A classe trabalhadora em meio a pandemia está
sofrendo profundos ataques do capital. Os governos não poupam ninguém, a ordem
é "passar a boiada toda", isto é, retirar todos os direitos possíveis
num menor tempo possível, enquanto estamos atônitos em meio a pandemia. Os
canalhas do poder querem o aprofundamento do genocídio, mortes pela pandemia e
pela miséria, e como sempre, transferir o custo da crise capitalista para os
ombros da classe trabalhadora.
Enquanto isso os nossos recursos públicos são drenados
aos trilhões para a corja de banqueiros e grandes empresários salvarem seus
lucros, parasitas que vivem a custa da exploração do nosso trabalho.
A crise financeira nas nossas comunidades e na vida dos educadores
Os estudantes da educação pública carecem de recursos financeiros, para morar, comer e atender suas necessidades básicas; por isso muitas comunidades se mobilizam para conseguir cestas básicas, para garantir o alimento, diante da crise financeira que se aprofunda, em função de muitas demissões que estão acontecendo nesse período, em que a patronal transfere seus prejuízos para os trabalhadores.
Em contrapartida, a categoria de educadores vive um
processo de aprofundamento de sua miserabilidade em decorrência dos ataques do
governo Leite aos nossos direitos. No início de 2020, o governo veio contra o
que restou da carreira, pois vimos a dilapidação de todos os direitos da
categoria, com confisco de cerca de 30% dos salários dos educadores, inclusive
da categoria aposentada. Estamos no 6º ano de congelamento e atraso dos
salários, não bastando agora esse confisco. A realidade que a categoria já
estava em situação calamitosa, agora aprofunda-se a miséria, tendo que cortar
custo para garantir comida e teto, com aluguéis, água e luz atrasados, a
maioria endividados no Banrisul, através dos vários empréstimos contraídos para
pagar dívidas, para garantir o mínimo de dignidade de uma categoria que
necessita existir apesar dos governos.
É nesse contexto de pandemia e de aprofundamento da crise
do capital que o governo Leite (PSDB e comparsas) impõe o ensino a distância,
obrigando os educadores e famílias dos estudantes a se “adaptarem a nova
ordem”, isto é, dar conta de pagar o acesso a internet e a compra de
equipamentos (smartphone, tablet, computador e notebook) para imediatamente começar a
aula à distância. Em meio a um estado de calamidade pública, sem fornecer os
recursos necessários para garantir o direito à educação pública para todos os
estudantes, negando o artigo 205 da
Constituição Federal de 1988, que diz: "
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho". O mínimo que um governo deveria ofertar
para exigir ensino à distância seria internet gratuita para todos os estudantes
e educadores, e equipamentos para esse fim, porém, sabemos que isso não irá
acontecer.
Como educar a distância em meio a pandemia?
A prática pedagógica pressupõe sensibilidade, amorosidade, integração, troca, diálogo, contato humano numa relação em que o professor favorece aprendizagens aos seus alunos, ajuda na solução de suas dúvidas, propõe ações, interage afetivamente no sentido de oportunizar o acesso aos saberes historicamente construídos pela humanidade.
Nessa perspectiva a EAD não se encaixa, pois num momento em que a humanidade está profundamente fragilizada, os algozes de plantão vem com tudo, para exterminar com os poucos espaços e relações que nos humanizam, com todas as limitações e contradições que a escola pública apresenta.
Nesse sentido cabe perguntar: como alfabetizar os
estudantes do ensino fundamental anos iniciais a distância? Como ensinar e
ajudar nossos alunos do ensino fundamental anos finais e médio a se sentirem
menos fragilizados nesse momento em que a humanidade sofre com uma pandemia?
Que conteúdos seriam necessários oportunizarmos para ajudá-los na luta pela
superação da atual conjuntura que se aprofunda a barbárie social? A quem
interessa o ensino a distância imposto de cima pra baixo sem oferecer as
mínimas condições para que ele aconteça?
Acreditamos que qualquer resposta no sentido de educação de verdade passa por respondermos essas questões e outras tantas silenciadas pelos governos a serviço do capital.
Acreditamos que qualquer resposta no sentido de educação de verdade passa por respondermos essas questões e outras tantas silenciadas pelos governos a serviço do capital.
Propor uma educação à distância em tempos de pandemia nas
condições que está sendo imposta é se utilizar da fragilidade de um povo para
torná-lo totalmente cativo e submetido aos desmandos do governo. Qualquer ação
educativa nesse momento deve ter como principal objetivo o cuidado com a vida,
a partir do conhecimento da realidade dos estudantes e educadores, fornecer
todas as condições efetivas para que se possa organizar um ação educativa que
não gere traumas na geração de estudantes, educadores que estão passando por
privação de muitos direitos.
Somos contrários à imposição de uma educação burocrática
como estão fazendo, somos contrários às demissões impostas pelo capital às
famílias dos nossos alunos e de toda a classe trabalhadora. Queremos e
desejamos um outro mundo em que a vida no seu sentido mais amplo esteja acima
do lucro.
- Contra a retirada de
direitos em meio à pandemia que é, segundo o decreto do governo Leite, uma
calamidade pública;
-Contra as aulas EAD
durante a Pandemia, e intensificar a campanha contra a privatização da Educação
Pública;
- Se o governo quer EAD, que garanta as condições materiais (internet,
celulares, computadores) para professores e alunos;
- Pelo direito ao emprego e ao salário durante a pandemia: contra a
demissão, retirada de direitos ou rebaixamento salarial!
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