Desde o início do seu
governo, Sartori e os seus aliados têm trabalhado duro para solucionar a crise
do sistema financeiro internacional. Esta “crise” foi vendida aos gaúchos como sendo
uma crônica falta de recursos do Estado, mas quem deu origem a ela? O próprio
Sartori, quando foi líder do MDB na ALERGS em 1996 durante o governo Brito, ajudando a firmar o acordo financeiro espúrio com o então governo FHC (PSDB), sob as
orientações do FMI e do Banco Mundial. Este “acordo” afundou o RS na atual
“crise” financeira. Na verdade, esta “falência” representa apenas a exigência do
sistema financeiro e dos bancos internacionais para que se entregue os últimos
recursos públicos e empresas estatais.
A
grande mídia, os governos e os aliados não têm medido esforços em disseminar
mentiras e fazer um terrorismo psicológico sobre a necessidade de aprovação do
“Regime de Recuperação Fiscal” (RRF) acordado com o governo Temer. O RRF
pretende dilapidar o que resta do patrimônio público, exigido como sacrifício
pelo “deus mercado” e o seu sistema financeiro internacional. Empresas como a CEEE,
a Sulgás, a CRM, a Corsan e o Banrisul, não apenas são superavitárias, mas
poderiam ser a base de uma política de desenvolvimento econômico para o Estado.
Porém, o governo Sartori e Temer (ambos do MDB), como servos que são do sistema
financeiro, prezam pelos dogmas neoliberais e, por isso mesmo, precisam mentir para
o povo gaúcho com o total apoio da grande mídia.
Já
alertamos durante a greve de 2017 que “a
espinha dorsal da 'crise' financeira do RS é a dívida pública. Somada à
sonegação fiscal e à isenção de impostos, geram um rombo nas contas públicas
que fizeram estourar a inevitável 'crise' nas finanças do Estado que gerou o
parcelamento salarial e a política de destruição dos serviços públicos. (...)
Esta 'renegociação' veio a público a partir de um decreto de recuperação
fiscal, cuja principal finalidade é manter a especulação financeira e a
agiotagem sobre as finanças públicas, a impossibilidade de investimentos nas
áreas sociais e as privatizações. Esta 'renegociação' somente poderá preparar
as bases para uma nova e pior 'crise' financeira”[i]. Dentro deste contexto
fica fácil entender não apenas o parcelamento salarial do funcionalismo, mas o
fechamento de escolas que o governo Sartori tem feito sem piedade alguma neste
início de 2018, justificando o injustificável em editoriais da grande mídia e
nas redes sociais.
No
seu último ano de governo, Sartori, o MDB e os aliados não darão trégua.
Pretendem convocar Assembleia Legislativa em sessão extraordinária, cuja
principal intenção é aprovar esta “renegociação”, preparando as bases para a
privatização de estatais fundamentais. A primeira sessão está prevista para o
dia 29 de janeiro, segunda feira. Em síntese: o governo Sartori quer vender o
patrimônio público a preço de banana para o capital privado lucrar em cima de
serviços fundamentais à população pobre e nos vender a mentira de que ao fazer
isso solucionará o problema da “crise” financeira. O movimento sindical
(sobretudo a CUT e a CTB, que dirigem a maior parte dos sindicatos do
funcionalismo) deveria estar mobilizando os trabalhadores e a juventude para
evitar este verdadeiro saque do patrimônio público. Ao contrário disso, estão
exclusivamente preocupados em evitar a “condenação” de Lula pela burguesia. Sequer
são capazes de casar as duas lutas.
Estes
ataques do governo Sartori exigiriam um preparativo de guerra, mas o CPERS não
foi capaz de produzir um único panfleto ou preparar uma campanha de denúncia
pública; apenas a velha cantilena de sempre. Pretendem que o MDB faça o
trabalho sujo das privatizações e do ajuste fiscal para que PT-PCdoB se elejam
em 2018 como “santos do pau oco”. Ao lavarem as mãos, estão dando provas de sua
terrível cumplicidade. Toda omissão de hoje, cobra um preço devastador amanhã.
Conclamamos
a todos os educadores, ativistas e organizações independentes a preparar a luta
contra o RRF. É preciso que os núcleos independentes do CPERS convoquem
reuniões desde já para tentar organizar a luta contra o mais perverso ataque do
governo Sartori.
-
Não à renegociação da dívida do Estado pelo governo Sartori
-
Organizar a luta contra o RRF
-
Contra os vínculos escravatícios da dívida pública!
Nenhum comentário:
Postar um comentário