Os educadores foram surpreendidos com a
notícia da ocupação do gabinete do PT na Assembleia Legislativa do Estado pela
direção do CPERS, dada através do site do sindicato e da grande mídia. O
objetivo da ocupação, segundo o divulgado na grande imprensa, era pressionar o
governo Tarso a negociar a forma de pagamento do reajuste para 2013, mas, na
realidade, se tratou de uma ação midiática, com a clara finalidade de atrair a
mídia burguesa e mostrar uma suposta oposição ao PT.
Esta
ocupação representa um radicalismo estéril, para consumo das bases, uma vez
que, enquanto ocupa a sala do PT, a direção do CPERS vota na assembleia geral pela
permanência do alto escalão do governo como sócio do nosso sindicato, além de
demonstrar conivência com a sua política de diversas formas: demorou mais de um
ano para convocar uma conferência pra discutir a Reforma do Ensino Médio; fala
contra o PNE, mas não faz nada de prático contra ele; votou contra a luta pela
efetivação dos contratados, mantendo, assim, a divisão da categoria, o que
favorece o governo e o sucateamento do Plano de Carreira; dentre outras. A
maioria destes ataques passou impunemente, com o apoio dissimulado da direção
do CPERS, que, agora, busca iludir a categoria com esta ocupação, apelando para
um ato isolado e inconsequente. Sem base, sem organização, sem agitação e sem
denúncias coerentes da política do governo por parte do CPERS, a ocupação foi
ignorada pelo governo Tarso. Mas os dividendos midiáticos – a real intenção da
burocracia sindical – foram colhidos.
A
presença real da categoria não importa para a direção do CPERS. Tanto é assim
que divulgou a data e o local do ato da paralisação do dia 12 muito
tardiamente. O resultado, como sempre, foi uma baixa adesão. O governo Tarso,
ardiloso como é, apenas adiou a votação para a semana que vem, mais próximo das
férias de final de ano e absolutamente tranqüilo em relação as possibilidades
reais de resistência por parte do nosso sindicato. Por tudo isso, é pertinente
questionar: em que resultou a ocupação vanguardista da direção do CPERS? Maior
consciência de classe? Maior desgaste do governo? Maior organização sindical e nos
locais de trabalho? Não, não, não e não! Resultou apenas em auto propaganda irresponsável
da burocracia sindical dirigente.
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