, Banrisul, CEEE, Sulgás, Corsan e outras. São governos lesa-pátria, que com estas políticas só poderão aumentar ainda mais a pobreza, o desemprego e, consequentemente, a violência urbana.
Quem dá o amparo ideológico e cultural pra todos estes ataques é a grande mídia (Globo, RBS, Band, Record, SBT, Folha de SP, Veja, dentre outros), que mescla lavagem cerebral com inserções de terrorismo psicológico. O crescimento das influências políticas das Igrejas Evangélicas, bem como de movimentos de elite como o MBL, disseminam o ódio e o preconceito, sobretudo nas redes sociais, se aproveitando do clima de desespero de milhares de pessoas para sustentar um clima psicológico que naturalize ações e posições políticas fascistas. Todo este processo se intensificou a partir do impeachment do governo Dilma (PT), mas tem suas raízes muito além, na crise internacional do capitalismo.

O PAPEL DO SINDICALISMO CUTISTA E DAS DEMAIS CENTRAIS SINDICAIS
        Muitos servidores pensam, erroneamente, que votar num governo petista resolveria os problemas do funcionalismo público. O que nos trouxe a esta avanço da direita, além da crise internacional, foi, sem dúvida, a política de colaboração de classes, expresso pelo programa do PT, que defende a unidade dos trabalhadores com a “burguesia nacional progressista”, visando um suposto “desenvolvimento econômico”. Na verdade, qualquer desenvolvimento do capitalismo no Brasil reforçará a dominação dos países imperialistas; isto é, o centro do mercado em detrimento de sua periferia.
            O PT e a CUT “educaram” centenas de milhares de ativistas nas ilusões eleitorais do regime democrático-burguês brasileiro. As greves são usadas como moeda de troca no desgaste eleitoral de governos. Não serviram para criar consciência de classe e organização por local de trabalho. Criaram apenas figuras públicas paras as eleições. O sindicalismo cutista, portanto, não poderá derrotar um ajuste fiscal tão impiedoso e cruel com tais práticas sindicais rebaixadas.
            A CUT e as demais centrais sindicais viram diversas categorias entrar em greve simultaneamente (educadores, servidores estaduais, municipais e carteiros) sem mexer uma palha sequer para unificá-las e dar-lhes um caráter de luta generalizada contra o ajuste fiscal e o sistema. Pelo contrário, propõe apenas “greves gerais” inócuas de 1 dia, seguindo o exemplo de Espanha, Portugal e Grécia que não conseguiram derrotar seus ajustes fiscais.
            Em encontro de cúpulas realizado no dia 27 de outubro, as centrais sindicais falaram apenas sobre o dia 10 de novembro, no qual pretendem decretar uma “greve geral”. Ignoraram solenemente a luta dos servidores que se desenrola concretamente aqui e agora. SIMPA e CPERS, por exemplo, continuam lutando separadamente contra o mesmo ajuste fiscal. Qualquer vitória de uma categoria fortaleceria imediatamente a luta da outra. No entanto, o corporativismo domina a prática sindical cutista e das demais burocracias sindicais.
            Tanto o CPERS quanto o SIMPA possuem propostas aprovadas em assembleias gerais que defendem a unidade dos servidores públicos em encontros de base. A prática sindical cutista, totalmente burocratizada, ignora resoluções aprovadas ou “acolhidas” em assembleia geral de suas próprias categorias. A unidade dos servidores não deve se dar apenas nos atos de rua, mas, principalmente, num debate amplo e de base das diferentes categorias que culmine num calendário unificado de luta, em pautas comuns, ações grevistas unitárias e assembleias. As burocracias sindicais têm trabalhado apenas por ações de cúpula que movem suas bases para “showmícios”, onde não há uma real troca de ideias e organização unitária da luta intercategorias.

AS GREVES PRECISAM CONTINUAR E SE UNIFICAR CONTRA O AJUSTE FISCAL!
Defendemos a continuidade das greves no CPERS e no SIMPA. No entanto, sabemos que a burocracia sindical muitas vezes mata a greve à míngua, deixando-a sem perspectivas e plano de lutas. Continuamos exigindo a unificação dos servidores públicos em todas as esferas, organizando, sem desculpas, o encontro de base dos servidores para tirarmos um plano de lutas conjunto, visando atrair e organizar outras categorias de servidores, trabalhadores e estudantes.
No CPERS ainda é preciso abrir o comando estadual de greve e lutar pela aplicação real do fundo de greve. O comando estadual precisa debater e apresentar para a categoria um plano de lutas com orientações concretas (sem enrolação) para as próximas semanas. A partir de agora, mesmo com a continuidade da greve, devemos preparar política e juridicamente a autonomia de recuperação ou mesmo a não recuperação dos dias de greve caso o governo ignore nossas reivindicações, que são: fim do parcelamento e do congelamento de salários, o pagamento dos juros dos atrasos salariais e a não perseguição aos grevistas, sobretudo dos educadores contratados.

- Pela unificação com os demais servidores e trabalhadores: ENCONTRO DE BASE JÁ!
- Contra as privatizações (DMAE, Carris, Corsan, CEEE, Banrisul, Sulgás) e a Renegociação da Dívida!
- Pela retirada dos PL’s da ALERGS e da Câmara de Vereadores.
- Nenhum(a) contratado(a) a menos!
- As contas do governo Sartori estão irregulares, desviando dinheiro do FUNDEB (por uma auditoria independente do FUNDEB). Pela abertura das contas do Estado e da Prefeitura!
- Pela superação do sindicalismo reformista! Por um novo sindicalismo, classista, revolucionário e organizado pela base.

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